quinta-feira, 28 de abril de 2011

10 coisas que você pode fazer para ganhar mais tempo no seu dia

Hábitos básicos como utilizar a agenda de forma plena e trabalhar num espaço organizado podem fazer toda a diferença

Ferramenta online facilita planejamento financeiro

Qualquer coisa que você puder fazer para melhorar sua organização fará diferença para a melhoria da sua produtividade, melhor gerenciamento do seu tempo e também para a proteção do seu bolso.

Hábitos básicos como utilizar a agenda de forma plena, usar um sistema de arquivos com classificação adequada, trabalhar num espaço organizado, ter o costume de planejar o trabalho e as tarefas ou ainda utilizar os recursos da tecnologia de forma eficiente podem fazer toda a diferença do mundo, para o seu tempo render mais.

Às vezes escuto as pessoas dizendo "preciso me organizar melhor. Quando tiver um tempo, vou fazer isso". Posso garantir uma coisa: este tempo nunca vai aparecer nem sobrar na sua programação. Ele precisa ser criado por você e isso depende apenas de uma atitude sua.

1. Acorde mais cedo
Coloque o alarme para 15 minutos mais cedo e adiante o seu dia.

2. Planeje o que vai vestir na noite anterior
Deixe a roupa separada e pronta para vestir. Você irá economizar bons minutos do seu dia.

3. Mantenha sua mesa de trabalho organizada
Saber onde estão seus papéis e documentos, e saber onde guardá-los vai economizar bastante tempo ao longo do seu dia. Deixar a mesa limpa e mantendo sobre ela apenas aquilo em que está trabalhando no momento vai ajudar você a manter o foco e terminar as tarefas mais rápido.

4. Mantenha seu computador organizado
Desktop limpo e com poucos ícones, pastas organizadas e arquivos nomeados corretamente ajudam bastante na hora de encontrar o que você precisa, economizando muito tempo ao longo do dia. Organizar as suas pastas de e-mails e manter a caixa de entrada sempre vazia é também fundamental para melhorar a sua produtividade no trabalho.

5. Utilize sua agenda e crie listas de memória
Não tente lembrar as coisas de cabeça. Isso vai aumentar o seu estresse e o risco de você esquecer coisas importantes, que podem gastar inutilmente o seu tempo.

6. Cozinhe o suficiente para 2 refeições
Quando for cozinhar e preparar seus alimentos, procure fazer uma porção maior, depois divida em dois e congele se necessário, economizando assim o tempo na próxima refeição.

Hábitos básicos como utilizar a agenda de forma plena e trabalhar num
espaço organizado podem fazer toda a diferença

7. Concentre suas chamadas telefônicas
Faça uma lista das ligações que tem que fazer, anotando os números de telefone e assuntos. Depois separe um tempo e faça todas as ligações em sequência. Isso economiza tempo e deixa seu dia mais organizado.

8. Planeje seu dia de trabalho
Ao final de cada dia planeje o dia seguinte. Realoque compromissos e tarefas na sua agenda e tenha claro o que irá fazer. Isso faz com que você vá para casa com a cabeça mais tranquila, economiza tempo e melhora sua produtividade. Lembre-se: uma hora de planejamento pode economizar até 10 horas de trabalho.

9. Aprenda a utilizar os recursos do seu smartphone
Utilizar a agenda (calendário), o bloco de anotações, o GPS e tantos outros aplicativos de produtividade pode fazer uma incrível diferença na hora de administrar suas tarefas e atividades, dando a você mais controle sobre o uso do seu tempo.

10. Faça as compras pela Internet
Depois de aprender a se organizar para isso e criar este hábito, esta tarefa será rápida e vai economizar muitas horas na sua semana.
Fonte: Administração.com.br

CMN cria novas regras para emissão de cheques

Bancos terão de refazer os contratos com os clientes para esclarecer os critérios para concessão de talões

O Conselho Monetário Nacional (CMN) criou nesta quinta-feira, 28, novas regras para emissão de talão de cheques e a sua compensação. O objetivo é tornar mais seguro o recebimento desse instrumento de pagamento. Os bancos terão de refazer os contratos com os clientes para estabelecer claramente os critérios para concessão de talões de cheque, entre outros pontos. Precisarão, ainda, criar um cadastro no qual o comerciante terá informações sobre o cheque que estiver recebendo. Além disso, as folhas de cheques terão validade de seis meses a partir da data de confecção pelo banco.

As instituições financeiras terão o prazo de um ano para se adequar às novas normas. "É preciso dar mais robustez às regras, para que a pessoa que está recebendo o cheque tenha mais segurança e transparência", afirmou o chefe do Departamento de Normas do Banco Central, Sergio Odilon dos Anjos. "O foco no aspecto comercial é muito grande. As pessoas que recebem o cheque precisam ser protegidas", destacou. Os cheques correspondem atualmente a 15% do volume de pagamentos feito no País.

Hoje, os bancos arbitram sobre a concessão de talão de cheques para os clientes. No entanto, não estão obrigados a explicar os critérios da decisão. A partir de agora, os critérios para emitir ou não o talão terão de estar expressos no contrato. "Estamos tornando esta norma mais clara. As condições terão de ser feitas contratualmente", disse Odilon dos Anjos. No prazo de um ano, todos os contratos terão de ser refeitos. Nos novos contratos, a regra entra em vigor imediatamente.

Para o BC, a medida pode ajudar a reduzir a emissão de cheques sem fundos. Segundo os dados da instituição, dos 1,12 bilhão de documentos compensados em 2010, no valor de R$ 1,029 trilhão, 71 milhões de cheques foram devolvidos, no valor de R$ 83 bilhões. Do total de devolução, 63 milhões foram por falta de fundos, somando R$ 70 bilhões.

Outra obrigatoriedade aprovada hoje pelo CMN é a impressão na folha do cheque da data de confecção do talão. O prazo de validade será de seis meses. Cheques confeccionados há mais tempo poderão ser recusados pelo comerciante.

BO e consulta

Além disso, os bancos terão de ser mais rigorosos na exigência do boletim de ocorrência policial para sustar cheques em caso de furto e extravio. "O boletim policial se torna obrigatório para que a sustação seja definitiva", disse Odilon dos Anjos. O emissor do cheque terá dois úteis, após o pedido de sustação, para entregar o boletim de ocorrência. Caso contrário, o banco pode compensar o cheque.

As instituições financeiras terão, ainda, de criar um sistema que consolide em um único lugar a consulta de informações sobre o cheque. O comerciante, por exemplo, poderá receber informações se o cheque foi sustado ou está bloqueado, se é de conta com bloqueio judicial ou de conta encerrada.

Os atuais mecanismos de consulta, como o Serasa, informam se o emissor do cheque tem histórico de cheques sem fundos, mas não prestam informações sobre o cheque em si. Odilon dos Anjos disse que a tendência é que os bancos se reúnam para formar um único serviço. Eles poderão cobrar uma taxa pelo serviço. "Não entramos no custo. Os bancos podem cobrar, porque evidentemente há um custo da operação", explicou.

Outra decisão do CMN obriga as instituições financeiras a informarem ao cliente que teve o cheque devolvido o nome e a agência bancária da pessoa que depositou o cheque. O BC entende que este mecanismo vai possibilitar ao proprietário do cheque sem fundo acertar a dívida e limpar o nome no mercado. Como os cheques muitas vezes passam de mão em mão antes de serem depositados, o emissor tem dificuldade para resgatar o cheque devolvido. Se inscrito no Serasa, tinha que esperar o prazo de cinco anos para ver o nome limpo. Esta medida entra em vigor imediatamente porque não necessita de prazo para implementação.
Fonte: Agência Estado.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

STF rejeita ação de Estados e mantém período para professores prepararem aulas

RS é um dos Estados que questionou a validade da lei junto ao Supremo

Estados e municípios sofreram nesta quarta-feira uma nova derrota no Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte manteve uma regra que garante aos professores da educação básica o direito de ficar fora de sala de aula durante um terço da jornada de trabalho.

Os educadores devem usar esse período para desenvolver atividades de planejamento de aulas e aperfeiçoamento profissional. No início do mês, o STF já havia imposto uma derrota às administrações estaduais e municipais ao julgar a ação movida pelos governos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Ceará.

Na ocasião, os ministros tinham confirmado a validade da lei que fixou um piso salarial nacional para os professores. O piso atual é de R$ 1.187,97, valor que pode ser elevado com o pagamento de acréscimos e benefícios.

O julgamento foi concluído nesta quarta-feira, quando a votação terminou empatada em 5 a 5. Em caso de empate, há um entendimento do STF que a ação deve ser julgada improcedente.

O ministro José Antonio Dias Toffoli, que poderia desempatar o julgamento, não pode votar porque no passado atuou no processo como advogado-geral da União. Toffoli foi advogado-geral no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar da decisão de hoje, o Judiciário poderá analisar novamente as regras que fixaram a divisão da jornada de trabalho dos professores. Isso porque não foi formada uma maioria na votação. Dessa forma, o resultado do julgamento não teve um efeito vinculante e o assunto poderá ser debatido de novo no futuro durante o julgamento de ações movidas por outros Estados ou municípios.

Impacto

Conforme estimativas recentes da Confederação Nacional de Municípios (CNM), com a confirmação do direito dos professores de gastarem parte da carga horária com atividades externas, as prefeituras terão de contratar mais 180 mil professores para assegurar aos alunos quatro horas diárias em sala de aula. Isso representará um impacto de R$ 3,1 bilhões nas contas dos municípios.

De acordo com estimativas da CNM, será de R$ 5,4 bilhões o impacto do piso nacional acrescido da necessidade de contratar mais 180 mil professores por causa da redução do período em sala de aula.

No início do mês, na sessão em que validou o piso nacional, o STF não tinha chegado a uma conclusão sobre a divisão da carga horária dos professores porque o presidente da Corte estava na Itália, participando de compromissos oficiais.
Fonte: Agência Estado.

Contagem regressiva para entregar o Imposto de Renda

Quem deixou para entregar a declaração na última hora tem até a sexta-feira para cumprir com a obrigação

A partir deste ano, os dados só podem ser enviados pelo site da Receita ou em CD

Os contribuintes que ainda não enviaram à Receita Federal sua Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física têm até as 23h59min desta sexta-feira, dia 29 de abril, para encaminhar os dados. A expectativa é que sejam entregues neste ano 24 milhões de declarações. Até as 9h da manhã de ontem, cerca de 61% dos contribuintes enviaram suas informações, num total de 14,8 milhões de declarações. O descumprimento da exigência legal pode pesar no bolso. A multa mínima para quem não conseguir entregar é de R$ 165,74, podendo chegar a 20% do imposto devido.

O contador do escritório Analyse Assessoria Contábil e vice-presidente de Controle Interno do CRC-RS, Celso Luft, esclarece que, mesmo com os documentos incompletos, pode-se optar por informar apenas os itens obrigatórios, como os dados básicos e o rendimento. Bens, patrimônio, dívida, extratos bancários e suas informações podem ser corrigidos em um segundo momento. Desta forma, a multa não é aplicada. “Porém, se a declaração for no modelo simplificado, não se pode mudar de escolha depois”, afirma. O especialista ressalta que no caso de as despesas e deduções médicas, educacionais ou odontológicas ultrapassarem R$ 13.317,09, é preferível buscar o modelo completo.

O contribuinte deve ter atenção às mudanças incididas neste ano. Não existe mais a possibilidade de entrega em formulário de papel. Agora somente serão aceitas por meio de gravação em CD, apresentadas nas agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, ou através de transmissão pela internet. O recibo é conferido em duas vias: a primeira tem o resumo da declaração e a segunda vem com o número do comprovante, destacando se a pessoa tem pendências junto à Receita Federal nos últimos cinco anos. Caso exista alguma contestação, o detalhamento estará disponível na página da Receita, o acesso será mediante a informação dos dois últimos números do canhoto.

O contador adverte que muitos erros no envio dos dados são cometidos com a digitação. Outras falhas decorrem por desconhecimento da idade limite para os dependentes. No caso de filhos, quando integrantes do Ensino Médio, podem constar os de até 21 anos. Universitários ou estudantes de escolas profissionalizantes, até os 24 anos. Além disso, o rendimento de dependentes aposentados devem ser informados. No caso de cônjuges que fazem a declaração separada, somente em uma se usa os dependentes. Se ocorrer algum erro e só após o envio esse for notado, admite-se uma emenda. Até o dia 29 de abril é possível retificar e trocar o modelo de declaração. Passado a data, não é aceitável mais a mudança do modelo, mas a correção é oportuna, podendo ser realizada até o ano seguinte.

Nos primeiros dias da entrega da declaração houve uma pane no sistema da Receita Federal e o site ficou fora do ar. Para esses últimos dias, Luft também prevê um congestionamento. Portanto, quanto antes a entrega dos dados for feita, menores são os riscos de aborrecimentos. Quem entrega mais cedo e tem imposto a restituir recebe a devolução antes. O principal critério é por idade e depois por ordem de entrega. “Quem não conseguiu se organizar, pode se preparar para o próximo ano: crie uma pasta e coloque todos os comprovantes médicos, despesas, receitas, contracheques, extratos bancários. Assim, evita-se a correria de última hora”, ensina.
Contribuinte deve escolher melhor forma de declarar

A Receita Federal elevou de R$ 17.215,08 para R$ 22.487,25 o rendimento bruto que torna a entrega da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física obrigatória. Na prática, quem recebeu até R$ 22.487,25 em 2010 acaba ficando isento do imposto pela aplicação do desconto padrão de 20% no modelo simplificado. Com isso, cerca de 1,5 milhão de pessoas que teriam de declarar pelas regras antigas vão ficar desobrigadas, segundo o supervisor nacional do Imposto de Renda, Joaquim Adir.

Para aqueles que são obrigados a fazer a declaração, o contribuinte pode escolher entre duas formas de tributação de seus rendimentos na declaração de ajuste anual: completa, caso em que deduz de seus rendimentos tributáveis as despesas permitidas, ou simplificada, com a aplicação do desconto padrão de 20% dos rendimentos tributáveis, até o limite de R$ 13.317,09. A opção correta vai proporcionar restituição maior ou redução do saldo de imposto a pagar. O próprio programa da Receita indica a forma de tributação mais vantajosa, de acordo com as informações dadas no preenchimento.

Na declaração completa o contribuinte informa todas as despesas que podem ser abatidas, desde que possa comprová-las em eventual convocação pela Receita. É preciso relacionar todos esses gastos com nome e CPF ou CNPJ do beneficiário e guardar seus comprovantes por cinco anos.

Na declaração simplificada, todas as deduções permitidas são substituídas pelo desconto padrão de 20% da renda tributável, limitado a R$ 13.317,09, sem necessidade de comprovação. A Receita alerta que o valor utilizado a título de desconto simplificado não justifica variação patrimonial, sendo considerado rendimento consumido. Ou seja, eventual variação patrimonial precisa estar justificada com rendimentos declarados superiores ao desconto padrão.

A tributação simplificada é indicada quando o desconto padrão é superior ao total das deduções a que o contribuinte tem direito. Quem sabe que a melhor opção é a simplificada pode ir diretamente para essa alternativa - após abrir a declaração, o programa dá opção para as duas formas. Mas se há dúvida o melhor a fazer é preencher a opção completa com todos os dados e comparar o resultado com a simplificada.
Dedução pode ser integral ou parcial

O contribuinte pode abater integralmente da renda tributável suas despesas médicas, odontológicas, com planos de saúde, contribuição a previdência oficial e pensão alimentícia. Já outras despesas têm limite de dedução: o desconto da contribuição à previdência privada está limitado a 12% da renda tributável; os gastos do declarante e de cada um de seus dependentes com instrução têm limite individual de R$ 2.830,84. Gastos com instrução de dependentes portadores de deficiência são declarados como médicas, sem limite, se pagas a entidades especializadas.

Do imposto apurado, o declarante pode reduzir a parcela patronal da contribuição da doméstica ao INSS, além de doações feitas a fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, incentivos à cultura, atividade audiovisual e desporto até o limite de 6% do IR.

Todas essas deduções precisam estar informadas na ficha de Pagamentos e Doações Efetuados, de onde o dado é automaticamente transportado para linha específica da ficha de cálculo do imposto.

Desde o ano passado, a Receita passou a permitir que despesas com qualquer tipo de cirurgia plástica sejam abatidas do IR, mesmo as de finalidade estética. Antes, apenas os gastos com cirurgias reparadoras podiam entrar como dedução.

Segundo o supervisor nacional do Imposto de Renda, Joaquim Adir, quem fez uma cirurgia plástica estética nos últimos cinco anos pode apresentar uma declaração retificadora do IR para ter direito ao benefício. Para tanto, é preciso entrar no site da Receita, procurar o campo Declaração do IRPF e o programa do ano em que o documento a ser corrigido foi entregue. Para Adir, a declaração de despesas com cirurgias plásticas com fins estéticos já ocorria. Segundo ele, muitos médicos e hospitais já davam aos pacientes recibos com uma descrição que permitisse o abatimento das despesas, sem que a Receita pudesse identificar a natureza do procedimento. Por isso, ele não espera um grande volume de declarações retificadoras.

O declarante que mantém empregado doméstico (doméstica, jardineiro, caseiro etc) com registro em carteira e opta pelo modelo completo pode reduzir do valor do imposto a quantia referente ao pagamento da contribuição patronal (12%), até o limite de R$ 810,60. A permissão tem limite pelo cálculo feito com base no salário-mínimo. Para preenchimento, é preciso o número de inscrição do doméstico na Previdência, que pode ser o NIT ou o PIS, o nome e o CPF.
Dmed permite cruzamento de dados

Neste ano, a Receita está mais aparelhada para detectar deduções irregulares de despesas com saúde. Essa é uma das principais novidades implementadas a partir do confronto de informações do contribuinte com a Declaração de Serviços Médicos (Dmed) preenchida por prestadores de serviços. Conforme explica o contador e vice-presidente de Controle Interno do CRC-RS, Celso Luft, a Dmed trata-se de um cruzamento entre as informações médicas, odontológicas e fisioterapêuticas que os contribuintes lançam na declaração com o que os hospitais e clínicas informam.

Ao longo de 2010, hospitais, laboratórios e clínicas médicas de qualquer especialidade, além de operadoras de planos de saúde, tiveram de preencher a Dmed informando nome e número de CPF do responsável pelo pagamento; nome e número de CPF do beneficiário do serviço e valor pago. Luft lembra que a malha fina será mais rigorosa nessa área.

Outra alteração diz respeito aos casais homossexuais. A Receita acatou parecer da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) que autoriza o declarante que tem relação homoafetiva estável a incluir o parceiro como dependente na declaração, usufruindo das deduções permitidas, como despesas médicas.

O contribuinte que em 2010 recebeu rendimentos acumulados, referentes a valores de aposentadoria, pensão ou do trabalho, também é beneficiado neste ano. Os valores devem ser tributados não mais pelo total recebido, mas pelo valor mensal proporcional ao número de meses a que o pagamento se refere, alteração que pode reduzir o imposto. A diferença de imposto cobrada a mais no momento do pagamento em 2010 poderá ser recuperada neste ano por meio do preenchimento da ficha de Rendimentos Recebidos Acumuladamente (RRA).

Houve mudanças também no layout das fichas do programa de preenchimento e na navegabilidade. “Melhorou, mas pode confundir quem estava acostumado com as versões anteriores”, diz Edino Garcia, consultor da DeclareCerto, empresa do Grupo IOB.
Fonte: Jornal do Comércio.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Aumento de salários é achatado pela inflação

Líderes sindicais notam que os acordos fechados neste ano tiveram alta real menor que em 2010

Os ganhos reais dos trabalhadores nas negociações salariais deste ano devem ser menores do que em 2010, apesar da continuidade da expansão econômica, em ritmo mais baixo do que no ano passado, e do mercado de trabalho ainda aquecido. A inflação maior deve achatar os ganhos, avaliam líderes sindicais de diversos setores e regiões do País, tendo como base os acordos fechados nos primeiros meses deste ano, que obtiveram ganhos reais bem mais modestos. Categorias mais fortes, porém, podem ter desempenho melhor.

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Negociações devem ter ganhos reais menores Projeção de IPCA sobe de 4,8% para 6,3%

ESPECIAL: Acompanhe o Radar da Inflação ano de 2011 deve ficar ‘prensado’ entre o de 2010, que foi muito bom para os trabalhadores, e o de 2012, que também deve ser muito bom sob o ponto de vista das negociações", afirmou o coordenador de relações sindicais do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), José Silvestre Prado, que acredita que apenas em 2012 as categorias devem retomar os níveis de aumento real obtidos no ano passado. Ele disse que a inflação é uma variável determinante sobre os porcentuais de ganhos reais dos trabalhadores. "Historicamente, quanto maior a inflação, menor tende a ser o ganho real", explicou.

Para as categorias com data-base em janeiro, os ganhos reais apurados já foram mais baixos, segundo o Dieese. Os trabalhadores da indústria de bebidas do Rio de Janeiro, por exemplo, conquistaram um reajuste de 7,43%, com ganho real de 0,9%. Em Manaus, a área de construção civil e instalações teve aumento de 8%, com ganho real de 1,44%, e a indústria plástica, de 6,47%, sem ganho real. No Paraná, os trabalhadores da indústria gráfica obtiveram aumento de 8%, com ganho real de 1,44% ,e a área de serviços de asseio e conservação teve um reajuste de 7,7%, sendo que o ganho real foi de 1,22%.

Ganhos. Com data-base em fevereiro, os trabalhadores da indústria calçadista da cidade de Franca (SP) obtiveram aumento de 8,5%. Com data-base em março, os trabalhadores da indústria de bebidas do Estado de São Paulo conquistaram um reajuste de 7,4%, com 1% de aumento real. Os frentistas do Estado de São Paulo conseguiram um aumento de 9%, com ganho real de 2,71%. Os trabalhadores da indústria química de Guaíra (SP) conquistaram reajuste de 10%.

A amostra demonstra que os ganhos reais neste ano estão sendo bem mais modestos do que em 2010, quando o balanço das negociações salariais acompanhadas mostrou que 88,7% de um total de 700 categorias obtiveram aumento real acima do INPC, o melhor resultado de toda a série, iniciada em 1996. Embora a maioria (73,6%) tenha conquistado ganhos reais entre 0,01% e 3% acima do INPC, outros 15,1% das categorias obtiveram ganhos reais acima de 3%.

Para Silvestre, o comportamento das negociações neste ano já dá mostras de que deve ser semelhante ao de 2009, quando a maioria das categorias (79,6%) obteve reajustes acima da inflação, mas com porcentuais bem mais modestos que os de 2010. Em 2009, apenas 5,2% das categorias obtiveram aumentos reais acima de 3%.

Segundo ele, maio deixará a tendência para o ano mais clara, uma vez que a maior parte das categorias de trabalhadores (26,7%) tem data-base neste mês, inclusive setores importantes como os trabalhadores da construção civil, transporte público e indústria química, entre outros.
Fonte: Agência Estado.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Cresce preocupação de empresas com burocracia e mão de obra

Segundo levantamento da consultoria Grant Thornton, a parcela de empresários que apontam como entrave o excesso de regulamentação cresceu 15% este ano, para 52%, enquanto a dificuldade para contratar aumentou em 19% com relação a 2010, para 49%.

Na pesquisa, feita com 11 mil empresas em 39 países, o Brasil aparece em segundo lugar na lista dos empresários mais preocupados com a burocracia, atrás apenas da Polônia. O problema também é o mais apontado por executivos da União Europeia e do Grupo dos Sete (G-7) países mais ricos do mundo.

Já para todos os países dos BRICS (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), assim como para a América Latina, o fator mais apontado como obstáculo ao crescimento foi a disponibilidade de mão de obra qualificada.

Entre os itens pesquisados, o que menos preocupa os empresários brasileiros é a queda na demanda, apontada apenas por 10% dos entrevistados.

O custo de um financiamento é um entrave para 28% deles, a infraestrutura de transportes e a escassez de capital de giro são apontadas por 25% cada, a escassez de financiamento de longo prazo por 20% e a infraestrutura de tecnologia de informação por 16%.
Fonte: Valor Online.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A inventividade está ao seu alcance

Saiba como se tornar um profissional que tem boas ideias e seja cada vez mais disputado pelas empresas

O matemático Arquimedes (287-212 a.C.) estava em uma banheira quando teve o insight que o levou a percorrer as ruas de Siracusa, na Itália, gritando heureca - termo que significa "achei", em grego. Foi durante o momento de descanso que ele se deu conta de que o volume de um corpo pode ser medido pela quantidade de líquido que ele despeja ao ser mergulhado na água. Assim, ele solucionou um desafio proposto pelo rei de Siracusa, que desejava saber se sua coroa era mesmo feita de ouro maciço.

A história mostra como para se ter uma grande ideia não é preciso ser necessariamente um gênio. Com um pouco de descanso, treino, técnica, persistência e organização, qualquer pessoa pode se tornar mais criativa, a ponto de inovar até durante o banho.

E o mercado de trabalho está de olho em quem tem potencial para inovar. "Principalmente os setores de alimentos e bebidas, telecomunicações, energia e as grandes construtoras já estão buscando pessoas com essa característica", diz Valter Pieracciani, sócio-fundador da Pieracciani, consultoria de gestão com foco em inovação, Segundo ele, os profissionais criativos são sensíveis, sonhadores, têm capacidade de arriscar e de transformar. "Nos últimos 20 anos, o mercado de trabalho baniu pessoas com esse perfil e hoje os contrata a peso de ouro."

Mas afinal, qual o segredo para ser criativo? Segundo a jornalista Monica Martinez, autora do livro Tive uma ideia! - O que é a Criatividade e como Desenvolvê-la e do teste de criatividade que você confere acima, basta um pouco de organização. "A aceleração da vida contemporânea faz com que as pessoas se sintam pressionadas e tenham a sensação de que não sabem tudo, o que leva à angústia."

O estabelecimento de prioridades e a adoção de algumas pausas durante o dia, como para o tradicional cafezinho, por exemplo, permitem a reorganização do conteúdo mental e ajudam o pensamento criativo. Se for possível resolver uma questão no dia seguinte, melhor ainda. Quanto maior o distanciamento, melhores as chances de o cérebro estabelecer novas e inovadoras conexões sobre o assunto.

Ter boa cultura geral, estar aberto a novas experiências e ter contato com pessoas de diferentes áreas é outro meio de favorecer a criatividade. "O cruzamento de dados sobre assuntos que não têm nada a ver um com o outro pode resultar em algo inovador", diz Mônica. Há, ainda, outras atitudes que compõem o perfil do criativo, como a ousadia e a persistência para apresentar uma mesma ideia de formas diferentes.

Dificuldade

Apesar de a capacidade criativa ser cada vez mais importante nos processos seletivos, as empresas ainda não sabem como identificar essa característica com precisão. "Normalmente, uma análise das experiências profissionais e atividades desenvolvidas anteriormente ajuda a entender o perfil do profissional", diz o sócio-fundador da consultoria especializada em gestão de capital humano Doers, Marcelo Santos.

Mesmo assim, ainda é difícil ter segurança sobre o perfil de cada candidato e, por isso, muitas companhias preferem investir no desenvolvimento dessas habilidades dentro de casa.

É o caso da empresa de marketing esportivo Elos Cross, que desde o fim do ano passado criou ações para estimular o pensamento ‘fora da caixa’. Além de todos os funcionários participarem semanalmente de uma reunião para sugestão de novas ideias, ainda há um espaço de convivência onde os funcionários podem relaxar durante o expediente e um happy hour organizado na última sexta-feira de cada mês. O objetivo é de que a conversa informal estimule novas ideias.

"Essas ações ajudam as pessoas a se integrar e a se sentir mais motivadas, especialmente a geração Y", diz o diretor da agência, Rodrigo Geammal. "Se você não estimular essa geração no dia a dia, ela vai buscar outras oportunidades, porque são apaixonados por criatividade", diz.

Já a Embraer, assim como muitas outras empresas, criou o programa Boa Ideia, no qual todos os funcionários podem sugerir soluções para melhorar processos, favorecer o meio ambiente, a segurança e a ergonomia. Os autores das ideias que forem implantadas ganham prêmios que vão de eletrodomésticos a um valor em dinheiro entre R$ 1 mil e R$ 10 mil. "No ano passado, recebemos 12 mil sugestões e implantamos 5,5 mil, uma média de 25 por dia", diz o coordenador do programa, Hernani Ribeiro. Essas ideias geraram um retorno de US$ 23 milhões.

"Um dos empregados da fábrica ganhou três vezes a premiação máxima e usou o dinheiro para pagar sua faculdade. Hoje, ele é gestor e estimula sua equipe a participar do programa", conta Ribeiro.Essas iniciativas são aprovadas por especialistas no assunto, que apontam a importância de uma atmosfera corporativa saudável para que as boas ideias possam florescer. "Um ambiente onde todos os profissionais podem se expressar, trocam de funções temporariamente e se sentem motivados, ajuda as pessoas a não silenciar", diz Santos.
Fonte: Agência Estado.

Estado vai colher maior safra da história

Agricultores gaúchos devem colher este ano mais de 25,5 milhões de toneladas de grãos.A safra de grãos de verão no Rio Grande do Sul será a maior da história do Estado, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (20) pela Emater/RS. De acordo com o órgão, os agricultores gaúchos devem colher este ano mais de 25,5 milhões de toneladas de arroz, milho, soja e feijão, alta de 10,6% ante a safra anterior, quando os números já representaram um recorde.

Segundo o dados, a volume de grãos comercializados, considerando-se os preços médios de abril, significará R$ 13.805 milhões recebidos pelos produtores do Estado. A estimativa foi anunciada pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Ivar Pavan, pelo presidente da Emater/RS, Lino De David, e pelo diretor técnico da Emater/RS, Gervásio Paulus


Conforme o governo gaúcho, a estimativa é baseada em números bastante precisos, considerando-se que a colheita se encaminha para a conclusão: 80% das lavouras de soja e 87% das de arroz, culturas de maior produção, já foram colhidas.

No caso do milho a colheita atinge esta semana 64% das plantações. A primeira safra de feijão foi concluída e 29% dos grãos da segunda safra já foram retirados das lavouras. Além disso, o governo ainda afirma que "é expressivo o percentual de lavouras maduras e prontas para a colheita".

Pavan atribui os resultados à combinação entre acesso ao crédito, emprego de tecnologias e clima favorável. "O crédito faz com que o produtor tenha acesso à tecnologia e faça um bom plantio, o que, somado ao clima favorável e à assistência técnica de qualidade, nos dá o resultado que observamos nesta safra", afirma.

Já segundo Paulis, diferente da previsão inicial, que indicava escassez de chuva em função do fenômeno La Niña, o clima acabou se mostrando favorável às lavouras. As chuvas ocorreram com relativa frequência e nos momentos certos, o que garantiu aumento das produtividades médias estaduais.

O arroz apresentou variação positiva tanto em relação à área plantada quanto à produção, 26,64% maior que na safra anterior, e produtividade 16,5% superior ao ano passado - ao todo devem ser colhidas 8.695 toneladas de arroz.

Nas lavouras de soja a estimativa é de que sejam colhidas 11.220 toneladas, 7% a mais que no ano passado. No caso do milho a produção deve ser de 5.491.582 toneladas, 2,4% a menos que no ano passado, mas com uma produtividade média 2,2% superior. A produção da primeira safra de feijão foi 22,5% superior que a de 2009/2010 e a segunda deve superar em 6% a produção da safrinha do ano passado.

O levantamento foi realizado na primeira quinzena de abril e contou com informações de 336 escritórios municipais da Emater/RS-Ascar que cobrem, em média, 80% das áreas cultivadas com as culturas analisadas.
Fonte: Jornal do Comércio.

Copom eleva taxa de juros para 12% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (20) elevar a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual para 12% ao ano. Com isso, reduziu o ritmo de alta do juro básico da economia iniciado em janeiro deste ano, quando a taxa foi elevada em 0,50 ponto porcentual, e no início de março, quando também subiu meio ponto. Foi a terceira reunião do comitê que reúne os diretores do BC sob o comando de Alexandre Tombini na instituição, e do governo de Dilma Rousseff.


A decisão de hoje ficou fora da previsão da maior parte dos analistas financeiros. De acordo com levantamento, de 70 instituições financeiras consultadas, 47 esperavam uma alta de 0,50 ponto porcentual; 22 instituições previam aumento de 0,25 ponto porcentual e uma, o Banco Santander, previa estabilidade.
A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 7 e 8 de junho. A ata da reunião de hoje será divulgada pelo BC na quinta-feira da próxima semana, dia 28 de abril.

Em comunicado divulgado depois da reunião, o Copom explica que "dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu elevar a taxa Selic para 12% ao ano, sem viés, por 5 votos a favor e 2 votos pelo aumento da taxa Selic em 0,5 ponto percentual".

O Copom adiantou também que "considerando o balanço de riscos para a inflação, o ritmo ainda incerto de moderação da atividade doméstica, bem como a complexidade que ora envolve o ambiente internacional" entendeu que, neste momento, "a implementação de ajustes das condições monetárias por um período suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2012."

Foi o terceiro aumento da taxa Selic no ano. A taxa básica de juros terminou 2010 em 10,75% ao ano e está, agora, no nível mais alto desde janeiro de 2009, quando estava em 12,75%.

O reajuste dos juros é mais um instrumento que o governo tem para tentar controlar a inflação. Em dezembro do ano passado, a tentativa de fazer a inflação baixar começou quando o BC aumentou o compulsório bancário, retirando cerca de R$ 61 bilhões de circulação, com o objetivo de reduzir o crédito e o consumo no mercado doméstico. Além disso, o BC exigiu também que os bancos disponibilizassem mais capital próprio como seguro nos empréstimos de longo prazo.

Para Fiergs, gastar menos e melhor é o remédio mais adequado contra inflação
O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Tigre, criticou a decisão do Copom na noite desta quarta-feira. Para ele, gastar menos e melhor é o remédio mais adequado contra inflação.

"O controle da inflação deve ser um compromisso de todos os governos, pois é uma conquista da sociedade brasileira. Entretanto, é importante lembrar que não há apenas os juros nessa missão. Vamos continuar insistindo: o governo precisa gastar menos e melhor. Ser mais eficiente é a medida mais barata para conter a inflação", afirmou o dirigente.

De acordo com Tigre, o setor produtivo precisa produzir e cabe ao governo controlar as variáveis que tornam o País atrativo para os novos negócios. "O governo precisa, necessariamente, fazer escolhas pois é impossível manter gastos elevados, câmbio desvalorizado e inflação controlada", disse o industrial, destacando que outro ponto fundamental é o avanço na agenda de reformas tributária, trabalhista e previdenciária.

Para Fiesp, alta da Selic aumenta gasto público em R$ 4,5 bi
A alta de 0,25 ponto porcentual da taxa básica de juros (Selic), decidida hoje pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, foi criticada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). De acordo com o presidente da entidade, Paulo Skaf, o aumento da Selic para 12% ao ano é uma decisão que não conseguirá reduzir os preços das commodities que pressionam os preços internos. "Vai, sim, aumentar o gasto público brasileiro, consumindo no ano mais R$ 4,5 bilhões que poderiam ser investidos em áreas prioritárias, como saúde, educação e infraestrutura", afirmou, por meio de nota.

Segundo a Fiesp, o custo provocado pela alta da Selic seria suficiente para a construção de 3 mil escolas e o aparelhamento de 180 hospitais. Além disso, para a entidade, o Brasil está na contramão das taxas verificadas em outros países. "Este aumento agravará a entrada de capital especulativo no Brasil, comprometendo ainda mais nossa competitividade, que já sofre com um real supervalorizado em relação ao dólar", afirmou Skaf.

O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Rogério Amato, disse hoje que o aumento da taxa Selic era "inevitável". "A decisão do Copom de aumentar a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual já era esperada, tendo em vista os resultados da inflação registrada pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) nos últimos meses", afirmou, em nota. "Apesar de ser uma medida desagradável e que terá reflexos negativos sobre a economia, ela se tornou inevitável para tentar atuar sobre as expectativas."

Na avaliação dele, o governo deveria agir de forma a controlar seus gastos para reforçar a ação do Banco Central. "Melhor seria o governo agir de forma mais efetiva no controle dos seus gastos."

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), Abram Szajman, considerou "incoerente" a elevação da taxa básica de juros. Também em nota divulgada hoje, Szajman disse que o governo deveria cortar gastos e melhorar a eficiência dos serviços prestados.


"Manter inflação baixa com juros altos é incoerente", afirmou. "O excesso de gastos públicos coloca mais dinheiro em circulação e canibaliza parte dos efeitos da Selic elevada. O resultado geral dessa experiência é o pior dos mundos: taxa de juros elevada, encarecimento da dívida pública e inflação resistente com perda de competitividade da indústria nacional por causa do câmbio valorizado."

Na avaliação da entidade, a decisão do Copom contribui para a valorização do real e atrai mais capital especulativo. "Ao mesmo tempo em que o governo tenta frear a inflação com seguidos aumentos do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da Selic, por outro lado continua a expandir gastos através do Tesouro. Em relação ao câmbio, as medidas tomadas a conta-gotas prejudicam a imagem do Brasil no cenário mundial", disse Szajman.

CNI considera aumento da taxa Selic 'inadequado'
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considerou "inadequada" a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa básica de juros da economia em 0,25 ponto porcentual, para 12% ao ano. "A alta de 0,25 ponto dos juros básicos, ainda que em ritmo menor que na reunião passada, mostra uma perspectiva de combate ao aumento dos preços centrada unicamente na política monetária, sem o peso devido da política fiscal", diz a nota divulgada hoje pela entidade.


"O aumento da Selic aponta para um ciclo de aperto monetário com reflexos na valorização cambial e graves danos à atividade produtiva. A política fiscal é subutilizada no controle da inflação, quando deveria ser prioritária para evitar uma alta sistemática dos preços", acrescenta a nota.


Para a CNI, a experiência internacional mostra que o controle do gasto público causa efeitos mais eficientes e rápidos sobre o nível geral de preços do que a política monetária. "O custo econômico desse impacto é substancialmente menor, tanto em termos de crescimento do Produto Interno Bruto como na duração do ciclo de ajuste ao longo dos anos". Ainda segundo a nota, "a busca do controle da inflação unicamente pela via monetária concentra o ônus sobre o setor produtivo e encarece consideravelmente o investimento."


CNDL critica a decisão do Banco Central
A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) lamentou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar a taxa básica de juros, e reitera que as medidas adotadas em conjunto pelo Banco Central e pelo Ministério da Fazenda no esforço de combater as pressões inflacionárias têm produzido um efeito nefasto na economia. O Copom aumentou hoje a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, ficando agora em 12% ao ano.

Para o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, a elevação da Selic está mitigando a oferta imediata de recursos não só para o consumo, como pretende o governo, como também para o investimento produtivo, o que pode gerar um descompasso ainda maior no futuro entre oferta e demanda. "Estão aumentando a dose de um remédio que já não surtiu efeito, e que não é adequado para a doença em questão. É preocupante, porque esse remédio, em doses muito altas, pode matar o paciente ao invés de curá-lo", alertou o presidente da CNDL, em nota distribuída à imprensa.

Pellizzaro lembra, na nota, que o descontrole da inflação se deve mais aos aumentos de preços nos itens alimentação e transportes do que em bens de maior valor agregado, como carros, motocicletas e eletroeletrônicos, que são mais suscetíveis ao volume de crédito disponível. Esse efeito, segundo ele, se evidencia pelos números divulgados hoje pelo IBGE do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de abril, que mostrou claramente que a carestia se encontra nos itens de consumo diário, que não são afetados por medidas de contenção de crédito.

"O governo precisa conseguir novas estratégias para conter a demanda, porque o problema é que não há oferta suficiente, e muito provavelmente chegaremos a 2012 com inflação acima do teto da meta, de 6,5%. O Brasil precisa de infraestrutura condizente com sua capacidade de consumo, e o aumento de juros vai na direção contrária de resolver essa questão", avaliou.

Fonte: Jornal do Comércio, com informações da Agência Estado e Agência Brasil.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O primeiro deles, segundo especialistas, é averiguar se os motivos são baseados em fatos e afetam resultados

Questionar o líder quando ele comete algum erro durante o desenvolvimento de um projeto ou mesmo quando comete alguma injustiça com alguém da equipe pode não ser comum e poucos profissionais acabam fazendo. Contudo, questionar a liderança em tempos de mercado mais aberto é possível – sempre observando determinados cuidados.

“Como em qualquer relação, existe sempre um limite, tanto na forma de questionar como na postura”, afirma a sócia da Search Consultoria em Recursos Humanos Ilana Lissker. Para ela, a possibilidade de se questionar comportamentos e decisões dos líderes é maior ou menor dependendo da relação que o profissional tem com a liderança. “Dependendo do grau de abertura, dá para o subordinado conversar com o líder”, completa a gerente de Marketing da Monster Brasil, empresa de recrutamento e gerenciamento de carreiras on-line, Andreza Santana.

Vá com calma: questionar superiores é possível, mas requer alguns cuidados

Para ela, via de regra, questionar o líder é sempre uma tarefa complicada, ainda que o profissional tenha motivos para fazê-lo. Mas alerta que é preciso ter razões consistentes para quaisquer questionamentos. “A abordagem vale a pena se ela for madura e baseada em fatos e não em impressões”, aconselha.

Com interrogações na cabeça

Levantar dúvidas sobre o comportamento ou determinada decisão do líder só deve ser feito se essas ações provocarem danos no trabalho da equipe ou no resultado do profissional. Não são raros casos em que gestores privilegiam determinados funcionários em detrimento de outros ou mesmo que cometam injustiças com alguns colaboradores.

Questionar esses comportamentos é mais delicado, tendo em vista que dificilmente é possível constatar na prática os prejuízos dessas ações. “Além disso, um líder que age dessa forma já tem dificuldades de ouvir e entender o problema”, avisa Ilana. Esse tipo de situação é mais fácil de ser resolvido quando o prejuízo envolve toda a equipe. E ainda assim é preciso cuidado na hora de tratar esse assunto. “É preciso que o profissional sinta essa situação, porque, dependendo do caso, o líder pode se sentir ameaçado”, completa a consultora.

Para Andreza, o importante nessas situações é o profissional tentar não abalar uma relação de confiança que pode estar estabelecida. “Quando há essa perda, fica mais difícil lidar com essa situação”, afirma. Por isso, ela recomenda três passos fundamentais para se questionar o líder. “O profissional deve fazer uma análise para ver se a razão para se questionar o chefe é objetiva ou subjetiva”, afirma.

Se o profissional constatar que as razões são objetivas e que há fatos que as comprovem, o profissional deve compartilhar suas constatações com alguém de confiança. “De preferência, alguém de senioridade maior que ele, com mais experiência”, completa Andreza. Caso seja constatado que existe uma razão concreta para os questionamentos, o profissional deve ter uma conversa direta com o líder. Mas sempre observando a situação e respeitando os limites.

Os limites em situações como essas são, na avaliação das especialistas consultadas, o respeito à hierarquia e ao próprio líder, como um profissional geralmente mais experiente que o colaborador. “Por mais que ele lhe dê abertura, ele é o seu chefe”, alerta Ilana. “O ideal é nunca colocar esse líder contra a parede”, alerta.
Fonte: Administradores.com.br

domingo, 17 de abril de 2011

Tombini indica que vai elevar os juros

Palestra do presidente do BC em Washington estimulou analistas a elevar apostas a 0,5ponto porcentual na reunião do Copom da próxima semana

A menos de uma semana da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sinalizou que o ciclo de aumento da taxa básica de juros, a Selic, não terminará tão cedo quanto imagina o mercado. A maioria dos analistas independentes prevê alta de 0,5 ponto porcentual - de 11,75% para 12,25% - como a última alta do período pós-crise internacional.

Tombini indicou ainda que o BC e o Ministério da Fazenda já estão se preparando para um período de saída de capitais, motivado pelo aumento dos juros nos Estados Unidos e na Europa. A fala do presidente do Banco Central estimulou parte dos analistas ainda crentes em um aumento de 0,25 ponto porcentual na Selic, na semana que vem, a elevar suas apostas a 0,5 ponto e contribuiu para uma baixa nas ações do setor bancário e nos papéis do varejo e das empresas de construção no fim da manhã.

"Estamos no meio de um ciclo de aperto monetário. Já subimos os juros em 300 pontos básicos e temos adiante mais trabalho a fazer", afirmou, em palestra em um seminário sobre as perspectivas econômicas para a América Latina, promovido pelo Brookings Institution. "É nosso dever assegurar a estabilidade financeira e a inflação dentro da meta", completou Tombini.

À plateia, Tombini explicou sua preocupação com os riscos inflacionários e com uma futura instabilidade financeira, decorrentes do intenso fluxo de capital no Brasil. O compromisso do BC, a rigor, é convergir a inflação ao centro da meta de 4,5% em 2012 - o que significa derrubar o indicador atualmente próximo ao teto, de 6,5%. Em consonância com o Ministério da Fazenda, criticou a excessiva liquidez resultante da política monetária das economias desenvolvidas. Em especial, dos EUA, onde os juros básicos estão próximos a zero desde dezembro de 2008 e onde a política de recuperação está assentada na emissão de dólares.

Tombini justificou as medidas macroprudenciais adotadas pelo governo para moderar o fluxo de capitais e o crescimento do crédito, sem as quais o trabalho do BC correria o risco de ser inteiramente "desfeito". Citou a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) das aplicações em renda fixa, as compras com cartão de crédito e os empréstimos tomados por companhias no exterior. Conforme indicou, a vigência dessas medidas está associada à retomada mais vigorosa da economia nos países desenvolvidos.

"Chegará o momento em que as condições financeiras e monetárias começarão a se normalizar nos EUA e em outros países avançados", afirmou, referindo-se à perspectiva de o aumento de taxas de juros nesses mercados voltar a atrair boa parte dos capitais hoje direcionados para o Brasil. "No meio tempo, precisamos cuidar das pressões inflacionárias. É o que estamos fazendo."
Fonte: Agência Estado.

TV digital atende 46% da população brasileira, diz Anatel

Expectativa da agência é que cobertura digital no Brasil seja igual ou superior à atual antes de 2016, ano em que está previsto o fim das transmissões analógicas

O serviço de TV digital alcança 46% da população brasileira. Levantamento divulgado nesta quinta-feira, 14, pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mostra que o Brasil possui em operação 102 emissoras com tecnologia digital, que atendem 87,7 milhões de pessoas em 480 municípios , o equivalente a 45,98% da população brasileira. A expectativa, segundo a Anatel, é que a cobertura da Televisão Digital Terrestre no Brasil seja igual ou superior à cobertura analógica atual antes mesmo de 2016, ano em que está previsto o fim das transmissões analógicas.

A partir deste mês, os dados sobre TV Digital poderão ser consultados no portal da Anatel. A agência informou que tem trabalhado na administração do espectro radioelétrico de forma a permitir a convivência entre canais digitais e analógicos, livre de interferências, durante o período de transição entre as tecnologias.

O Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD) foi instituído pelo Decreto n.º 4.901, de 26 de novembro de 2003 e implementado por meio do Decreto n.º 5.820, de 29 de junho de 2006, que estabeleceu as diretrizes para a transição do sistema de transmissão analógica para o sistema de transmissão digital,

Em abril de 2011, a Anatel colocará em consulta pública proposta de alterações dos planos básicos de TV Digital (PBTVD) para o interior dos Estados do Amapá, Rondônia, Roraima, Pernambuco, Alagoas e Paraíba. Em maio, serão submetidas à apreciação da sociedade as propostas de alterações do PBTVD para o interior dos Estados do Rio Grande do Sul, Pará e Tocantins. Em junho, a Agência colocará em consulta pública as propostas de alterações do PBTVD no interior de Sergipe, Bahia, Paraná, Ceará e Rio Grande do Norte. Assim, a Agência encerrará, em 2011, o ciclo de estudos e planejamento para a disponibilização de canais de TV Digital em todos os municípios brasileiros.

As transmissões digitais tiveram início na cidade de São Paulo, em dezembro de 2007, e hoje se estendem pela maioria das capitais brasileiras e pelo interior de algumas unidades da Federação.
Fonte: Agência Estado.

Itaú Unibanco anuncia compra de 49% do Banco Carrefour por R$ 725 milhões

A instituição conta atualmente com uma base de 7,7 milhões de contas e carteira de crédito no valor de R$ 2,254 bilhões

O Itaú Unibanco comunicou há pouco ao mercado que firmou hoje com o Carrefour Brasil contrato de compra e venda de ações para aquisição de 49% do Banco CSF S.A. (Banco Carrefour), pelo valor de R$ 725 milhões. O montante corresponde a um múltiplo P/L (Preço/Lucro) 2010 de 11,6 vezes.

O Banco Carrefour é a entidade responsável pela oferta e distribuição, com exclusividade, de produtos e serviços financeiros, securitários e previdenciários nos canais de distribuição do Carrefour Brasil operados com a bandeira Carrefour (canais eletrônicos e 163 hipermercados e supermercados). A instituição conta atualmente com uma base de 7,7 milhões de contas e carteira de crédito (valor bruto) no valor de R$ 2,254 bilhões (data-base 31 de dezembro de 2010).

Segundo o comunicado do Itaú, a conclusão da operação depende da aprovação do Banco Central. "O Itaú Unibanco espera, com a conclusão desta operação com o Carrefour Brasil, fortalecer sua atuação no segmento de crédito ao consumo, considerando as bem-sucedidas experiências dos dois grupos em seus respectivos segmentos no Brasil", diz a nota.

"O Itaú Unibanco aproveita para reafirmar, com essa operação, seu compromisso com o mercado brasileiro e com a criação de valor a longo prazo para seus acionistas", acrescenta.
Fonte: Agência Estado.

Empresas já reduzem exigências na hora de contratar, aponta pesquisa

As posições começam a se inverter. Se no passado era o trabalhador que corria atrás das empresas para conseguir um bom emprego, hoje são as empresas que fazem qualquer negócio para contratar ou manter um funcionário. De acordo com pesquisa feita pela Fundação Dom Cabral com 130 companhias, responsáveis por 22% do Produto Interno Bruto (PIB), 92% das empresas estão com dificuldade para contratar profissionais.

Nesse cenário, vale tudo para preencher uma vaga, desde importar mão de obra de países vizinhos e fazer anúncios de emprego durante a missa até designar profissionais para promover a imagem do grupo entre candidatos. Foi-se o tempo também que para encontrar um bom emprego era preciso ter pós-graduação, mestrado e doutorado, além de experiência na área. Hoje muitas companhias já abrem mão dessas exigências.

Dados da pesquisa da Dom Cabral mostram que 54% das companhias reduziram os requisitos na contratação de pessoal para a área técnica e operacional. Nos cargos estratégicos, 28% das empresas também diminuíram as exigências, como pós-graduação, fluência em idiomas e experiência. A solução tem sido contratar o profissional sem experiência, treiná-lo e capacitá-lo com cursos moldados à necessidade da companhia.

"O poder mudou de lado", resume o professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, responsável pela pesquisa. Na avaliação dele, hoje quem está dando as cartas no mercado são os trabalhadores, e não mais as empresas. "A situação é resultado de uma série de armadilhas criadas pela própria sociedade. Primeiro desvalorizou-se a mão de obra técnica. Depois inundamos o mercado com profissionais diplomados e baixa qualidade."
Fonte: Agência Estado.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Eldorado dos executivos

Prioritário para grandes empresas, o mercado brasileiro já paga salários mais altos que países desenvolvidos e vira um destino cobiçado para profissionais estrangeiros

O início de 2011 marcou uma virada nas carreiras do italiano Nico Riggio, do suíço Dominik Maurer e do brasileiro Luiz Sales. A trajetória desses executivos reflete a relevância que o mercado brasileiro ganhou para empresas e investidores internacionais. Riggio trocou Nova York pelo Brasil para iniciar um negócio de bebidas. Maurer recusou a oportunidade de voltar para a matriz da alemã T-Systems para comandar a filial brasileira. E Sales foi tirado da concorrência para capitanear a americana Targus, empresa de acessórios para informática que vai expandir a operação brasileira para cumprir objetivos globais.

Entre as multinacionais, o Brasil é visto como um mercado essencial. Entretanto, montar a equipe de comando de um negócio no País passou a custar mais do que em qualquer economia desenvolvida. Segundo estudo da consultoria Hay Group, a remuneração média anual de um diretor financeiro no Brasil, incluindo salário e bônus, é de US$ 510 mil. É mais do que nos Estados Unidos (US$ 425 mil), na Alemanha (US$ 430 mil) e no Reino Unido (US$ 390 mil).
Fonte: Agência Estado.

Pesquisa Mensal de Comércio aponta queda nas vendas em 7 de 10 setores

Entre os dez grupos avaliados pela Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em fevereiro, apenas três tiveram alta no volume de vendas, na comparação com janeiro: tecidos, vestuário e calçados (1,4%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,4%) e combustíveis e lubrificantes (0,1%). Já entre as principais variações negativas estão: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,3%), artigos farmacêuticos, médicos e perfumaria (1,4%) e material de construção (1,5%).

Por outro lado, na comparação com fevereiro de 2010, todos as atividades mostram alta no volume de vendas. O índice geral do varejo teve alta de 8,2% nessa comparação. A média móvel trimestral teve variação de 0,2%, ante 0,64% em janeiro, indicando, para o IBGE, um retrato mais fiel do arrefecimento das vendas do que a queda em fevereiro, ante janeiro, de 0,4%.

"A gente não pode dizer que há aqui uma inflexão, uma tendência de queda em fevereiro, vide a média móvel trimestral. Temos que aguardar os próximos meses, até porque a renda continua em alta e o emprego, estável", avaliou Reinaldo Pereira, técnico do IBGE responsável pela Pesquisa Mensal de Comércio.

Para ele, as medidas macroprudenciais do governo para desacelerar o consumo já começam a mostrar efeitos em alguns segmentos, como o de veículos e motos, partes e peças, que teve o segundo resultado negativo consecutivo: as vendas caíram 1,1% em fevereiro em relação a janeiro.

No entanto, Pereira não acredita que as novas medidas do governo, como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para o crédito para pessoa física, terão efeito forte sobre as vendas do comércio nos próximos meses. "O brasileiro não costuma observar os impostos. A decisão de comprar está ligada ao fato de a prestação de um financiamento caber ou não no seu orçamento", afirmou.
Fonte: Agência Estado.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Perspectiva para a virada

Há uma luz no fim do túnel quando empresas à beira da falência buscam a recuperação judicial.Ninguém gosta de ficar sem dinheiro para pagar a conta de luz ou a de água. O efeito imediato é o corte do serviço. Não há choro que evite o apagão doméstico. O gerente administrativo financeiro da Bellagres Indústria Cerâmica, com sede em Charqueadas, Valério Serafim da Silva, passou pelo sufoco há pouco mais de três anos e teve de buscar, ao lado dos proprietários e executivos, uma solução. A opção, após um mergulho profundo na situação econômico-financeira do negócio e no potencial de mercado, foi pela recuperação judicial, modalidade que estreou em 2005 na legislação brasileira. "O ponto forte era que os gestores queriam mudar a realidade, profissionalizar e reestruturar a operação", assinala o executivo.

A empresa, uma das mais importantes da economia do município distante 55 quilômetros de Porto Alegre e com 230 empregados, ocupava, à época, 70% da capacidade instalada de quase 370 mil metros quadrados mensais de revestimento. Uma das primeiras atitudes do recém-contratado diretor foi aumentar a capacidade da fábrica e até adquirir nova linha de produção. "Sem produto não há receita para pagar nem mesmo a conta da luz", justifica. Silva recorda que a ameaça de corte de energia surgia em fins de semana, quando cansou de ligar à concessionária pedindo para que não fosse interrompido o fornecimento.

O diretor tem a certeza, hoje, passadas as maiores contingências, de que até a compreensão do funcionário da companhia de luz ajudou a indústria a dar a volta por cima. Cafezinho foi outra regalia cortada. A conta mensal era de R$ 365,00. Um luxo, quando não havia fluxo de caixa para despesas mais elementares, justifica Silva. Mas, mesmo na terra arrasada, o executivo, que aportou em Charqueadas após passar pelo teste de duas recuperações judiciais em cerâmicas no Sul catarinense, não arredou da meta de aumentar a produção e diversificar. Outra atitude, que ele lembra como se fosse hoje, foi alterar a estratégia de marketing.

Era 26 de julho de 2007, o administrador propôs aos donos a mudança no posicionamento da marca. O slogan passou a ser Bellagres - A cerâmica do Rio Grande. Afinal, era a única indústria estadual no ramo. Também disparou o desenvolvimento de novos produtos. Com o dobro da capacidade e prevendo crescer 15% em 2011, o grupo projeta investir para alcançar uma produção de 1 milhão de metros quadrados mensais de revestimento nos próximos anos e levará 12 lançamentos à Construsul deste ano, maior feira da área no Sul do País. A empresa também gerou recursos para inovar e criou a telha Tecma, com tecnologia própria. O processo de recuperação judicial, homologado na metade de 2010 pela Justiça, não precisou do aval de credores, passo previsto em lei. "Não houve nenhuma oposição ao nosso plano", comemora o gestor.

Foguetes no dia do sinal verde ao plano das Lojas Obino
Em Bagé, na Campanha gaúcha, houve estouro de foguete em 2 de março, quando uma assembleia de credores aprovou o plano de recuperação judicial das Lojas Obino, maior empregadora da cidade e que havia anunciado a adesão ao procedimento em julho de 2010. Um dos funcionários mais antigos da rede, há 27 anos na empresa, Sérgio Marimon, traduziu a data como um alívio para ele e os colegas que atuam em 45 lojas. "Experimentamos o temor de a empresa fechar e a chance de dar a volta por cima", resumiu Marimon, hoje na área de TI.

Há oito meses teve, sim, demissão de 200 trabalhadores, além do fechamento de 20 filiais, ações enquadradas no plano de curto e médio prazo para devolver as condições de operação da rede, explica o consultor da americana Alvarez&Marsal, especializada em salvar empresas de crises, Gonzalo Grillo. A consultoria foi contratada para comandar a empreitada na Obino. Grillo conseguiu em poucos meses negociar um passivo de R$ 115 milhões, derrubando a cifra para R$ 30 milhões, incluindo débitos fiscais e de bancos. O consultor, que não revela, claro, o segredo para tamanho êxito na redução da dívida, avisa que a atual fase é de busca pela normalidade do negócio.

Uma meta é chegar a R$ 200 milhões de faturamento em quatro anos, depois de alcançar R$ 100 milhões em 2010. Em 2011, o desafio é crescer mais de 15%. O profissional aponta o crescimento do varejo, na carona do avanço da classe C como impulso. Mas também atribui a rapidez nos resultados a um trabalho cirúrgico sobre a gestão, as finanças e o zelo da marca. "A reestruturação é a arte de criar valor para a companhia e para todas as pessoas envolvidas", conceitua o expert. O consultor garante que a rede não mudará o mix de produtos nem deve abrir mais lojas. "O foco agora é gerar valor na operação", afirma Grillo.

Novo artigo na legislação brasileira está em vigor desde 2005 e substitui a antiga concordata
A história da Bellagres serve para ilustrar a profunda incursão nos porões da gestão de um negócio para retirá-lo da rota de uma eventual falência. As medidas adotadas compõem a receita de um processo de recuperação judicial, artigo novo na legislação brasileira que promoveu alterações sensíveis para empresas que estão na trilha do esgotamento. Neste mecanismo, que substitui a antiga concordata, o negócio busca aval de credores para renegociar débitos e ainda retomar a vida diária com fornecedores, que têm prioridade na quitação mensal. Fluxo de caixa injetado prioritariamente na manutenção da vida da empresa. Em paralelo e sempre sob o olhar da Justiça, os donos devem parcelar dívidas, que costumam ser enxugadas, e saldá-las.

Especialista na área e integrante da paulista Erimar Consultoria Empresarial, Estácio Florentino ressalta a importância de saber o momento de recorrer ao recurso previsto na Lei de Recuperação e Falências. "Quanto mais rápido o empresário decidir que é hora de pedir o auxílio, maiores as chances de evitar o declínio do negócio." Fazer um diagnóstico detalhado e objetivo e cumprir prazos e determinações legais são condições imprescindíveis no andamento do procedimento. O gerente administrativo financeiro da Bellagres Indústria Cerâmica, com sede em Charqueadas, Valério Serafim da Silva, orgulha-se de ter antecipado a quitação de débitos trabalhistas. "Preciso ter o quadro de pessoal comigo. Os funcionários são uma peça fundamental na retomada", valoriza o executivo.

Em junho, a empresa avança no abatimento de parcelas com outros credores e já programa encerrar este capítulo de intensa tormenta e aprendizado em dez anos. "Tudo depende da atitude do dono ou da direção da empresa em realmente querer a solução", condiciona o advogado Roberto Martins, do escritório Zago&Martins. Para Gonzalo Grillo, consultor da americana Alvarez&Marsal, que comanda atualmente o saneamento da rede de varejo gaúcho Lojas Obino, não é surpreendente a demora em acionar a lei, pois "o ser humano tem dificuldade de perceber que a situação está desandando".

Foi no ano em que a cerâmica gaúcha entrou para a família brasileira das empresas em recuperação judicial - 2009 - que o expediente registrou maior volume de pedidos e concessões. Segundo a Serasa Experian, foram 670 solicitações e 492 deferimentos. O assessor econômico da empresa de análise e cadastro de crédito, Carlos Henrique de Almeida, associa o número recorde ao período da crise econômica mundial. Sem caixa e com crédito comprimido no mercado, nada mais óbvio que as empresas em dificuldades recorrerem ao novo mecanismo.

Em 2010, os números encolheram e ficaram em 475 pedidos e 361 concessões. No Estado, a adesão é considerada ainda baixa e não aparece na estatística da Serasa. Martins aponta a existência de poucas varas especializadas como limitador para maior agilidade e popularização dos processos.

A Aeromot, o síndico e o advogado
O engenheiro Cláudio Barreto Viana quase não acreditou quando um e-mail da Embraer aportou em sua caixa de mensagens na tarde de sexta, 1 de abril. Apesar de o dia ser conhecido popularmente como o da mentira, Viana, dono da gaúcha Aeromot, sabia que o remetente, a brasileira e uma das maiores companhias mundiais de fabricação de aeronaves, informava algo muito sério e o que poderia ser a salvação do negócio. "Fomos pré-qualificados para disputar o fornecimento de bancos e macas para um cargueiro militar, o KC-390.

Certamente vencemos até concorrentes internacionais", descreveu Viana. Agora começa a torcida, pois em 30 a 60 dias deve sair o resultado da seleção. "Estimamos que cada unidade envolverá contrato de R$ 500 mil nos dois itens, e a Embraer quer fabricar 150 aviões nos próximos anos", projeta o empresário.

Se não fosse pela trajetória dos últimos dois anos da empresa, o entusiasmo com uma notícia que ainda não implica encomendas não seria tão elevado. A companhia, precursora do setor no Rio Grande do Sul, agarrou-se ao processo de recuperação judicial para garantir fôlego extra e reverter a grave crise financeira. Mesmo sem ter a aprovação do plano, que aguarda decisão do juiz, o engenheiro, que já atuou na antiga Varig, declara que o estancamento de pagamentos de débitos passados e a liberação de certidões fiscais, garantem a possibilidade de se habilitar a vender a Embraer.

A crise tem origem na desvalorização cambial, que rebaixou a receita de exportações, e perda de clientes para o motoplanador Ximango. "A compreensão dos juízes de que algumas empresas como a Aeromot podem passar por problemas eventuais e se reerguerem é muito importante", reconhece Viana.

Na escalada pelo saneamento, o dono da empresa, seu advogado Roberto Martins, e o administrador judicial, responsável por fiscalizar o processo, Luiz Henrique Guarda, celebraram um pacto informal para garantir a operação. "É a chance de a empresa se reerguer", aposta Martins. "O status da recuperação judicial permite que casos como o da Aeromot possam retomar seu mercado", aponta Guarda. Viana espera que a Justiça homologue a parte final da recuperação, mas dependerá de caixa.

O cronograma para saldar credores será o maior teste da empresa. O status, destaca o advogado, sócio do escritório Zago&Martins, abre espaço para que o fluxo de novas receitas seja direcionado principalmente à operação. Aos 79 anos e uma saúde que inspira cuidados, Viana também alimenta o sonho de vender unidades do Ximango ao governo federal para uso em patrulhamento de grandes cidades. "Temos a tecnologia. Podemos fazer", acredita o fabricante veterano, lembrando das demandas já projetadas para a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016.

Mérica reconstrói a volta ao mercado após a depressão
O empresário gaúcho da construção civil Paulo Feijó tinha tudo para estar na crista da onda do seu setor. Com trajetória de atuação em moradia de baixa renda, o construtor fez seu cartaz erguendo módulos do antigo Programa de Arrendamento Residencial (PAR), que hoje virou um dos nichos do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), do governo federal. Mas uma parceria com uma grande incorporadora que não deu certo inverteu a boa fase da empresa da noite para o dia em 2009. "Perdi o chão, meus fornecedores passaram a desconfiar das minhas condições de operação. A corda sempre arrebenta no lado mais fraco", descreve Lopes.

O empresário tentou reverter a maré ruim sozinho. O que só adiou o remédio final: render-se ao procedimento terapêutico da recuperação judicial. "Demorei muito tempo para tomar a decisão. Isso custou parte do meu cérebro", ilustra, sobre o período de dificuldades e estresse. Em 2010, o dono da Mérica Brasil Empreendimentos, com sede em Caxias do Sul, conseguiu o aval da Justiça ao plano para resgatar seu negócio e, desde então, reconstrói a volta ao mercado e com foco agora em clientes de classe média.

Feijó lançou empreendimentos com 170 unidades situados em Gravataí e Esteio. Outros 800 apartamentos estão engatilhados em novos projetos. "O melhor da festa começa agora. Sei o tamanho que posso ter e daqui para frente selecionarei com cuidado meus parceiros", assimilou o construtor.




Fonte: Jornal do Comércio.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Governo cancela 40 mil benefícios do Bolsa Família por descumprimento de exigências

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) cancelou, até o mês passado, 40.383 benefícios do Programa Bolsa Família por causa da baixa frequência escolar e pelo não cumprimento da agenda de saúde. Além disso, o ministério suspendeu o pagamento de 120.548 benefícios por 60 dias.

Para participar do programa, dependentes de 6 a 15 anos devem atingir, no mínimo, 85% de frequência escolar. Para adolescentes de 16 e 17 anos, é cobrada frequência mínima de 75%. Na área da saúde, para crianças com até sete anos de idade é exigida a caderneta de vacinação em dia. As gestantes, por sua vez, devem fazer o exame pré-natal de acordo com as exigências médicas. Para participar do programa, a renda mensal familiar não pode ultrapassar R$ 140 por pessoa.

Em caso de descumprimento das regras, o programa prevê quatro etapas até o cancelamento do benefício: advertência, bloqueio do pagamento, suspensão do benefício e, por fim, o cancelamento definitivo da bolsa. No total, o Bolsa Família atende a 12,9 milhões de famílias.
Fonte: Agência Brasil.

Brasil está ficando velho antes de ficar rico, aponta estudo do Bird

Idosos serão 49% da população ativa em 2050, diz levantamento

Relatório do Banco Mundial (Bird) divulgado hoje mostra que o Brasil envelhece muito mais rápido do que os países desenvolvidos. De acordo com o levantamento, as nações ricas primeiro ficaram ricas; depois, velhas. O Brasil e outros emergentes estão ficando velhos antes de ficar ricos.

Enquanto a França levou mais de um século para ter um aumento de 7% para 14% da população acima de 65 anos ou mais, o Brasil passará pelo mesmo processo em duas décadas, de 2011 a 2031.

O documento "Envelhecendo em um Brasil mais velho" alerta que a população idosa no Brasil, que hoje corresponde a 11% da população em idade ativa, em 2050, será de 49%. Em meados da década de 20, a população em idade de trabalhar vai começar a cair, e todo o crescimento populacional brasileiro se dará pelo aumento dos idosos.

Nos próximos 40 anos, a população brasileira como um todo vai crescer a uma média de apenas 0,3% ao ano, enquanto os idosos crescerão a uma taxa de 3,2% - 12 vezes mais. Assim, os idosos, que eram 4,9% da população em 1950 (e demoraram 60 anos para dobrar essa proporção e chegar a 10,2% em 2010), vão triplicar para 29,7% até 2050. Em número absolutos, eram 2,6 milhões de idosos brasileiros em 1950, 19,6 milhões em 2010 e serão 64 milhões em 2050.

Essas mudanças terão um enorme impacto em termos de crescimento econômico, saúde, educação e Previdência. Em termos de crescimento, vive-se o final do chamado bônus demográfico, que acaba em 2020. O bônus ocorre quando a população em idade de trabalhar cresce mais do que a população dependente (crianças e idosos). O bônus permite crescer mais e poupar mais.

O lado bom do envelhecimento, segundo o levantamento, é a educação. A taxa de natalidade cada vez mais baixa significa que cada vez entrarão menos alunos no sistema educacional, e será uma grande chance de o Brasil gastar mais por aluno, e dar um salto qualitativo na educação.
Fonte: Agência Estado.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Defasagem na tabela do Imposto de Renda atinge brasileiros

Flávia diz que há possibilidade de haver um ajuste retroativo nas declarações.O trabalhador que conquistou, nos últimos anos, aumentos salariais e faz parte agora da classe média terá que ajustar as contas com o fisco. Estudo realizado pela Ernst & Young Terco mostra o descompasso entre o aumento da inflação e a correção da tabela do Imposto de Renda (IR), visto que o avanço inflacionário nos últimos 15 anos, até 2010, foi de 97,85%. Já o reajuste da tabela foi de 53,50% no mesmo período, levando a uma diferença acumulada da tabela do IR, até 2010, de 44,35%. Mesmo com a correção do governo federal de 4,5% para 2011, que foi anunciada pela Receita Federal, mas ainda não foi confirmada por legislação, a defasagem seria de 45,60%, abaixo da estimativa de inflação para o ano, que está em torno de 5,75%. A líder da área de Human Capital da Ernst & Young Terco em Porto Alegre, Flávia Coelho, fala sobre esse impacto na economia brasileira.

JC Contabilidade – O que aponta o levantamento realizado pela Ernst & Young Terco?
Flávia Coelho - Fizemos um levantamento para comparar o reajuste da tabela do Imposto de Renda e a inflação, com o objetivo de perceber o quanto este ajuste estaria defasado. Ele é feito há 15 anos pela Ernst & Young Terco em suas sedes de diferentes países. Para isso, precisamos fazer uma análise desde o governo do Fernando Henrique Cardoso, quando houve um congelamento da tabela do Imposto de Renda. Posteriormente, no governo Lula, houve ajuste progressivo na tabela até 2010. A partir disso, chegamos à conclusão de que existe uma defasagem de 44% em relação à inflação. Quando os salários são ajustados conforme a inflação, isto não significa que houve um aumento de renda real, visto que o poder de compra do contribuinte não sofreu alterações, pois ele continua comprando com o salário maior os mesmos bens que sofreram alteração de preços devido à inflação. Se a tabela do IR não for corrigida da mesma forma pela inflação, o governo acabará tributando um aumento de renda que não é real e o contribuinte terá que comprar menos para destinar esta parte aos cofres do governo.

Contabilidade – Quais foram os resultados nos outros países pesquisados?
Flávia - Investigamos também outros países que possuem características econômicas semelhantes às do Brasil, como os integrantes do Bric (Rússia, Índia e China) e os países vizinhos pertencentes ao Mercosul, que têm também o mesmo cenário inflacionário. Vemos diferenças bastante significativas nesta análise. Alguns destes países, como o Chile, fazem o ajuste do IR por meio de uma unidade fiscal que segue a inflação. Por isso, na prática não há defasagem. Venezuela também usa indexação por unidade fiscal, mas abaixo dos índices inflacionários. Lá, a defasagem acumulada, até 2010, nos últimos 15 anos, de 56,72%, é maior do que a brasileira. Já na Colômbia, não há indexação e a defasagem acumulada no mesmo período atinge 108,36%. Quanto aos países do Bric, Rússia e China não utilizam indexação e não corrigiram a tabela do IR nos últimos 15 anos. O levantamento mostra que, enquanto a Rússia acumula uma defasagem de 294%, na China este índice é de apenas 27,60%, bem abaixo da defasagem brasileira.

Contabilidade - Quais devem ser as medidas tomadas pelo governo quanto a esta questão?
Flávia – Existe uma expectativa bem grande a respeito de quais serão as medidas do governo em relação a essa defasagem, pois até agora apenas foi anunciado que será feita correção de 4,5% ao ano. Este foi o valor do reajuste nos dois últimos governos Lula, tomando como base a previsão de inflação para o período. Agora, porém, este valor já está abaixo do ajuste necessário. Entretanto, como o prazo para alteração da correção em 2011 já passou, devem-se esperar mudanças apenas para o próximo ano. Existe, então, a possibilidade de ser um ajuste retroativo na declaração do Imposto de Renda.
Fonte: Jornal do Comércio.

Cosan conclui acordo para associação com Shell

A Cosan e a Cosan Limited informam hoje que concluíram as negociações para formar uma joint venture (associação) com a Shell e que assinaram um aditivo a este termo. Segundo a acordo entre as empresas, ficou definido que a Cosan ficará com a operação do segmento de varejo de açúcar. Também foi fixada a taxa de câmbio média para conversão da primeira parcela do caixa a ser recebido pela Shell.

Segundo o comunicado, a formalização da Raízen (a marca da joint venture), Raízen Energia e Raízen Combustíveis ocorrerá após a conclusão da reorganização societária da Shell Brasil Limitada, visando à separação dos ativos que não serão contribuídos à joint venture, prevista para ocorrer no primeiro semestre de 2011, conforme anunciado anteriormente.

A Cosan informou ainda que a joint venture está sendo analisada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o que não suspende a integração das companhias.

As empresas pretendem, em 5 anos, elevar a produção de cana de açúcar da associação de 62 milhões de toneladas para 100 milhões de toneladas. Dentro dessa estratégia, a produção de etanol deve passar dos atuais 2,2 bilhões de litros para 5 bilhões de litros. As 23 usinas incluídas na Raízen devem elevar a energia produzida por cogeração de 900 megawatts para 1300 megawatts. A produção de açúcar deve passar de 4 milhões de toneladas para 6 milhões de toneladas. Com isso, o faturamento anual da joint deverá ser de R$ 50 bilhões.
Fonte: Estadão.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Momento de valorizar a marca

Novo perfil da Contabilidade deve ser incentivo para que empresas passem a investir em divulgação e relacionamento com clientes

Moresco tem 120 clientesQuando o assunto é conquistar novos clientes, não foram muitas as mudanças ocorridas na Contabilidade desde que Barcelides Moresco abriu seu escritório, há quase 50 anos. Na área mantém-se a tradição e a indicação, motivados pela confiança nos profissionais e suas empresas. Moresco possui hoje cerca de 120 clientes, o que atribui à sua experiência em vendas no início da carreira e à sua participação em entidades de classe – atualmente ele faz parte da diretoria do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas do Estado do Rio Grande do Sul (Sescon-RS).

“Além de estar atualizado com a legislação e as novas regras, é preciso ter empatia para conseguir e manter clientes. No meu caso, por exemplo, muitos deles partiram de contatos a partir do time de futebol em que jogo com os amigos”, explica.

Iniciativas formais relacionadas à área de marketing, entretanto, não existem. O site da empresa é utilizado somente para posicionamento institucional com aqueles que são clientes, sem disponibilizar informações adicionais sobre a área. Quanto à divulgação, se investiu até mesmo em um outdoor. “Mas esta ação não apresentou resultado, pois não conquistamos nenhuma nova conta a partir dela. Apenas tivemos retorno daqueles que eram nossos clientes e diziam ter me visto”, conta Moresco.

Com o novo perfil assumido pela Contabilidade nos últimos anos, porém, este quadro deve mudar. Novas regras e direcionamentos dão ao contador um papel mais estratégico, no qual se mostrar além dos limites de sua empresa se tornará cada vez mais necessário para o sucesso.

De acordo com Andréia Fernandes, publicitária da Looz Comunicação e professora da Faculdade São Francisco de Assis (Unifin), a Contabilidade está pronta para uma mudança neste sentido. “As empresas precisam aprender a aproveitar este momento de renovação do segmento para implantar ferramentas que podem trazer grandes resultados. Agora é o momento de esses profissionais buscarem atualização e modernização para seus negócios”, afirma.

Do site ao cafezinho

Pode uma xícara de café ser responsável por um novo cliente? Anderson Hernandes, diretor da Tactus, garante que sim. “Quando tenho reunião com algum empresário deixo tudo previamente combinado, inclusive o horário em que deve ser servido o café e a forma como isso deve ser feito. Já conquistamos clientes pela impressão causada por uma xícara de prata, por exemplo”, conta.

Hernandes é contador, mas para sua pós-graduação investiu em áreas pouco valorizadas pelos contadores: Marketing e Gestão de Negócios. “A formação adicional dos profissionais da minha área é sempre voltada para campos como Tributos, Auditoria e Finanças. Decidi seguir um caminho diferente porque percebi que precisava ser muito mais empresário do que contador para meu escritório ter sucesso”, afirma.

A empresa que era pequena hoje tem mais de 60 funcionários. Hernandes atribui o sucesso justamente à sua formação e defende que estratégias de Marketing deveriam ser mais difundidas entre seus colegas. Devido a isso, ele é palestrante sobre o tema. Desta forma, ele ensina aos contadores dicas como investir nos detalhes, inclusive na xícara de café. “Quando trabalhamos com Marketing, apostamos no que chamamos de momentos de verdade com o cliente, que são os pontos de interação deles com a nossa marca”, diz Hernandes, que é autor do livro Marketing Contábil. Segundo ele, é preciso atentar para pequenos detalhes que a maioria ignora, como comportamento, cores do escritório, roupas e até a forma como se escreve um e-mail.

O contador recomenda que as empresas do segmento não acreditem apenas na indicação como forma de captação de clientes, o que pode se tornar um perigoso círculo vicioso. “A maior aposta hoje deve ser a internet, grande parte dos contadores não fazem nada desse gênero e muitas possuem um site que sequer alimentam ou monitoram. O mercado contábil passa pela melhor fase dos últimos tempos e devemos aproveitar suas oportunidades”, defende.

Entre as principais dicas para obter resultados investindo em Marketing, Hernandes cita investimento em soluções diferenciadas, adequação da comunicação ao público-alvo, segmentação de mercado e atendimento por nicho, proposta de novos modelos de trabalho aos clientes e foco em tornar-se referencial na área, com presença em eventos e disponibilização de artigos em meios de comunicação.

“Existe um longo caminho a ser trilhado pelas empresas contábeis quando falamos em Marketing. A estratégia das indicações não está errada, mas ela não pode mais ser o foco principal dos contadores”, acredita. Para ele, aqueles que investirem na criação de um departamento voltado para essas ações terão excelentes resultados em captação, retenção e satisfação de seus clientes. “No entanto, os profissionais que não perceberem as possibilidades e não se prepararem ficarão ameaçados”, ressalta.

Bons resultados vêm da internet

Em uma área na qual a tradição e indicação sempre garantiram clientes e oportunidades de negócio, apostar em novas ferramentas para divulgação muitas vezes é visto como uma ousadia. Hoje ainda são poucas as empresas que investem neste sentido, mas aquelas que o fazem, entretanto, têm colhido bons resultados.

Criada em 2009, a D&A Contabilidade utiliza redes sociais (Twitter e Facebook), site e canais de busca para prospectar clientes. Alexandre Rodrigues Flores, diretor financeiro da empresa, garante que não há motivos para deixar de aplicar neste tipo de ações. “A maioria de nossos clientes nos contrataram após acessarem o site. Temos uma média superior a 5 mil visitas por mês e disponibilizamos várias informações em nosso site, entre elas notícias do setor e a tabela dos honorários”, explica.

O alto retorno inclusive motivou a D&A Contabilidade a contratar uma agência especializada para administrar suas contas nas redes sociais. Aos poucos, a empresa demonstra que os escritórios de Contabilidade podem assumir um novo modelo de negócio, no qual novas metodologias são responsáveis por fortalecer a marca da empresa e garantir o bom relacionamento com o público-alvo. Flores conta, por exemplo, que além das visitas periódicas aos clientes, estratégia que é consolidada na profissão, o escritório faz pesquisas periódicas com eles utilizando ferramentas online e realiza atendimentos por canais de bate-papo.

Grandes apostam na credibilidade

Se para as pequenas empresas ainda é difícil identificar os pontos a serem trabalhados como estratégias de Marketing, para as grandes o posicionamento da marca é prioridade. Segundo a diretora de comunicação e gestão da marca da Ernst & Young Terco, Mitzy Kupermann, o principal para quem trabalha no setor é comunicar credibilidade. “Este é o principal valor, que deve estar associado à qualidade de serviços, à capacidade de entender o ambiente de negócio e ao investimento em educação continuada dos colaboradores”, defende.

Acreditando nisso, a empresa tem como principal forma de posicionamento externo o fornecimento de conteúdo. A Ernst & Young Terco faz estudos e pesquisas com o objetivo de antecipar tendências e perspectivas da economia para diversos segmentos da indústria. “Compartilhamos conhecimentos com o propósito de que exista um ambiente econômico com mais transparência, menos riscos e com relações mais saudáveis entre empresas e mercado”, defende Mitzy.

Este posicionamento é favorável inclusive para reforçar a Contabilidade como marca, segundo Mitzy, uma vez que dá a ela um foco diferente de atuação. Desta forma, a Contabilidade ganha status estratégico, atuando como conselheira para os negócios.

E quando se fala em Marketing, não se fala apenas em propaganda. Para a publicitária Andréia Fernandes, as iniciativas que podem render maiores resultados na área contábil são principalmente segmentação de mercado e especialização do serviço e de atendimento para atendimento a um público específico. “É importante saber se posicionar como profissional com boas parcerias e com estratégias para a internet, que deve ser um novo nicho na área. Os contadores podem, por exemplo, manter redes sociais nas quais disponibilizem as novidades do setor de forma segmentada”, recomenda.
Fonte: Jornal do Comércio.