quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Lucro da BRF sobe 190% no 2º trimestre, para R$ 498 milhões

Margem Ebitda da companhia teve nível recorde, com avanço de 1,4 ponto porcentual, para 12,5%

A BRF Brasil Foods registrou lucro líquido de R$ 498 milhões no segundo trimestre do ano, alta de 190% ante os R$ 171 milhões registrados no mesmo período de 2010. A receita líquida cresceu 14%, para R$ 6,294 bilhões, ante R$ 5,532 bilhões de abril a junho de 2010.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) atingiu R$ 786 milhões no segundo trimestre, alta de 28% ante os R$ 614 milhões apurados no mesmo período do ano passado. A margem Ebitda registrou avanço de 1,4 ponto porcentual, para 12,5%, nível recorde.

No acumulado do ano até junho, o lucro líquido da companhia somou R$ 881 milhões, incremento de 279%, quando comparado aos R$ 233 milhões em igual intervalo de 2010. A receita líquida aumentou 16%, passando de R$ 10,579 bilhões para R$ 12,315 bilhões.

O Ebitda do período totalizou R$ 1,602 bilhão no primeiro semestre, alta de 51%. A margem Ebitda subiu para 13% ante 10% do primeiro semestre de 2010. A margem foi recorde devido, principalmente, aos aumentos expressivos de preços, tanto no mercado interno quanto no externo. "Conseguimos superar a desvalorização do dólar e a alta do custo de produção, principalmente dos grãos", afirmou o vice-presidente financeiro e de Relações com os Investidores, Leopoldo Saboya, em coletiva de imprensa.

No segundo trimestre, os preços médios praticados no mercado externo subiram 14% em reais e 25% em dólar. No mercado doméstico, os valores subiram, em média, 12,4%. No mesmo período, o dólar desvalorizou 11%. Segundo a companhia, as cotações da soja (saca) ficaram 25,9% superiores ante o segundo trimestre de 2010. Já o milho, na mesma base de comparação, subiu 71,7%.

"A soja e o milho representam 25% do custo total de produtos vendidos da BRF. Nesse trimestre, sentimos o efeito do incremento do custo de produção, mas como vendemos mais, o porcentual da receita líquida recuou", explicou Saboya. O Custo de Produtos Vendidos (CPV) da empresa no segundo trimestre foi de R$ 4,7 bilhões, representando 75,2% da receita líquida. Em igual intervalo do ano passado, a cifra foi de R$ 4,2 bilhões e o porcentual, 75,6%.

Oriente Médio

A BRF anunciou que vai construir uma fábrica de processados no Oriente Médio, nos Emirados Árabes Unidos, a quarta unidade no exterior da companhia que já possui fábricas na Holanda, Inglaterra e uma pequena unidade de queijos na Argentina. Os investimentos serão na ordem de US$ 120 milhões, totalmente de recursos próprios, que serão aplicados em duas etapas: US$ 95 milhões na primeira fase, que termina em 2012, e os restantes, US$ 25 milhões na segunda, em até 2017, quando a operação chega á sua total capacidade.

"Conseguiremos consolidar nossa posição de liderança no Oriente Médio e fortaleceremos nossas marcas com produção local de processados. A ideia é exportar do Brasil matérias-primas semi-acabadas ou acabadas que serão processadas na fábrica", disse o presidente da companhia, Jose Antonio do Prado Fay, em coletiva de imprensa. "O mercado ainda é incipiente ante o Brasil, mas é uma região que tem um potencial grande crescimento de demanda da proteína", completou.o executivo.

A fábrica terá capacidade de produção de cerca de 80 mil toneladas/ano, quando atingir a plena capacidade em 2017. O início das operações está previsto para o final de 2012. Serão fabricados na unidade produtos empanados, hambúrgueres, pizzas, industrializados e marinados.

Hoje, o Oriente Médio representa 31,8% das exportações da BRF e a marcas que serão vendidas são as que já chegam aos consumidores locais via exportações, como Sadia e Perdix. "O projeto está pronto e estamos discutindo com o governo local onde será instalada a fábrica, eu pode ser em Dubai ou Abu Dhabi", disse Fay, que informou que não será realizado processamento de produtos para terceiros. Quando estiver a plena capacidade, a fábrica representará 60% a 70% do volume vendido na região.
Fonte: Agência Estado.

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