quinta-feira, 28 de julho de 2011

Bndes aprova financiamento para oito parques eólicos no RS

Banco possui hoje novos projetos para o setor, envolvendo empréstimos de R$ 4,2 bilhões.O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) anunciou nesta quinta-feira (28) a aprovação de financiamento para oito parques eólicos que serão construídos nos municípios de Palmares do Sul e Osório, no Rio Grande do Sul, totalizando uma capacidade instalada de 150 megawatts (MW) de energia.

O empréstimo para as obras atinge R$ 445,7 milhões e corresponde a investimentos totais de R$ 725,2 milhões. Os empreendimentos serão construídos por três Sociedades de Propósito Específico (SPE), controladas pela empresa Enerfin do Brasil. Eles deverão gerar 2,3 mil empregos diretos e indiretos e entrarão em operação comercial até 2013, informou o banco.

Segundo o Bndes, todas as usinas já têm contratos de comercialização de energia por 20 anos no Ambiente de Contratação Regulado (ACR).

De acordo com o Bndes, o apoio à construção dos parques eólicos contribuirá para diversificar a matriz energética no país, reduzindo a emissão de gases causadores de efeito estufa.

Desde 2005, já foram aprovados pelo Bndes financiamentos no montante de R$ 4,5 bilhões para o setor de geração de energia eólica, somando uma capacidade instalada de 1.520 MW.

Em carteira, o banco possui hoje novos projetos para o setor, envolvendo empréstimos de R$ 4,2 bilhões
Fonte: Jornal do Comércio.

Empresa de responsabilidade limitada agora não requer sócio

Breda lembra que quem escolher acabar com a sociedade terá que fechar a empresa .Depois do MEI (Lei do Microempreendedor Individual), uma nova sigla entrou para o vocabulário dos empreendedores brasileiros depois que a presidente da República, Dilma Rousseff, sancionou em julho deste ano a Lei nº 12.441/2011. A norma permite a constituição de micro e pequenas empresas sem a formação de sociedade, na forma de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli). A lei, que entrará em vigor somente em 8 de janeiro de 2012, além de corrigir o que especialistas consideram um equívoco no Código Civil, pode contribuir para diminuir o gritante número da informalidade no País, atualmente em 10 milhões de informais, segundo dados do Sebrae/RS. A exemplo das sociedades limitadas (Ltda), o novo formato de empresa deverá conter a expressão Eireli para diferenciá-la das outras.

Para o gerente de Políticas Públicas do Sebrae/RS, Alessandro Machado, a nova modalidade é um avanço. “Há muito tempo vínhamos batalhando para que as micro e pequenas empresas pudessem montar seu negócio sem precisar colocar uma pessoa da família, com um percentual mínimo na sociedade”, comemora Machado, que acredita que o Eireli está um passo à frente do MEI. Criado para estimular a formalização, o MEI registrou 1,3 milhão de microempreendedores em todo o território nacional desde a sua formação, em julho de 2009. Destes, 75 mil foram cadastrados no Rio Grande do Sul.

De acordo com a norma, o capital social mínimo exigido será de 100 salários-mínimos, o que representa R$ 54,5 mil. Machado ressalta a importância da lei, também pelo ponto de vista da proteção do patrimônio. Na prática, responsabilidade limitada significa que os credores podem cobrar as dívidas desse empresário até o limite do capital social declarado por ele na abertura da empresa, não atingindo, portanto, os bens pessoais, salvo em casos excepcionais previstos em lei. A explicação é do presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRC-RS), Zulmir Breda, que também comemora a nova legislação. “Considerando que a grande maioria das empresas brasileiras está situada na faixa de micro, pequeno e médio porte, a criação da modalidade de empresa individual de responsabilidade limitada é mais uma forma de facilitar a vida dos empresários”, comenta o presidente, e reforça a ideia de que o Eireli “dá ao empresário individual o mesmo benefício atribuído à sociedade limitada”.

Para Breda, a lei corrige uma distorção que havia na legislação entre duas modalidades de empresas existentes: a empresa individual e a sociedade limitada. “Com a nova lei, ambas foram equiparadas em termos de tratamento jurídico”, salienta.

Modalidade individual deve ter grande adesão
A tendência é que, com a criação dessa nova forma jurídica, aumente o número de empresas individuais. O presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRC-RS), Zulmir Breda, lembra que muitas sociedades limitadas eram constituídas por um sócio majoritário, geralmente com mais de 90% do capital, e outro minoritário, apenas para atender ao requisito da lei, mas que sequer participava da vida corporativa.
O presidente ressalta que as sociedades limitadas continuarão a existir normalmente, porém, se o empresário optar por não mais ter sócio, vai ter de enfrentar a burocracia do fechamento, que pode levar alguns meses. Encerrada a empresa antiga, ele pode então abrir a nova nos órgãos competentes, que terá um outro Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

Não há na lei vedação para que uma mesma pessoa possa participar, simultaneamente, de outras modalidades de empresas. Mas é importante salientar que a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio. Isso significa que, nesses casos, não haverá a necessidade de constituição de uma nova pessoa jurídica, mas sim a transformação desta já existente em uma Eireli. Por exemplo, no caso de uma sociedade limitada, um dos sócios pode adquirir as quotas do outro sócio e concentrar, a partir daí, todo o capital social da empresa, transformando-a em uma Eireli.

O gerente de Políticas Públicas do Sebrae/RS, Alessandro Machado, também vê vantagens na nova constituição empresarial no que diz respeito a tributação, pois a empresa pode se cadastrar no Simples Nacional, diminuindo a sua carga tributária.

Expectativa é de mudança na formação de empresas
Apesar de a Lei nº 12.441/2011 ser ainda muito nova, alguns especialistas já acreditam que haverá uma grande demanda na formação da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli). O advogado Silas Neves diz que há uma grande chance de essa forma de pessoa jurídica tornar-se a “vedete do mercado”. “Pelas estatísticas fornecidas pelas Juntas Comerciais de diferentes estados, o tipo societário mais adotado no Brasil é a sociedade limitada, em segundo lugar a sociedade anônima e em terceiro os demais tipos societários”, relata Neves. Para ele, a empresa individual de responsabilidade limitada assumirá a segunda posição neste ranking.

“É difícil dizer, mas possivelmente presenciaremos um movimento de transformação de muitas sociedades limitadas em empresas individuais de responsabilidade limitada, tirando do risco do negócio pessoas que não têm o interesse social”, reforça.

A empresa individual de responsabilidade limitada muda um paradigma no País. “Esta nova modalidade de pessoa jurídica afastará o desvirtuamento das sociedades empresariais, permitindo aos empresários assumirem riscos que antes não assumiam”, acredita Neves. Além do mais, para ele, a lei estimula a economia nacional, trazendo benefícios não só para a sociedade, mas para os governos, por se criar uma nova fonte de receita para os cofres públicos.

Registro gera dúvidas
A Lei nº 12.441/2011, ainda nem saiu do papel e já está causando polêmica. As empresas com natureza empresarial são registradas na Junta Comercial de qualquer estado. Porém, os cartórios de registros de pessoa jurídica também realizam abertura de empresas, mas de natureza simples. A Lei nº 12.441 não deixa claro qual o órgão terá a competência de fazer o registro da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli). A classificação entre sociedade simples e limitada é importante para se definir qual será o órgão de registro obrigatório dos contratos, se as juntas comerciais ou os cartórios de registro de títulos e documentos.

Os cartórios ainda têm dúvidas se poderão registrar essas novas empresas. Para o especialista em Direito Comercial e Oficial Interino do 4º Registro de Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica de São Paulo, Graciano Pinheiro de Siqueira, a questão merece maior discussão. “A lei faz referência apenas ao Registro Público de Empresas Mercantis, quando deveria mencionar corretamente órgão de registro público competente”, comenta.
Siqueira embasa-se na definição do Código Civil que “considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços” e que “não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”.

Segundo ele, ainda pelo Código Comercial é possível que os cartórios realizem o registro, mas acredita que o tema vai merecer muitos simpósios para esclarecimentos da lei, comenta o especialista. “A partir dessa interpretação, haverá distinção entre as sociedades simples e as sociedades empresariais”. Além do órgão oficial para o registro, Siqueira também critica o alto valor mínimo do capital social, de R$ 54,5 mil.

O presidente da Junta Comercial do Rio Grande do Sul (Jucergs), João Alberto Vieira, também acredita que os cartórios poderão fazer o registro, mas ainda não sabe se a lei vai aumentar a demanda, pois acredita que, por ela ser muito recente, ainda gera incertezas e inseguranças. O Rio Grande do Sul ocupou a quarta posição em 2010 no volume de constituição de empresas no Brasil.
Fonte:Jornal do Comércio.

Código de barras passa a fazer parte da Nota Fiscal Eletrônica

Obrigatoriedade vale para empresas que têm produtos com código de barras na embalagem, diz Ana PaulaDesde o dia 1 de julho, os contadores e empresários têm mais uma obrigatoriedade no preenchimento da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). O governo federal, por meio do Ministério da Fazenda e do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), determinou a obrigatoriedade de preenchimento do campo específico para o código de barras dos produtos, o GTIN - Numeração Global de Item Comercial. O campo para esta numeração controlada mundialmente pela GS1 já existe, mas, até então, seu preenchimento não era obrigatório. De acordo com a assessora de Soluções da GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação, Ana Paula Vendramini Maniero, a nova norma contribui para maior segurança, agilidade e rastreabilidade nas entregas de produtos.

Segundo a especialista, o Brasil é pioneiro nessa medida e seu modelo de gestão deverá servir de exemplo a outros países. Com a nova norma, haverá maior eficiência no controle e na gestão de produtos, tais como alimentos e remédios. No caso dos medicamentos, por exemplo, a possibilidade de fraude, desvio ou falsificação será reduzida consideravelmente, uma vez que, com o preenchimento do número GTIN, será possível rastrear o produto em toda a cadeia de suprimentos. A NF-e foi criada em 2005 com o objetivo de substituir o sistema de emissão do documento em papel, diminuindo assim a burocratização, a sonegação e a fraude.

JC Contabilidade - O Ministério da Fazenda e o Confaz determinaram o preenchimento obrigatório de campo específico para o código de barras dos produtos. O que significa isso na prática?

Ana Paula Vendramini Maniero - Dentro da Nota Fiscal Eletrônica existe um campo para preenchimento do código do produto, é um campo específico, destinado à numeração do GTIN, Global Trade Item Number. Esta numeração identifica qualquer produto e é comumente chamado de código de barras. No Brasil, esta numeração se inicia com o número 789. Desde o dia 1 de julho, fica obrigatório o preenchimento deste campo.

Contabilidade - Com tantas numerações, pode haver alguma confusão?

Ana Paula - Acreditamos que não, pois algumas empresas já preenchiam, só não era obrigatório. As empresas terão de fazer uma adequação no sistema para capturar esta informação e disponibilizar no arquivo eletrônico.

Contabilidade - Para quem vale esta medida? Esta resolução tem abrangência nacional?

Ana Paula - Sim, ela tem abrangência nacional e é obrigatória para todas as empresas que comercializam produtos com código de barras na embalagem. Ninguém será obrigado a ter o código, mas todos os produtos que estiverem com a numeração devem ser disponibilizados na nota fiscal eletrônica. A lei não obriga que se tenha o código de barras, mas grande parte do varejo já possui.

Contabilidade - O que acontece com quem descumprir a determinação?

Ana Paula - Existe a obrigatoriedade; caso não seja preenchido, é passível de autuação. Isso é uma despesa acessória e o valor da multa varia de estado para estado, conforma a legislação de cada um.

Contabilidade - O que muda com a aplicação do código de barras da NF-e do ponto de vista da automação?

Ana Paula - Eu diria que melhora, pois esta nota fiscal eletrônica vai para o fisco, mas o emissor também é obrigado a enviar uma cópia ao destinatário. Imaginemos que ele já tenha esta nota fiscal eletrônica no seu sistema e aí ele recebe a mercadoria. Para cada mercadoria recebida, ele vai ler o código de barras e fazer a conferência automática, dando baixa no estoque. Vai facilitar o recebimento automatizado, pois terá um link entre a identificação daquele produto e o fluxo de informação, que é a nota fiscal.

Contabilidade - Que tipo de facilidade a medida pode trazer?

Ana Paula - As empresas precisam enxergar isso como uma grande oportunidade de ganhos em gestão, automação e rastreabilidade. Saliento a facilidade na rastreabilidade do produto, pois o código de barras nasce na indústria e passa por toda a cadeia. Tendo a sua correta identificação, se torna muito mais fácil localizar o produto. Os empresários precisam enxergar com olhos diferentes e não apenas como mais uma obrigatoriedade.
Fonte: Jornal do Comércio.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

TAM e Gol já têm fatia de 90% do movimento de grandes aeroportos

Com aquisição da Webjet pela Gol, as duas maiores empresas do setor aéreo brasileiro aprofundam ainda mais a concentração no mercado

Numa reversão do recente processo de pulverização do mercado doméstico de aviação, a compra da Webjet pela Gol pode levar o País a níveis extremos de concentração em um segmento já marcado pela forte presença de duas gigantes. É o que mostra um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) a pedido do Estado.

Se efetivado o negócio, a Gol/Webjet passará a concentrar 61,4% das operações domésticas no aeroporto do Galeão (RJ); 57,8% em Confins (MG) e 51,2% em Curitiba (PR). O alto nível de concentração para o qual o mercado se direciona fica ainda mais evidente somando-se as participações da Gol/Webjet e da TAM. Os dois maiores grupos da aviação nacional responderiam por mais de 98% das operações no aeroporto internacional do Rio; 93,4% no de Brasília; e 92,9% em Congonhas.

Ex-conselheira do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a atual coordenadora de estudos de regulação do Ipea, Lucia Helena Salgado, é categórica ao criticar a operação. "Se eu estivesse no Cade agora, a minha primeira atitude seria editar um ato suspendendo a operação. E, se fosse a relatora, não a aprovaria e aguardaria a alteração no CBA (Código Brasileiro de Aeronáutica). Se a Webjet tiver de ser vendida, que seja para um terceiro", diz. Lucia Helena foi a relatora de um dos casos mais emblemáticos já julgados pelo órgão: o da compra da Kolynos pela Colgate-Palmolive, em 1996.

Capital estrangeiro. A mudança no Código Brasileiro de Aeronáutica a que Lucia Helena se refere diz respeito ao aumento do limite da participação estrangeira no capital votante das companhias aéreas brasileiras. Hoje, empresas ou investidores de fora do País só podem deter uma fatia de até 20% em cada companhia. Na avaliação de especialista, essa restrição é um dos grandes causadores do alto nível de concentração no mercado.

Consenso no setor e em diversos escalões da administração federal, o projeto que pretende ampliar esse porcentual para 49% tem sua votação continuamente adiada desde 2004, cedendo lugar a outros considerados mais importantes pelo governo e pelos parlamentares. Este ano, chegou a entrar em pauta, mas foi retirado.

Enquanto isso, uma série de empresas com problemas financeiros, que poderiam ter sido compradas ou recebido injeções de recursos do exterior, sucumbiram ou foram parar nas mãos de concorrentes. A lista dos casos mais marcantes - da qual a Webjet é o caso mais recente - inclui Vasp e BRA, que pararam de operar; Varig, adquirida pela própria Gol; e Pantanal, comprada pela TAM, companhia que também prepara a aquisição de 30% da regional Trip.

A expectativa do setor é de que o projeto elevando a participação de investidores estrangeiros nas empresas aéreas seja votado a partir de setembro na Câmara dos Deputados. No entanto, de acordo com uma fonte que acompanha o processo em Brasília, um novo parecer na Câmara pode acabar alterando o porcentual proposto de 49% para 100% do capital votante. Se isso acontecer, o projeto teria de voltar para ser votado no Senado, o que poderia postergar novamente a sua aprovação.

Segundo fontes, o controlador da Webjet, Guilherme Paulus - ex-dono da operadora de turismo CVC -, era o empresário mais empenhado na busca da aprovação do projeto. Visto com frequência em Brasília, ele tentava vender a empresa a grupos estrangeiros, mas acabava esbarrando sempre na limitação legal. Por fim, decidiu fechar negócio com a Gol.

A retirada total da restrição à entrada de capital estrangeiro é defendida pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), ao lado de políticas de céus abertos, para reduzir a concentração. Segundo a entidade, que representa as empresas aéreas ao redor do mundo, globalmente a concentração é bem menor do que no Brasil: as dez maiores companhias detêm apenas 30% do mercado. Procuradas, Gol, Webjet, TAM e Azul não se pronunciaram sobre o assunto.
Fonte: Agência Estado.

Venda de veículos sobe 13,82% na 1ª quinzena de julho

Nos primeiros 15 dias deste mês foram licenciadas 153.550 unidades, ante 151.104 no mesmo período de junho de 2010

As vendas de veículos na primeira quinzena de julho cresceram 1,62% na comparação com a primeira quinzena de junho e 13,82% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 18, pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que reúne as concessionárias. Os dados são referentes aos emplacamentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

Na primeira quinzena deste mês foram licenciadas 153.550 unidades, ante 151.104 veículos no mesmo período de junho. Na primeira quinzena de julho de 2010 haviam sido licenciados 134.911 unidades.

Considerando também os emplacamentos de motos, implementos rodoviários e outros itens do setor, cujas vendas também são contabilizadas pela Fenabrave, houve alta na primeira quinzena deste mês em comparação ao mesmo período do mês passado de 1,80% - foram comercializados 247.887 unidades ante 243.500 nos 15 primeiros dias de junho. Com relação à primeira quinzena de junho de 2010, quando foram emplacadas 215.929 unidades, houve crescimento de 14,80%nas vendas.
Fonte: Agência Estado.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Caixa e BB lideram alta dos juros no cheque especial em 12 meses

Segundo Procon, em julho de 2010, Caixa cobrava juros de 7,15% ao mês, taxa que agora está em 8,27%

Os bancos públicos puxaram a alta das taxas de juros cobradas no cheque especial nos últimos 12 meses. A Caixa liderou os aumentos, segundo dados coletados pela Fundação Procon-SP com os maiores bancos do País. Em julho do ano passado, a Caixa cobrava juros de 7,15% ao mês no cheque especial, taxa que agora está em 8,27% - aumento 1,12 ponto porcentual (ou 15,66%) em um ano. Em segundo lugar no ranking aparece outra instituição estatal, o Banco do Brasil, com alta de 0,74 ponto porcentual (ou 9,55%) - a taxa passou de 7,75% para 8,49%.

Na comparação entre taxas para empréstimo pessoal, a Caixa foi o segundo banco que mais aumentou o valor da cobrança no mesmo período (14,02%), pouco atrás do Bradesco (15,75%). O empréstimo na Caixa custa hoje 5,45%, ante 4,78% a um ano atrás. No Bradesco, os juros dessa operação passaram de 5,46% para 6,32%.

Quando se analisa os valores cobrados em tarifas bancárias, enquanto Bradesco, HSBC, Santander e Safra reduziram a cobrança do chamado pacote padronizado, o Banco do Brasil reajustou as tarifas em 3,85% de maio do ano passado para o mesmo mês de 2011, última aferição realizada pelo Procon-SP. Caixa e Itaú mantiveram o valor de seus pacotes.

O Santander foi o banco que mais reduziu o valor cobrado pelo pacote padronizado: de R$ 18 para R$ 14, uma queda de 22,22% de maio de 2010 até maio de 2011. A tarifa caiu também para os clientes do HSBC (20,59%), Safra (15%) e Bradesco (13,79%). O pacote mais barato entre os sete bancos pesquisados pelo Procon-SP é o do Itaú, com R$ 12,50. O mais caro é o do Safra, com R$ 17. Banco do Brasil cobra R$ 13,50 e a Caixa, R$ 15.

Os dados da Fundação Procon-SP fazem parte das pesquisas sobre tarifas bancárias e sobre taxas de juros cobrados por sete instituições financeiras: Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, HSBC, Itaú, Santander e Safra.

Resposta

A Caixa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que cobra "as menores taxas (de juros)" nas operações de crédito entre os maiores bancos de varejo. De acordo com levantamento baseado em pesquisas da Fundação Procon-SP, a Caixa é o banco que liderou os aumentos nas taxas de juros cobradas no cheque especial nos últimos 12 meses.

A Caixa citou o ranking de taxas médias cobradas pelas instituições financeiras no Brasil, divulgado pelo Banco Central (BC) e referente ao período de 24 a 30 de junho, no qual aparece na 22ª posição (com taxa de juros média de 8,54% ao mês), à frente, por exemplo, do Itaú e do Bradesco. O banco afirmou ainda que os juros cobrados nas operações de crédito são determinados por diversos aspectos, mencionando a taxa básica de juro do mercado.

Em julho do ano passado, a Caixa cobrava juros de 7,15% ao mês no cheque especial, taxa que agora está em 8,27% - aumento 1,12 ponto porcentual (ou 15,66%) em um ano. Para operações de empréstimo pessoal, a Caixa foi o segundo banco que mais aumentou o valor da cobrança no mesmo período (14,02%), pouco atrás do Bradesco (15,75%).

O Banco do Brasil ficou na segunda colocação do ranking do Procon-SP de aumento das taxas para cheque especial e foi a única instituição entre as sete pesquisadas que elevou (3,85%) as tarifas do chamado pacote padronizado de maio de 2010 para maio deste ano. A assessoria de imprensa do banco não quis comentar os dados.
Fonte: Agência Estado.

Risco de inadimplência das empresas deve aumentar no segundo semestre, prevê economista da Serasa

O risco de inadimplência das empresas ficou estável, no segundo trimestre deste ano. O Indicador Serasa Experian da Qualidade de Crédito das Empresas, que mede o desempenho avaliado em operações de empréstimos de cerca de 500 empresas no mercado, atingiu 95,7, numa escala de 0 a 100. É o mesmo patamar do período de janeiro a março e próximo do que vem sendo registrado desde o último trimestre do ano passado.

Essa estabilidade, no entanto, deverá ser interrompida nos próximos meses, prevê o gerente de Indicadores de Mercado da Serasa Experian, Luiz Rabi. Ele explicou que até setembro do ano passado, a qualidade do crédito, que é a capacidade de as empresas honrarem os seus pagamentos, vinha apresentando trajetória de alta e passou a ficar estável “sob o impacto do aumento dos juros e demais medidas de restrições ao crédito”.

O economista observou que a decisão tomada ontem (20) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de elevar a taxa básica de juros, a Selic, de 12,25% para 12,50% ao ano, aumentam as possibilidades de “um crescimento mais lento da economia e de um aperto nos caixas das empresas, que passarão a ter mais dificuldades em honrar pagamentos”. Foi o quinto aumento da Selic este ano.

O levantamento da Serasa mostra ainda que as grandes empresas tiveram uma ligeira melhora no segundo trimestre, com o indicador que mede a qualidade de crédito passando de 98,3 para 98,4. As empresas de porte médio repetiram a marca de 98,4 e as micro e pequenas empresas mantiveram-se em 95,6, o maior nível da série histórica, que começou em 2007.
Fonte: Agência Brasil.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Copom eleva juro em 0,25 ponto percentual, para 12,5% ao ano

Decisão, que foi unânime, já era amplamente esperada pelos analistas

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou nessa quarta-feira, 20, que decidiu elevar a Selic, a taxa básica de juros da economia, em 0,25 ponto porcentual, o que leva o juro para 12,50% ao ano.

Assim, a taxa básica de juro continuará no seu nível mais alto desde o período de 22 de janeiro de 2009 a 11 de março de 2009, quando o juro básico vigente foi de 12,75% ao ano.

A decisão, que foi unânime entre os membros, já era amplamente esperada pelos analistas. Levantamento feito pela Agência Estado com 74 instituições do mercado financeiro mostrou que 73 apostavam na alta de 0,25 ponto da taxa Selic nesta quarta, e uma previa estabilidade.

Essa foi a terceira elevação seguida da taxa Selic nessa magnitude promovida pelo BC no atual ciclo. Desde janeiro, a taxa Selic acumula elevação de 1,75 ponto porcentual.

A alta da taxa de juros busca conter o ímpeto da demanda de bens e serviços na economia brasileira, que tem sido apontada como um dos fatores por trás da escalada dos preços no País. Com juros mais altos, não só o crédito fica mais caro (especialmente em um ambiente no qual medidas adotadas pelo governo restringem o alongamento de prazos) para os consumidores, mas também se cria um incentivo para as pessoas guardarem dinheiro ao invés de aproveitarem seus ganhos de renda para gastar mais.

A meta de inflação para esse ano é de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos porcentuais - ou seja, entre 2,5% e 6,5%. Nesse ano, já é dado que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - usado como referência pelo governo - ficará acima do teto da meta. O BC promete trazer a inflação para o intervalo previsto em 2012.

Confira abaixo a íntegra do comunicado do Copom:

"Avaliando o cenário prospectivo e o balanço de riscos para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, neste momento, elevar a taxa Selic para 12,50% a.a., sem viés."

O BC mudou completamente o comunicado em relação ao anterior e retirou a expressão "ajuste suficientemente prolongado" do texto.

O comunicado da decisão anterior, que subiu o juro em 0,25 ponto porcentual, foi: "Dando seguimento ao processo de ajuste gradual das condições monetárias, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 12,25% a.a., sem viés. Considerando o balanço de riscos para a inflação, o ritmo ainda incerto de moderação da atividade doméstica, bem como a complexidade que envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a implementação de ajustes das condições monetárias por um período suficientemente prolongado continua sendo a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2012."

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 30 e 31 de agosto. A ata da reunião de hoje será divulgada pelo BC na quinta-feira da próxima semana, dia 28 de julho.
Fonte: Agência Estado.

Número de famílias com dívida em atraso sobe em julho

Segundo pesquisa, porcentual subiu de 23,3% para 23,7% em julho, ante o mês anterior; capacidade de pagamento das famílias, no entanto, apresentou melhora

O número de famílias com dívidas ou contas em atraso aumentou em julho ante o mês anterior, porém houve uma melhora na percepção em relação à capacidade de pagamento, mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta quarta-feira, 20, pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). Enquanto o porcentual das famílias que dizem ter dívidas em atraso subiu de 23,3% para 23,7% no período, a proporção das que afirmam não ter condições de pagar recuou de 8,4% no mês anterior para 8,1%.

"Há uma perspectiva de que o mercado de trabalho vai continuar favorável. Como também houve uma queda do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) nos últimos meses e o rendimento real das famílias aumentou, houve uma percepção de que é importante atender seus compromissos de dívidas nos próximos meses para continuar consumindo", avalia o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas.

Segundo o economista, os dados de inflação e de mercado de trabalho também mostram que a inadimplência vai aumentar de forma moderada nos próximos meses. "Não há espaço para que ela aumente rapidamente, como muitos achavam", afirma.

Ainda de acordo com a pesquisa, em julho o total de endividados caiu para 63,5%, ante 64,1% em junho. O porcentual, porém, ainda é superior aos 57,7% registrados em julho do ano passado. A queda ante o mês anterior é reflexo das restrições ao crédito no País, explica a economista Marianne Lorena Hanson, da CNC.

"Podemos observar desde o início do ano uma desaceleração na concessão de crédito, então é natural que o porcentual de famílias endividadas lentamente vá se reduzindo. Não vai ser linear, porque o saldo de crédito ainda está muito alto", diz.
Fonte: Agência Estado.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

BRF terá que vender ativos no valor de quase R$ 3 bilhões

Penalidades no caso de descumprimentos e violações do acordo vão de multa diária R$ 50 mil até a revisão da operação

Para fechar o acordo de fusão entre as marcas Sadia e Perdigão com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a BRFoods aceitou vender ativos no valor de R$ 2,967 bilhões. O número representa pouco mais de 13% da receita da companhia. Do total, R$ 1,726 bilhão representa vendas da produção e R$ 1,241 bilhão, suspensão de marcas.

Somente de produtos in natura, o impacto será de R$ 227 milhões, divididos em R$ 221 milhões em alienação de ativos e R$ 7 milhões de suspensão de marcas. Já de itens elaborados e processados, o montante totaliza R$ 2,488 bilhões, maior cifra entre as operações atingidas. Desse total, R$ 1,275 bilhões são de venda de ativos e R$ 1,213 bilhão de suspensão de marcas.

Já em produtos comemorativos, que englobam aqueles itens vendidos em datas especiais, como Natal, o impacto na receita operacional líquida é de R$ 91 milhões, sendo R$ 70 milhões em alienação de ativos e R$ 21 milhões em suspensão de marcas. Em margarinas, o montante soma R$ 161 milhões em sua totalidade com alienação de ativos e marcas.

O vice-presidente de assuntos corporativos da BRF - Brasil Foods, Wilson Mello, afirmou que os pontos acordados no Termo de Compromisso de Desempenho (TCD) foram o remédio adequado para atender as preocupação do Cade. Para ele, a assinatura do acordo foi a solução negociada que a empresa quis e preserva a essência da fusão, além de garantir que a empresa tenha condições de operar no que ela sempre atuou.

Questionado sobre as críticas do conselheiro relator do Cade, Carlos Ragazzo, que questiona se a suspensão da marca Perdigão em determinados mercados e períodos e a venda de ativos seria suficiente para manter a concorrência no setor, Mello afirmou que as críticas devem ser analisadas dentro dos limites do próprio conselheiro.

O executivo ressaltou ainda que as solução encontradas pacificam a situação entre o órgão antitruste e a BRF. "Além do mais, encerra um processo normal de fusão. Agora temos que olhar para o futuro, olhar para o nosso plano estratégico".

Nos termos do TCD acordado hoje está uma cláusula na qual a BRF fica proibida de lançar novas marcas que substituam a Perdigão nos mercados onde a marca está proibida de atuar. Há ainda um item confidencial com relação ao tempo que a empresa terá para suspender as marcas e se desfazer dos ativos. Esses ativos deverão ser vendidos a um único concorrente.

Sobre esse assunto, Mello negou que ficaria mais difícil vender o pacote inteiro de ativos para um só concorrente. "Não fica difícil, não. Porque o pacote acaba sendo um facilitador e os ativos a serem vendidos são bons." Ele disse ainda que a empresa não recebeu nenhum interesse formal por parte de concorrentes, pois ninguém "conhecia a noiva".

Termos do contrato

A BRF enviou há pouco à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) fato relevante sobre a aprovação da fusão de Sadia e Perdigão pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em sessão realizada nesta manhã em Brasília, por quatro votos a favor e um contra.

O documenta detalha os termos do acordo firmado entre a autarquia e administração da companhia hoje, entre os quais a suspensão temporária de uso da marca Perdigão no território nacional. A marca e seus direitos permanecem como propriedade da BRF e será utilizada normalmente nas categorias de alimentos processados, como empanados, hambúrgueres, mortadela, lingüiças frescais, pratos prontos congelados (exceto lasanha), bacon, comemorativos de aves e produtos in natura, como explica o fato relevante. "O volume sujeito às restrições do TCD representaria em 2010 cerca de um terço das vendas sob a marca Perdigão", explica o comunicado.

Está suspenso o uso da marca Perdigão por três anos em presunto suíno cozido, apresuntado e afiambrado; "kit festa suínos" (lombo suíno temperado, congelado, paleta suína, defumada, pernil com/sem osso temperado, presunto tender, tender suíno); lingüiça curada e paio. Pelo prazo de quatro anos, a suspensão é para salames; e por cinco anos, para lasanhas, pizzas congeladas, kibes, almôndegas e frios do tipo saudáveis.

A marca Batavo também é alvo de suspensão, por quatro anos, nos produtos dessas categorias, além de margarina, peru in natura, mortadela, "kit festa aves", hambúrguer, empanados e salsichas.

Ainda segundo o termo, na categoria carne de peru, Sadia e Perdigão garantem fornecimento do produto in natura ao adquirente do negócio, em volume correspondente à participação de mercado da marca Rezende, pelo preço de venda de exportação.

Além de Rezende, a BRF deverá vender marcas e os demais direitos de propriedade de Wilson, Texas, Tekitos, Patitas, Escolha Saudável, Light Ellegant, Fiesta, Freski, Confiança, Doriana e Delicata.

Outra medida do TCD é a venda em conjunto de todos os bens e direitos relacionados a unidades produtivas (incluindo funcionários, instalações e equipamentos), de dez fábricas de alimentos processados, dois abatedouros de suínos e dois de aves, quatro fábricas de ração, doze granjas de matrizes de frangos e dois incubatórios de aves. Também serão vendidos oito centros de distribuição.

O TCD determina a cessão de toda a carteira de contratos com produtores integrados de aves e de suínos, para garantir fornecimento de 100% de aves e 70% de suínos utilizados na produção de alimentos processados nas unidades alienadas.

O conjunto dos ativos produtivos, tangíveis e intangíveis, correspondem a uma capacidade de processamento industrial de alimentos de 730 mil toneladas, sendo 96 mil toneladas de margarinas.

A BRF contratará no prazo de até dez dias auditoria independente "para aferir a regularidade de todas as obrigações indicadas no TCD".

Penalidades

As penalidades previstas no acordo no caso de descumprimentos e violações vão de multa diária R$ 50 mil até a revisão da operação. Segundo o acerto entre as partes, no caso de violações para as quais não haja previsão específica, será imposta multa diária de R$ 50 mil, que poderá ser acumulada até o valor máximo de R$ 1 milhão.

Em casos de descumprimento em alguns itens que são confidenciais, a multa poderá chegar a R$ 25 milhões. Este valor também será aplicado a cada ponto porcentual de market share que a BRF perder até a concretização do negócio. Os recursos serão recolhidos em favor do Fundo Nacional de Direitos Difusos (FDD).
Fonte: Agência Estado.

Inovação do consumo na base da pirâmide

As classes C, D e E estão ditando as regras de consumo. Fique atento quando pensar em novos produtos e serviços.

Parece haver algo de novo na estrutura brasileira de consumo em função de uma das maiores mobilizações sociais ocorridas na sua história econômica. Mas esse fenômeno não surgiu “ontem”. Vem sendo construído ao longo das últimas duas décadas.

A estabilidade econômica observada no Brasil desde 1990 com a queda da inflação, o surgimento do salário mínimo acima do crescimento do PIB, o aprimoramento dos programas sociais e a elevação dos índices de escolaridade, como se vê na figura 1, abaixo, são indicadores que representam a ocorrência de uma ampla reformatação socioeconômica no cenário brasileiro que resulta na ascensão das classes C, D e E.

De acordo com a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a classe média vem crescendo rapidamente e pode dobrar nos próximos 20 anos. Atualmente 1,8 bilhão de pessoas compõem a classe C no mundo, a estimativa para 2020 é de 3,2 bilhões e, em 2030, de 4,3 bilhões.

Uma característica marcante dessa classe C é o consumo de praticamente um terço de sua renda em bens que não são nem comida e nem moradia. Entre os produtos desejados por esses novos consumidores no Brasil estão: celular, internet, previdência privada, educação, lazer, entre outros.

O celular que, segundo a Anatel, ultrapassou o índice de um aparelho por habitante em outubro de 2010, em Estados como São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina, Rondônia, Espírito Santo, Pernambuco e Paraná, tem a marca de mais que um telefone por habitante. Do total de habilitações de 2000 a 2010, aproximadamente 82% são pré-pagos e 17% pós-pagos.

A quantidade de domicílios com internet, conforme PNAD (Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílios)/IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aumentou 71% entre 2005 e 2009; em algumas regiões, como Centro-Oeste, o crescimento chegou a 20%; no Norte e Nordeste, ele foi ainda maior, beirando a 25%, pelos dados divulgados em setembro de 2010.

No setor de previdência privada aberta, as empresas inovam e oferecem produtos flexíveis para atender à nova demanda, assim a previdência privada passa a compor a cesta de produtos da classe C. Esse mercado registrou, no primeiro trimestre deste ano, um crescimento de 16,6% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com indicadores fornecidos pela Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida). Entre os fatores que explicam o crescimento estão o aumento da renda do brasileiro e chegada dos consumidores da classe C.

Segundo informações da PNAD 2007 anunciada pelo IBGE, na educação particular, temos perto de 3,7 milhões de crianças e jovens das classes C, D e E, matriculados. As mensalidades variam de R$ 190,00 a 240,00 mensais que estão localizadas nas grandes periferias de São Paulo, onde há escolas públicas disponíveis.

Porém, os pais preferem as particulares por fatores como: certeza da presença de professores; vigilância de câmeras; possibilidade de acompanhá-los a distância via internet; ideia de estarem mais protegidos do bullying; e uma suposta qualidade de ensino; já que a maioria das instituições trabalha com materiais apostilados de escolas, considerados de “grife”.

Fernando Lobo, gestor pedagógico da rede Welf, que dispõe de cursos de pós-graduação à distância, voltados para gestão em esporte, a rede vem notando aumento significativo na quantidade de alunos desde a abertura em 2009, sendo que do primeiro semestre de 2010 para o segundo semestre mais que dobrou o número de alunos.

Fernando Lobo credita a elevação da procura à melhora das condições socioeconômicas do País, ao aumento de formandos que - segundo ele - é impulsionado pelos programas de bolsas de estudo do governo para a graduação - e a crescente demanda por profissionais especializados no atendimento a grupos de terceira idade, obesos, diabéticos, entre outros. Os cursos possuem preços na faixa de R$ 99,00 mensais.

Conforme P. J. Williamson e M. Zeng, em artigo de março de 2009 publicado na Harvard Business Review, inovação é associada com o desenvolvimento de novos produtos e serviços com a adição de mais funcionalidades e recursos para os serviços existentes.
Em ambos os casos, as empresas esperam que os clientes paguem mais por essa mudança. Inovação com um produto novo com baixo custo não é convencional nem para o mercado nem para as companhias, mas é o que atende a esses novos consumidores.

Dessa forma, têm tido bons resultados quando inovam oferecendo tecnologia de ponta a preços baixos; apresentam uma grande variedade de produtos; quando personalizam seus produtos; e, ou promovem a explosão de nichos de mercados.

Assim, a atual conjuntura econômico-social brasileira deve ser, portanto, um dos principais fatores de estímulo ao processo de inovação das companhias que tenham por objetivo liderar as abordagens comerciais de prospecção e fidelização desses novos consumidores – classes C, D e E, um público que não compra qualquer coisa, e sim aquele bem que atende à sua necessidade e com o qual se identifica.
Fonte: Portal HSM

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Fruki instalará um centro de distribuição em Canoas

Área de 40 mil m2 já foi adquirida e obras começam em setembro

Para dar condições estruturais ao seu processo de crescimento de vendas, a Fruki vem investindo nos últimos anos em seu sistema logístico. Um dos próximos passos dessa estratégia será a construção de um centro de distribuição em Canoas. O grupo já adquiriu uma área de cerca de 40 mil metros quadrados no município para implementar o empreendimento. De acordo com o diretor-presidente da Fruki, Nelson Eggers, as obras deverão ser iniciadas até setembro e a conclusão do projeto deverá ocorrer por volta de abril de 2012. O dirigente relata que o complexo absorverá um investimento entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões.

A melhoria da sua condição de logística no Rio Grande do Sul é fundamental para as projeções do grupo. Eggers ressalta que a empresa planeja aumentar sua participação no mercado gaúcho de água e refrigerantes, para depois focar outras regiões do Brasil. "Queremos ganhar o mundo, mas antes pretendemos crescer no Estado", afirma o executivo.

Atualmente, segundo o dirigente, a companhia detém uma participação de 12,5% do mercado de refrigerantes no Rio Grande do Sul e de 19% do de água. Sem revelar números, Eggers informa que a empresa quer incrementar em 8% seu volume de vendas neste ano, em relação a 2010, e crescer o mesmo percentual novamente em 2012, em comparação a 2011.

As plantas de produção da Fruki estão localizadas em Lajeado e possuem, no momento, uma capacidade para fabricar aproximadamente 300 milhões de litros por ano de água e refrigerantes. Eggers diz que, por enquanto, não será necessário aumentar a capacidade das unidades para atender à previsão de elevação de demanda. Outra novidade enfatizada pelo dirigente é o lançamento, que acontecerá ainda neste mês de julho, do Frukito Uva. Hoje, a empresa conta com a linha desse repositor energético nos sabores frutas cítricas, tropicais e vermelhas.
Fonte: Jornal do Comércio.

Inflação é pressionada pelos salários

Empresas estão tendo de pagar salários cada vez maiores para contratar novos funcionários, principalmente para tirar pessoal de empresas concorrentes

A inflação deu uma trégua nos dois últimos meses, puxada pela queda no preço dos alimentos, mas deve voltar a ser pressionada no segundo semestre. Para economistas, o maior sinal de preocupação com os índices de preços vem do mercado de trabalho.

As empresas estão tendo de pagar salários cada vez maiores para contratar novos funcionários, principalmente para tirar pessoal de empresas concorrentes.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que os salários de contratação na indústria cresceram 12% nos últimos 12 meses. Na média da economia, a alta foi de 10%.

No mesmo período, a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços Ampliado (IPCA) ficou em 6,7% – acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo governo para 2011, de 6,5%.

"Como trazer a inflação para 4,5%, se os salários estão crescendo 10%, 12%?", questiona o economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da consultoria MB Associados. Para ele, o cenário não é de descontrole, e sim de deterioração das condições econômicas.

"Não é alarmante, mas prejudica o crescimento de médio e longo prazo." Pesa ainda sobre a inflação a pressão que deve ser exercida pelos reajustes salariais das grandes categorias que querem negociar aumentos reais.

O crescimento da massa real de salários é bom para o consumidor e excelente para as vendas. No entanto, representa um aumento de custos para as empresas. "O problema é que elas estão mudando a forma de fazer preços", afirma o consultor.

Preços. Até um ano e meio atrás, segundo ele, a tabela de preços era instrumento de competição das companhias. "Hoje, elas simplesmente repassam os aumentos para os preços."

Há cerca de três semanas, Mendonça de Barros teve um almoço com um empresário do setor de embalagens de papelão, que considera exemplar. O industrial contou que, quando precisa aumentar preços, o ritual estabelecido há anos é sempre o mesmo: sua gerente de grandes clientes liga para todos e marca uma reunião. "O cidadão já sabe qual é o assunto e, se não está afim, ele diz que foi viajar." O caso é que essa gerente estava impressionadíssima. Duas semanas antes, ela ligou para os grandes clientes, falou com 100% deles, marcou a reunião com poucos dias de diferença com todos e aumentou os preços para 100% dos casos. "Evidentemente, o cara que comprou o papelão vai repassar isso para a frente."

Além da indexação informal, Mendonça de Barros acredita que muitos dos itens que hoje estão ajudando a segurar a inflação voltarão a pressioná-la.

O preço do etanol é um deles. Isso porque a oferta de cana-de-açúcar deverá permanecer praticamente estável na comparação com 2010, enquanto a demanda pelo combustível cresce fortemente.
Fonte: Agência Estado.

Mercado eleva projeção de inflação de 2011 e de 2012

Para 2011, analistas esperam que o ICPA seja de 6,31%; em 2012, a expectativa subiu para 5,2%

O mercado financeiro elevou a projeção para a inflação em 2011 e 2012, segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC). De acordo com a pesquisa que ouve os analistas do mercado, a expectativa para a inflação oficial neste ano avançou de 6,15% para 6,31%, em um patamar distante do centro da meta de inflação, que é de 4,50%. A meta tem margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.

A revisão para cima da expectativa para a inflação segue-se depois do resultado pior do que o esperado para o IPCA de junho, anunciado na semana passada. Em junho, o indicador oficial de inflação avançou 0,15%, resultado acima do que especialistas aguardavam.

A projeção para a inflação em 2012 subiu de 5,10% para 5,20%. No caso da inflação de curto prazo, o mercado elevou de 0,16% para 0,20% a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho de 2011. Para a inflação de agosto, a taxa prevista ficou estável em 0,29%.

Para os índices gerais de preços, o mercado financeiro reduziu suas projeções em 2011. A estimativa para inflação medida pelo IGP-DI recuou de 5,91% para 5,76% e para o IGP-M, de 6,01% para 5,94%. Para 2012, o mercado segue trabalhando com alta de 5% para ambos indicadores. Em relação aos preços administrados, o mercado elevou de 5,10% para 5,20% a projeção para 2011 e manteve em 4,50% a estimativa para o próximo ano.

O mercado financeiro manteve a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, de 3,94%, segundo o boletim Focus. Para o ano que vem, a projeção para o crescimento da economia permaneceu em 4,10%. A estimativa para o crescimento da produção industrial em 2011 caiu de 3,34% para 3,28%. Para 2012, a projeção para a expansão da indústria caiu de 4,50% para 4,38%.

Juros e dólar

De acordo com a pesquisa Focus, os analistas elevaram a previsão para a Selic (a taxa básica de juros da economia) para o fim de 2011 de 12,50% ao ano para 12,75% ao ano. Atualmente, a taxa está em 12,25% ao ano. A projeção para a Selic no fim de 2012 continua em 12,50% ao ano.

Para o mercado de câmbio, os analistas preveem que o dólar encerre 2011 em R$ 1,60, mesmo patamar estimado na semana anterior. A projeção do câmbio médio no decorrer de 2011 caiu de R$ 1,61 para R$ 1,60. Para o fim de 2012, a previsão para o câmbio caiu de R$ 1,69 para R$ 1,68.

Contas externas

A previsão do mercado financeiro para o déficit em conta corrente neste ano subiu de US$ 59,75 bilhões para US$ 60 bilhões. Para 2012, o déficit em conta corrente do balanço de pagamentos seguiu em US$ 70 bilhões.

Já a previsão de superávit comercial em 2011 subiu de US$ 20 bilhões para US$ 20,06 bilhões. Para 2012, a estimativa para o saldo da balança comercial caiu de US$ 10,10 bilhões para US$ 10 bilhões. Analistas elevaram a estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2011, de US$ 52 bilhões para US$ 52,20 bilhões.

Para 2012, a previsão subiu de US$ 45 bilhões para US$ 47,50 bilhões.
Fonte: Agência Estado.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Lactalis detém 83,3% da Parmalat após oferta de € 2,5 bi

Compra resulta na maior companhia de laticínios do mundo, com receita anual de € 15 bilhões

O grupo de laticínios francês Lactalis garantiu participação de 83,3% na Parmalat ao concluir a aquisição do controle acionário da companhia italiana nesta sexta-feira, 8. A compra resulta na maior companhia de laticínios do mundo, com receita anual de € 15 bilhões. A Lactalis comprou 54,3% da Parmalat, maior grupo de laticínios da Itália, por uma oferta de € 2,5 bilhões, segundo comunicado. Neste ano, já havia adquirido 29% da empresa.

Pertencente à família francesa Besnier, a Lactalis ofereceu € 2,60 por ação pelos 71% da Parmalat que ainda não possuía e teve sucesso na oferta, apesar da rejeição do conselho de diretores da Parmalat, que considerou o preço inadequado. Com a ajuda do governo italiano, um grupo de banqueiros e industriais defendeu a Parmalat, mas não foi capaz de recrutar número de investidores suficiente para formar uma participação que impediria a Lactalis de assumir o controle da Parmalat.

A Lactalis afirmou que as ações da Parmalat continuarão listadas em Milão, já que o grupo francês não obteve a participação de 90,5% que fecharia o capital da companhia. A Lactalis garantiu 9 dos 11 assentos no conselho de diretores da Parmalat, em uma reunião de acionistas na semana passada, e propôs que Franco Tato, ex-diretor da Enel, seja o presidente da Parmalat.

A reunião de acionistas da semana passada também marcou a saída de Enrico Bondi, que foi executivo-chefe da Parmalat desde 2003, quando assumiu a função de supervisionar a recuperação da companhia depois da falência, um dos maiores casos de fraude corporativa na Europa. As informações são da Dow Jones.
Fonte: Agência Estado.

Gol compra Webjet por R$ 311 milhões

Desse total, R$ 96 milhões são referentes às ações da companhia e o restante diz respeito a dívidas da Webjet; há dois anos, a Gol já havia feito uma proposta que não foi aceita.

A Gol anunciou nessa sexta-feira, 8, a compra de 100% do capital social da WebJet por R$ 311 milhões. Do total, R$ 96 milhões serão pagos efetivamente aos sócios. O restante é referente a dívidas contraídas pela empresa, que agora serão pagas pela Gol. Em fato relevante, a companhia aérea informou que a operação será realizada por meio de sua controlada VRG Linhas Aéreas.

Segundo informações da Gol, a compra ainda está sujeita à realização de auditoria técnica e legal nas atividades e ativos da WebJet, à negociação e celebração dos documentos definitivos pelas partes e às aprovações das autoridades governamentais pertinentes, entre outras condições.

Na negociação, a WebJet foi avaliada pelas partes em R$ 310,7 milhões, mas o preço a ser pago pela aquisição será de R$ 96 milhões, sujeito a ajustes até a data em que a operação for concluída.

Os executivos da empresa realizarão uma teleconferência na próxima segunda-feira sobre a operação.
(Equipe AE)
A Gol comprou a Webjet por R$ 311 milhões. A operação foi fechada nessa sexta-feira. Os executivos das duas empresas se reuniram no escritório de advocacia Barbosa, Müssnich & Aragão e fecharam o negócio.

A GOL enviou fato relevante ao mercado confirmando que está em tratativas com a Webjet Linhas Aéreas S.A. "Havendo qualquer Fato Relevante necessário, este será anunciado ao mercado", afirmou.

As ações da Gol dispararam no início da tarde desta sexta, após notícia de que a empresa está finalizando a compra da Webjet. No final do dia, a alta chegou a 3,51%, a maior do Ibovespa - Índice que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Essa não é a primeira aproximação da família Constantino, controladora da Gol, e de Guilherme Paulus, dono da Webjet. Há cerca de dois anos, a Gol já havia feito uma proposta que não foi aceita pela Webjet.
Fonte: Agência Estado.

Compra da Webjet pela Gol pode perpetuar baixa qualidade

Compra da Webjet pela Gol pode perpetuar baixa qualidade, diz Idec
Para instituto, com o negócio, cerca de 85% do mercado doméstico estaria nas mãos de apenas duas companhias aéreas

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor afirmou nesta sexta-feira, 8, que a possível compra da Webjet pela Gol, poderia fazer com que o atual cenário de baixa qualidade dos serviços aéreos se perpetuasse. Para o instituto, com o negócio, o mercado doméstico de voos se concentraria nas mãos de apenas duas companhias, a TAM e a Gol.

A Gol confirmou nesta sexta que está negociando a compra de 100% das ações da Webjet. O negócio deve ser fechado ainda hoje. Segundo dados de maio da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a empresa possui 35,39% de participação nos voos domésticos. Da mesma maneira, a Webjet possui uma estratégia bastante agressiva de baixos preços de passagens e ocupa o quarto lugar no mercado nacional, tendo transportado em maio 5,16% do total de passageiros no País.

O Idec está aguardando a definição das negociações entre as duas empresas, mas já chama a atenção para o movimento de concentração do mercado, algo que, em qualquer setor, não é bom para o consumidor. Segundo o instituto, como a TAM detinha, em maio, 44,43% do mercado interno, quase 80% da aviação doméstica brasileira estava nas mãos de apenas duas empresas. Com a possível aquisição, esse percentual será ainda maior.

"Dada a baixa qualidade dos serviços aéreos - vide o descaso das companhias no que diz respeito a informar o consumidor em casos de atrasos e cancelamentos de voos - e as tarifas elevadas, não é bom que essas atividades se concentrem ainda mais entre duas empresas", afirma o gerente de informações do Idec, Carlos Thadeu de Oliveira. "Na Europa e nos EUA, o setor não é assim tão concentrado e é possível, hoje, comprar lá passagens muito mais baratas que as vendidas aqui no Brasil", acrescentou.

Qualidade em jogo

Uma pesquisa realizada pelo Idec em maio deste ano levantou uma série de abusos praticados por companhias aéreas no País, especialmente em suas vendas online. Segundo o instituto, a Webjet foi o destaque negativo do estudo, pois fazia cobranças absurdas de seus passageiros, como taxa para parcelamento da compra e para marcação de poltronas, e não fornecia informações claras ao consumidor, que incluíam o aviso prévio sobre a cobrança pelos lanches consumidos a bordo.

"Embora as duas empresas tenham uma política de preços que potencialmente amplia o acesso ao transporte aéreo a muitas pessoas, é preciso que o nível de qualidade dos serviços seja não apenas mantido, mas também aperfeiçoado", acrescenta Oliveira.

Em junho, a Webjet foi proibida pela Justiça de cobrar taxas pelo uso da internet nas compras de passagens, marcação de assentos, parcelamento de compra e seguro de viagem. A decisão da juíza Maria Isabel Paes Gonçalves, da 6.ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, deu-se a partir de um pedido do Ministério Público Estadual e estipulou multa de R$ 50 mil por ocorrência.
Fonte: Agêcia Estado.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Bons lucros tornam o Brasil atraente para montadoras

Atualmente existem 13 projetos em construção e em análise

Com custos até 60% mais altos na produção de automóveis em comparação à China e 20% maiores em relação ao México, o Brasil continua atraindo montadoras que ainda não estão no País e novas fábricas de marcas já instaladas. Há 13 projetos em construção ou em análises só de fabricantes de veículos. O número é bem maior quando somadas novas fábricas de autopeças. O mercado interno em crescimento contínuo desde 2004, com projeção de chegar a 6 milhões de veículos em menos de dez anos e bons lucros obtidos nas operações locais fazem do País atraente polo para o setor automobilístico mundial.

Apesar das reclamações contínuas do chamado “custo Brasil” - que tira a competitividade do produto nacional na exportação -, a Fiat e a Toyota estão construindo novas fábricas em Pernambuco e São Paulo. A japonesa Nissan confirmou unidade de US$ 600 milhões e 4 mil empregos, ainda sem local definido. Renault, PSA Peugeot Citroën e General Motors estudam novas filiais. No grupo de empresas que estão chegando está a coreana Hyundai, a japonesa Suzuki e as chinesas Chery e Lifan - esta em parceria com o brasileiro Effa, em um projeto de US$ 100 milhões. Entre os que ainda estudam fábricas estão BMW, Paccar/DAF e EBX, de Eike Batista.

O País já abriga 19 montadoras de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Juntas, elas mantêm 24 fábricas, sem contar as de componentes. A maioria está ampliando capacidade produtiva. A GM constrói unidade de motores em Santa Catarina e a Mitsubishi ao lado de sua linha de montagem em Goiás.

No segmento de autopeças, há pelo menos 15 multinacionais que vão abrir a primeira subsidiária em terras brasileiras. “O custo para produzir no Brasil é maior, mas o lucro obtido também é superior do que em outros países”, diz Fernando Trujillo, consultor de mercado da CSM WorldWide. Ele ressalta, contudo, que esse quadro está mudando. “Com a chegada de carros importados a preços competitivos as empresas estão reduzindo margens de lucro para enfrentar a concorrência.”

Exemplo comentado nos últimos dias é o do Honda City, fabricado em Sumaré (SP) e vendido por R$ 55 mil. A montadora exporta o modelo para o México, onde é revendido por R$ 26 mil. Segundo representantes do setor, além do real valorizado, o Brasil tem custo de venda diferente. Impostos, frete, manutenção de lojas, mão de obra e vários outros itens são mais caros.

Alegam ainda que quase tudo é mais caro no País: roupas, perfume, cosméticos e eletrônicos. O Big Mac, feito pela rede McDonald’s com os mesmos ingredientes em todos os países, custa US$ 1,95 na China, US$ 2,50 no México, US$ 3,73 nos EUA, US$ 2,82 na Coreia e US$ 4,91 no Brasil, mostra o Índice Big Mac, parâmetro internacional de preços.

Para Wim van Acker, sócio da consultoria americana Hunter Group, o lucro que as montadoras obtêm é um chamativo mas, em sua opinião, “mais atrativo ainda é o crescimento esperado para o mercado brasileiro”. “Todos os grandes grupos querem garantir presença nos mercados emergentes como o Brasil, que está entre os que mais crescem, assim como China, Índia e Rússia, os países do Bric”, confirma Michael Hanley, responsável global pela área automotiva da Ernst & Young.

O interesse também ocorre dentro do próprio bloco. “Como os mercados têm características similares, é mais fácil para um grupo chinês ou indiano vir para o Brasil do que para países como Alemanha e França”, diz Hanley. Em 2004, os brasileiros compraram 1,57 milhão de carros, número que saltou para 3,5 milhões em 2010, fazendo do País o quarto maior em vendas mundiais. Este ano deve ficar perto de 3,7 milhões. Para 2020, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea) projeta 6 milhões de unidades, mas teme que fatia importante seja de importados. Hoje, 20% do que é vendido no Brasil vêm de fora.
Inovação será eixo de estímulo industrial, diz ministro Pimentel

O governo vai lançar na segunda quinzena de julho um programa para estimular o setor industrial brasileiro. Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, o programa terá como eixo principal o estímulo à inovação para o aumento da competitividade da indústria nacional. “O eixo principal do programa é a inovação. O Brasil dificilmente conseguirá vencer a competição na área industrial com a China sem investir nisso”, afirmou Pimentel.

De acordo com ele, esse programa poderá fazer com que o Brasil deixe de ter as commodities como principal produto de exportação e passe a vender produtos industrializados para o exterior. Atualmente cerca de 50% da pauta de exportações brasileiras são de mercadorias básicas. “Precisamos trocar a lógica das commodities. Nós temos uma certa tradição histórica de ser exportador de commodities. O Brasil sempre será um grande produtor de recursos naturais, mas nós podemos equilibrar mais. Ter uma pauta de exportação de produtos industrializados mais volumosa”, afirmou o ministro.

O ministro informou ainda que esse programa de incentivo à indústria deve contemplar um conjunto de medidas nas áreas fiscal e tributária. Entre as medidas que devem estar incluídas no plano estão as desonerações da folha de pagamento, zerar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pago na compra de bens de capital e a recuperação imediata do PIS/Cofins pagos por quem adquire máquinas.
Fonte: Jornal do Comércio

Banda larga popular

Banda larga popular estará disponível em até 90 dias, diz Bernardo
Oferta é de 1 megabit por segundo a R$ 35; qualidade do serviço será definida por regulamentos que devem ser votados pela Anatel em 28 de julho

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, anunciou oficialmente nesta quinta-feira, 30, o fechamento do acordo com as operadoras de telefonia para oferta de banda larga de 1 megabit por segundo a R$ 35 no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). A oferta estará disponível em até 90 dias

O preço cobrado pelas empresas será o mesmo, independente se o serviço disponível for banda larga será fixa ou móvel. Bernardo fez questão de frisar que o usuário não estará obrigado a contratar outros serviços, como uma linha de telefone fixo, por exemplo, para ter acesso à banda larga popular.

A previsão do ministro é que a adesão ao PNBL seja superior a 70% dos consumidores que não têm banda larga atualmente. Assinaram o acordo as concessionárias de telefonia fixa Oi, Telefônica, Sercomtel e CTBC.

Os parâmetros de qualidade da banda larga ofertada serão definidos por regulamentos que serão aprovados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Segundo o ministro das Comunicações, o regulamento de qualidade da banda larga fixa será votado pela Anatel em 28 de julho e, posteriormente, será colocado em consulta pública.

O regulamento que estabelece padrões de qualidade da internet móvel já passou por processo de consulta pública. Os dois regulamentos deverão estar aprovados pela Anatel e publicados no Diário Oficial da União até 31 de outubro. O compromisso foi firmado ontem pelo presidente da agência, Ronaldo Sardenberg, perante a presidente Dilma Rousseff.

Banda larga de 5 mega em 2014

A banda larga vendida nos moldes do PNBL terá sua velocidade aumentada gradativamente, até atingir 5 megabits por segundo, em larga escala, em 2014. Paulo Bernardo, porém, não informou quanto seria o preço, mas ponderou que será menor que o cobrado atualmente.

O ministro ressaltou, no entanto, que a oferta de banda larga para o PNBL não terá injeção de dinheiro público.

Bernardo anunciou ainda que a Eletrobrás poderá se associar à Telebrás para ofertar banda larga em todo o País. Segundo Bernardo, as duas estatais poderão constituir uma empresa para fazer oferta de banda larga no atacado.
Fonte: Agência Estado.

4 - Fusão: Pão de Açucar e Carrefur

Conselho do Carrefour aprova plano para fusão com Pão de Açúcar
'O conselho de diretores considerou que essa proposta criará valor para o Carrefour e o CBD', informou o Carrefour em comunicado

PARIS - O conselho do Carrefour aprovou um plano controverso proposto pela empresa de investimento brasileira Gama para combinar os ativos do grupo varejista francês com os do Grupo Pão de Açúcar (Companhia Brasileira de Distribuição, ou CBD). A fusão criaria a maior empresa de varejo do Brasil e tem gerado hostilidade com o também francês Casino, que divide o controle do Pão de Açúcar com a família Diniz.

Sinergias

O Carrefour informou que seu conselho diretor considerou que o plano está totalmente em linha com a estratégia da companhia de fortalecer sua presença em seus principais mercados de crescimento e criará valor para o grupo. Sinergias anuais estão sendo calculadas entre 600 bilhões de euros e 800 bilhões de euros, segundo o Carrefour.

Se a transação for concluída, o Carrefour aumentará significativamente sua exposição a mercados em crescimento, que corresponderão a mais de 40% de suas vendas consolidadas em 2013, disse a companhia.

"A entidade resultante da fusão se beneficiaria do conhecimento do Carrefour e do CBD sobre o formato de hipermercados, da posição forte do CBD no segmento de supermercados e da liderança do Carrefour em 'Cash & Carry'. A companhia também seria um líder no mercado de rápido crescimento para aparelhos domésticos por meio das marcas Ponto Frio e Casas Bahia", acrescentou o Carrefour.

A decisão do conselho do Carrefour é condicionada à aprovação do Pão de Açúcar à proposta da Gama e à aprovação do conselho do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As informações são da Dow Jones.
Fonte: Agência Estado.

3 - Fusão: Pão de Açucar e Carrefour

Aliados da megafusão preparam defesa
Interessados na fusão Carrefour-Pão de Açúcar já iniciaram contatos com o Cade

Apesar da ferrenha resistência do sócio Casino ao negócio, os interessados na megafusão entre Pão de Açúcar e Carrefour já começam a traçar sua estratégia para tentar aprovar a operação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
JF Diorio/AE
JF Diorio/AE
Estratégia. Empresas querem convencer autoridades que concentração só é significativa em 25 municípios

A linha central da argumentação é convencer os órgãos de defesa da concorrência que as concentrações excessivas de mercado estão restritas a poucos municípios. As empresas, porém, estão cientes que a megafusão no varejo é "delicada" e que vai exigir concessões.

Os contatos com as autoridades já começaram. Na semana passada, representantes dos investidores que querem a fusão conversaram com o Cade, com a Secretaria de Direito Econômico (ministério da Justiça) e com a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Fazenda).

As conversas, por enquanto, são para informar que o negócio ainda está em fase de análise pelos sócios e que deve ser comunicado ao Cade assim que for concluído. Ainda não houve troca de informações sobre a operação.

Segundo consultorias envolvidas no processo, as empresas reconhecem que, provavelmente, será necessário assinar um Acordo de Preservação da Reversibilidade da Operação (Apro) com o Cade - um instrumento jurídico que mantenha as empresas separadas enquanto o governo faz a análise do negócio.

Concentração. Os cálculos preliminares feitos pelas consultorias apontam que Pão de Açúcar e Carrefour estão presentes, ao mesmo tempo, em 70 dos 180 municípios onde atuam. Em apenas 25, a concentração seria "significativa", ou acima de 50%. O Cade, no entanto, já considerou preocupante concentrações acima de 20% a 30%.

Um dos focos de atenção será São Paulo. No anúncio do negócio na semana passada, Cláudio Galeazzi, sócio do BTG Pactual (um dos investidores), afirmou que a concentração é elevada na cidade e pode exigir "desinvestimentos" - ou seja, venda de lojas.

Em matéria publicada no domingo, o Estado mostrou que a empresa resultante da fusão teria 69% das vendas no Estado de São Paulo. Fontes próximas aos investidores consideram o número "superestimado", mas não apresentam outro dado.

Segundo essas fontes, para a análise concorrencial, o que vai interessar é a concentração em cada "região" ou "bairro". As fontes admitiram, no entanto, que o fato de que as empresas representam só 32% do mercado nacionalmente também é pouco representativo.

Outro argumento estratégico da defesa é apontar a importância de varejistas regionais, como Zona Sul (Rio de Janeiro), Bretas (Minas) e Záfari (Rio Grande do Sul). O objetivo é demonstrar que a concorrência não se restringe a Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart. "Essa não é uma operação de dois players que se unem contra um terceiro", disse uma fonte.

Os dados iniciais também apontam que a participação do megavarejista Pão de Açúcar-Carrefour é pequena nas vendas de grandes fornecedores. A nova empresa representaria, por exemplo, menos de 3% das vendas da Ambev e menos de 7% das vendas da Nestlé. Não foram apresentados dados, no entanto, sobre a participação nas vendas de empresas menores.

Toda essa estratégia de convencimento das autoridades pode ser infrutífera se os investidores não conseguirem convencer o sócio Casino a aceitar o negócio. O grupo francês alega que o acordo de acionistas obrigava o Pão de Açúcar a comunicar sobre as negociações.

Esclarecimento. Segundo a assessoria de imprensa do Pão de Açúcar, "não há qualquer disposição no acordo de acionistas que obrigue as partes (Casino ou Abilio) a solicitar que o outro sócio acompanhe negociações e oportunidades de negócios para o Pão de Açúcar. Quando este acionista recebe proposta formal, aí sim deve submetê-la ao outro sócio.

O artigo mencionado em arte publicada pelo Estado no domingo diz respeito à obrigação de chamar o outro sócio em oportunidades fora do varejo alimentício, o que não é o caso. A obrigação de não competição, citada pelo Casino, apenas justifica e corrobora nossa tese de que não há nada ilegal, uma vez que Abilio está levando a proposta que envolve o Carrefour para análise de seu sócio, não gerando qualquer quebra de contrato, nem tampouco gerando competição."

A POSIÇÃO DE CADA UM

Abilio Diniz, presidente do Conselho do Pão de Açúcar

Articulou a proposta de fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour. Afirma que essa é uma maneira de melhorar a estrutura de capital do Pão de Açúcar, para que a empresa continue a crescer. Acusado pelo Casino, seu sócio francês, de ter negociado com o Carrefour na surdina, diz que não falou nada antes pois não tinha o que mostrar.

Jean-Charles Naouri, presidente do Casino

Em 2005 comprou o controle do Pão de Açúcar, que, por contrato, deve assumir em junho de 2012. Naouri acredita que Abilio articulou o projeto de fusão com o Carrefour, sem o seu conhecimento, para não entregar o controle do Pão de Açúcar e continuar no comando da eventual nova empresa juntamente com o Casino, como acontece hoje.
Fonte: Agência Estado.

2 - Fusão: Pão de Açúcar e Carrefour

Os bastidores da megafusão
Como Abilio Diniz costurou a proposta de unir Pão de Açúcar e Carrefour, conseguindo convencer o BNDES a colocar até R$ 4,5 bilhões no negócio. Essa foi uma saída para o empresário não ter de abrir mão do controle da rede

Faz pelo menos um ano que Abilio Diniz procura um jeito de rever a sociedade com o grupo francês Casino. Um acordo assinado em 2005 determinou que Abilio e Casino dividiriam o comando do Pão de Açúcar até o dia 22 de junho de 2012, quando o controle passará às mãos dos franceses. Na época, o empresário aceitou o acordo porque a companhia precisava do dinheiro do sócio. Agora que o vento mudou e o Pão de Açúcar é o maior varejista do País, ele vem tentando se manter no poder ao lado do Casino.

A proposta de fusão de Pão de Açúcar e Carrefour, que surpreendeu o mercado na semana passada, é o capítulo mais recente de uma disputa que transformou uma parceria de 12 anos numa fonte de ressentimentos, acusações de golpes baixos de parte a parte e promete muita briga nos tribunais. Para entender o que está em jogo e o clima belicoso que a história tomou, é preciso voltar um pouco no tempo.

De acordo com fontes ligadas ao grupo francês, há cerca de um ano Abilio procurou Jean Charles Naouri, acionista e presidente do Casino, para propor que ele abrisse mão de assumir o comando em 2012 - mantendo a estrutura atual de controle compartilhado. Naouri, de acordo com essas fontes, recusou-se a rever esse ponto. "Não faria sentido abrir mão do controle do Pão de Açúcar, que é o objetivo do Casino desde que começou a negociar pela primeira vez, 12 anos atrás", afirma um profissional envolvido no processo pelo lado do Casino. Abilio e os franceses são sócios desde 1999.

Apesar da resistência, os dois lados combinaram estudar a possibilidade de mudanças na estrutura do acordo. Para evitar o desgaste, as conversas foram conduzidas em São Paulo e em Paris sem a presença dos controladores, apenas com os assessores financeiros. "A turma do Abilio perguntava o que o Casino queria para rever o acordo", diz uma fonte ligada ao Casino. As negociações não prosperaram e os encontros cessaram em março deste ano.

Em abril, Abilio e Naouri voltaram a se encontrar. Desta vez, a conversa teria sido mais dura, com Abilio se queixando da falta de abertura do sócio francês. Na visão do Casino, nesse momento Abilio mostrou disposição para a briga, o que detonou um racha entre eles.

A história contada por pessoas próximas a Abilio é diferente: o empresário nunca teria proposto a revisão da cláusula do acordo que lhe tira o controle do Pão de Açúcar em 2012, mas apenas um novo modelo de crescimento para a empresa - que passaria pela diluição das participações acionárias dos controladores. "Abilio queria que o Jean Charles abrisse a cabeça, mas eles entenderam que era uma questão de poder", diz uma fonte ligada ao empresário.

BNDES. Como o tempo corria contra Abilio, enquanto discutia com o Casino, ele vinha tendo conversas preliminares com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre uma eventual compra de participação da operação global do Carrefour - que resultaria na fusão das operações entre Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil. Sem o conhecimento do Casino. Ainda eram conversas em tese, mas esse foi o embrião da associação entre Abilio, o banco BTG Pactual e o BNDES, autores da proposta de fusão.

A aproximação mais firme de Abilio com o BNDES ocorreu em meados de 2010, quando ele foi recebido pelo presidente do banco, Luciano Coutinho, para uma apresentação do Pão de Açúcar para a diretoria. É um costume do colegiado convidar empresários para apresentar suas empresas na grande sala de reuniões do 20° andar da sede da instituição, no Rio de Janeiro.

Ali, diante de diretores e superintendentes do banco, Abilio permitiu-se um tom de desabafo. Contou que rabiscara sua assinatura naquele contrato de 2005 prometendo entregar o controle do Pão de Açúcar ao Casino em meio a dificuldades nas contas da empresa. Mas pouco depois já tinha recobrado o espírito empreendedor. E a explosão de consumo recente deu-lhe ânimo novo. "Ele contou que só pensava em uma forma de evitar perder o controle, mas não estava encontrando uma saída", conta um dos participantes da reunião.

Mas não foi o tom emocional que convenceu o BNDES a ajudar Abilio. Os executivos do BNDES manifestaram a preocupação com o interesse do americano Walmart pelas lojas do Carrefour no Brasil, que poderia resultar numa gigante do varejo de capital estrangeiro, e Abilio então encaixou sua proposta à visão do BNDES.

Quase um ano depois, o empresário levou uma solução concreta ao banco. Segundo fontes do BNDES, Abilio entregou uma proposta formal de fusão com o Carrefour, há cerca de dois meses, diretamente ao presidente do BNDES. Coutinho colocou o empresário em contato com o corpo técnico do banco, que formou convicção sobre o negócio.

O argumento definitivo para convencer o banco foi mesmo a defesa do controle nacional sobre o Pão de Açúcar. O BNDES sabe que Abilio será o grande beneficiado se a fusão sair do papel, mas acha que também pode lucrar com isso. Segundo as fontes do banco, Abilio dizia que o apoio do BNDES era importante para convencer o Casino de que o negócio com o Carrefour era bom. E afirmava que não queria brigar com seu sócio.

Antigo. O interesse de Abilio pelo Carrefour era antigo. Quando o Walmart negociou a compra das operações locais da rede francesa, no fim de 2009, Abilio procurou o fundo Blue Capital, um dos principais acionistas do Carrefour. O objetivo era dizer que, caso o Carrefour no Brasil fosse vendido, o Pão de Açúcar estaria interessado.

No Carrefour, Abilio já contava com um velho conhecido: Pierre Bouchut, vice-presidente mundial de finanças da rede francesa. Antes de trabalhar para o Carrefour, Bouchut foi presidente do Casino e integrante do conselho do Pão de Açúcar. Em 2005, quando Abilio vendeu o controle da empresa para os franceses, Bouchut estava na linha de frente das negociações. O executivo, porém, deixou a companhia após desentendimento com Naouri. Depois de quatro anos, Bouchut voltou ao setor num cargo estratégico, desta vez no principal rival do Casino. Desde que Abilio começou a negociar com o Carrefour, o executivo é um interlocutor de peso da operação.

Reação. A proposta com o Carrefour irritou o sócio Naouri, que resolveu partir para a guerra. A tal ponto que semanas atrás ele conseguiu que a Justiça francesa apreendesse documentos na sede do Carrefour, que comprovariam negociações secretas com Abilio. A presença do BNDES gerou uma reação negativa da opinião pública, que questionou os reais beneficiários dessa investida do banco. A repercussão dos fatos foi muito mais negativa do que Abilio esperava.

"Essa proposta era para ser avaliada e depois aprovada ou não. Abilio nunca disse que queria fazer o negócio na marra. O Casino podia até recusar, mas não precisava fazer essa baixaria", diz uma fonte ligada ao empresário. Pelo visto, vai ficar difícil deixar os dois sócios na mesma sala de reuniões.
Fonte: Agência Estado.

1 - Fusão: Pão de Açucar e Carrefour

'Até o momento não cometi nenhum deslize ético', diz Abílio
Para o empresário, críticas à participação do BNDES na fusão são resultado de 'falha de comunicação'

Ator principal na polêmica em torno da fusão que pode sacudir o varejo brasileiro e em paralelo questionar as prioridades do BNDES, o empresário Abilio Diniz afirma estar seguro de seus atos. "Tudo será feito respeitando o contrato com o Casino", diz o líder do Grupo Pão de Açúcar, referindo-se aos seus sócios franceses - os quais, garante, "sabiam de tudo". O Casino tem afirmado o contrário do que sustenta Diniz (leia box). "Nunca me passou pela cabeça que isso fosse acontecer", disse Diniz. No final da tarde da sexta-feira, ele expôs ao Estado a sua versão.

O Pão de Açúcar não está desrespeitando um contrato, com sério risco de uma repercussão negativa até no plano internacional?

Temos vários pareceres jurídicos de que a nossa conduta está respaldada pelo acordo de acionistas. Não estamos cometendo nenhuma irregularidade ao prospectar negócios. Eu cometeria irregularidade se não seguisse os ritos da governança corporativa. Garanto que até o momento não cometi nenhum deslize ético. O contrato com o Casino será respeitado integralmente. O problema é que o Pão de Açúcar não tem estrutura de capital para crescer. Teria espaço para novo endividamento, mas eles (os franceses) não têm como acompanhar. Eles têm "covenants" (comprometimentos) que os impedem de acompanhar um novo endividamento. O Grupo precisa rever sua estrutura de capital para crescer, até internacionalmente. Não que o Brasil não tenha espaço, mas há oportunidades. E nós temos certeza de que podemos contribuir com a operação do Carrefour.

Mas o sr. não discutiu e alinhou isso com seus sócios do Casino?

Nós fizemos uma proposta para eles, mas eles nem analisaram. O Jean-Charles (Naouri, presidente do Casino) sempre foi muito briguento, mas eu disse a ele: "comigo você não vai conseguir brigar". Nosso relacionamento sempre foi muito bom, mas se alterou quando comecei a apertá-lo nessa questão da estrutura de capital.

Quando surgiu a ideia da fusão?

Eu estou estudando o Carrefour há dois anos. Tenho visitado muitos países, conhecido a operação. E o Casino sabia disso. Quando chega o momento, eles dizem o que é conveniente para eles!

Há severas críticas no sentido de que o BNDES não deveria apoiar essa fusão no varejo.

Acho que houve uma falha minha nesse ponto, uma falha de comunicação. Eu sempre achei que numa operação desse porte seria bom ter o "brand" do BNDES, e eles demonstraram interesse. Fui tratado com elevado profissionalismo. Nossas conversas com o banco começaram em fevereiro. Eles enxergavam a possibilidade de um bom negócio.

O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento), criticou os bancos privados por não cumprirem adequadamente sua missão de fomento empresarial. O sr. procurou outros bancos?

Não. Achei que caberia mais ao BNDES e a fundos. O BTG Pactual, no começo, queria uma participação maior, depois se adequou. Mas se vierem outros fundos serão bem-vindos. Depois da operação montada, se o BNDES quiser diminuir sua fatia... Tenho certeza de que mais players poderão ser atraídos.

O sr. foi contatado por fornecedores, preocupados com a fusão?

Os fornecedores sempre dizem isso, que vão ser apertados etc... Mas a concentração não vai ser tão grande. Pelos dados de fatias de mercado do Instituto Nielsen, se você somar o Pão de Açúcar e o Carrefour, em números arredondados, teremos 5% das vendas da Ambev. Da Nestlé, ambos terão 14%, no máximo. Da Unilever não chegaremos a 16%.

Qual a sua expectativa em relação à posição do Cade?

Sempre conversamos bem com o Cade. Temos números que mostram que as duas empresas estariam presentes em cerca de 170 municípios. Apenas em um terço teríamos uma fatia de mercado maior do que 30%, que é o nível de concentração que preocupa o Cade. Em alguns municípios poderíamos ter algum problema, e estamos dispostos a negociar.

Além das questões dos consumidores, o que dizer das potenciais demissões?

Temos tido uma alta rotatividade de pessoal, devido ao aquecimento da economia. Estamos sempre admitindo.

Pode haver fechamento de lojas em algumas localidades, pela proximidade entre elas?

Nossa equipe vai sair a campo nos próximos dias para estudar isto. Em três semanas acredito que o trabalho estará pronto.

O Casino publicou na quarta-feira um anúncio bastante crítico ao sr., afirmando, entre outras coisas, que o movimento é "ilegal" e feito "em segredo".

Eles vieram com um ataque enfurecido, com muita ironia. Nunca me passou pela cabeça que isso poderia acontecer.

Quais são os próximos passos?

Temos que seguir os ritos da governança corporativa. Primeiro, vamos reunir os conselhos Consultivo e Fiscal. Depois, faremos a reunião da holding, para em seguida realizar a reunião do Conselho de Administração. Só então chamaremos a Assembleia Geral de Acionistas.
Fonte: Ageência Estado.