terça-feira, 29 de março de 2011

Lucro do Itaú Unibanco cai 1,1% em 2010 sob novo padrão contábil

Pelo novo padrão, lucro líquido foi de R$ 11,7 bi; no padrão BR GAAP, lucro foi de R$ 13,3 bi, valor 32,3% maior que o de 2009

O Itaú Unibanco informou nesta terça-feira, 29, as principais alterações nas suas demonstrações financeiras decorrentes da adoção do padrão contábil internacional (IFRS). Pelo novo padrão, o lucro líquido totalizou R$ 11,708 bilhões em 2010, o que representa uma queda de 1,1% ante o ano anterior, também ajustado pelo IFRS. No padrão BR GAAP, o lucro divulgado em 22 de fevereiro foi de R$ 13,323 bilhões, valor 32,3% maior que o de 2009.

Outro ajuste informado diz respeito aos ativos totais, que pelo padrão IFRS somaram R$ 727,481 bilhões em 2010, com aumento de 25,7% ante o exercício anterior. O patrimônio líquido foi de R$ 67,942 bilhões, 15% acima de 2009.

EM BR GAAP, os ativos totais eram de R$ 755,1 bilhões, com expansão de 24,1% em 12 meses. O patrimônio líquido foi de R$ 64,6 bilhões, 20,1% acima de 2009, conforme dados republicados hoje pelo banco.

Redução do lucro

Ajustes nas provisões e nos créditos tributários foram os pontos que mais contribuíram para o lucro do Itaú Unibanco ser R$ 1,6 bilhão menor no padrão contábil internacional (IFRS) quando comparado ao padrão brasileiro (BR Gaap). Pelo novo padrão, o lucro líquido totalizou R$ 11,708 bilhões em 2010, segundo números divulgados hoje de manhã pelo banco. Em BR Gaap, o ganho foi de R$ 13,323 bilhões.

A constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa dentro do novo padrão teve um impacto negativo de R$ 1,43 bilhão no resultado. Pelo padrão IFRS, as provisões precisam ser feitas toda vez que o banco constata que existem evidências objetivas de que as operações de crédito estejam em situação de perda. O BR Gaap usa os limites regulatórios exigidos pelo Banco Central.

Duas operações feitas pelo banco, a fusão com o Unibanco e a compra de uma fatia da Porto Seguro, tiveram impacto no resultado em IFRS. A provisão para gastos com a associação entre Itaú e Unibanco teve impacto negativo de R$ 844 milhões. Segundo o banco, essas provisões foram revertidas para o cálculo do lucro em IFRS. Já o efeito da contabilização da compra da fatia na Porto Seguro pelo valor justo gerou uma dedução R$ 40 milhões. O reconhecimento de créditos tributários, pelo critério de estoque, gerou um impacto negativo R$ 659 milhões.

Se em 2010 o lucro em IFRS foi R$ 1,6 bilhão menor que no padrão brasileiro, em 2009 ocorreu o oposto. O resultado no padrão internacional superou em R$ 1,77 bilhão o ganho em BR Gaap. Ao contrário do ano passado, alguns fatores tiveram impacto positivo. O efeito da contabilização da compra da fatia na Porto Seguro pelo valor justo gerou ganho de R$ 936 milhões. A constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa também teve impacto positivo de R$ 490 milhões.

Já a carteira de crédito do banco é praticamente a mesma nos dois padrões. No padrão brasileiro, esse ativo fechou dezembro em R$ 297,1 bilhões, ante R$ 295,5 bilhões no padrão internacional.

O banco informa que as demonstrações contábeis consolidadas completas em IFRS referentes ao ano de 2010 serão divulgadas até 05/04 no site de relações com investidores.
Fonte: Estadão.

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