domingo, 22 de maio de 2011

Prejuízo consolidado do Panamericano em 2010 sobe para R$ 187 milhões

Balanço financeiro 'complementar' ajustado ao padrão contábil internacional foi apresentado à CVM

O Banco Panamericano apresentou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) novo documento sobre seu balanço financeiro referente a 2010, identificado como "complementar", ajustado agora ao padrão contábil internacional (IFRS), pelo qual o prejuízo consolidado do grupo fica maior do que o divulgado anteriormente, no padrão brasileiro. O atual relatório do comitê de auditoria aponta que o prejuízo consolidado do Panamericano foi de R$ 187,297 milhões em IFRS, enquanto em fevereiro a cifra anunciada era de R$ 133,617 milhões para o mês de dezembro de 2010, em BR Gaap/Bacen.

Naquela ocasião, a instituição financeira separava o resultado consolidado do que era específico do negócio do banco, de R$ 142,144 milhões, detalhamento que não ocorre agora. No atual documento de 110 páginas, não há menção ao resultado líquido do banco separadamente.

O total do ativo consolidado - incluindo banco e as controladas - é de R$ 16,588 bilhões, enquanto no relatório datado de 15 de fevereiro era de R$ 13,174 bilhões, sem os ajustes ao IFRS.

Os administradores do Panamericano consideraram apenas um mês de operação no ano passado, alegando não haver critério de comparação após a admissão de um rombo de R$ 4,3 bilhões, por inconsistências contábeis e o não registro de operações de cessão de crédito liquidadas.

O comitê de auditoria diz ter concluído na sexta-feira a revisão das demonstrações especiais consolidadas. O texto afirma: "Como parte dessa revisão, discutiu com os auditores independentes (a Deloitte) o resultado do seu trabalho e tomou conhecimento do seu relatório, inclusive, do ajuste procedido para adequar o reconhecimento das receitas ao fluxo de caixa de pagamentos ou recebimentos futuros ao longo do contrato de empréstimo, sobre os balanços patrimoniais especiais individuais e consolidados do Banco Panamericano S.A em 30 de novembro de 2010 (Balanço de Abertura) e 31 de dezembro de 2010, para as suas demonstrações especiais individuais e consolidadas do resultado, das mutações do patrimônio liquido, do fluxo de caixa e do valor adicionado para o mês de dezembro de 2010, bem como para as suas correspondentes notas explicativas elaboradas de acordo com a opção I da Carta-Circular nº3. 435, do Banco Central do Brasil - Bacen, sendo consideradas de propósito especial, de acordo com as práticas descritas nas Notas 3 e 4, visando apresentar valores livres de distorção relevante, independentemente, se causada por fraude ou erro, dando-se por satisfeito com as informações e esclarecimentos prestados."

Lucro no 1º tri

O Banco Panamericano registrou lucro líquido consolidado de R$ 76,164 milhões no primeiro trimestre deste ano. A instituição não divulgou o comparativo com o primeiro trimestre de 2010. No mês de dezembro passado, o banco teve prejuízo de R$ 133,6 milhões.

Ao final de março, o patrimônio líquido consolidado do banco era de R$ 1,395 bilhão, ante R$ 19,150 milhões no final de dezembro de 2010.

Ainda de acordo com o balanço do Panamericano divulgado há pouco, em 31 de março deste ano, o Índice de Basileia do banco era de 13,45% (-5,74% ao final de dezembro de 2010), enquanto o valor da margem operacional era de R$ 261 milhões (-R$ 2,667 bilhões em dezembro de 2010).

O controle de Panamericano (51% do capital votante) foi vendido em novembro do ano passado pelo Grupo Silvio Santos ao BTG Pactual por R$ 450 milhões, após descoberta de um rombo contábil de mais de R$ 4,3 bilhões e a instituição ser socorrida pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). A Caixa Econômica Federal detém 49% do capital votante da instituição.

Carteira de crédito

O Banco Panamericano informou que sua carteira total de crédito atingiu R$ 10,191 bilhões no primeiro trimestre de 2011, comparados a R$ 13,3 bilhões em dezembro de 2010. Não foi divulgado o comparativo com o mesmo período do ano passado. Os ativos totais do Panamericano ficaram em R$ 13,378 bilhões no primeiro trimestre deste ano, enquanto os depósitos a prazo somaram R$ 4,060 bilhões.

De acordo com o balanço da instituição, o total da carteira de crédito do primeiro trimestre deste ano inclui a carteira de créditos retida no banco, de R$ 3,4 bilhões; os créditos cedidos com coobrigação, no montante de R$ 3,5 bilhões; a totalidade das carteiras cedidas a FIDCs (fundos de investimento em direitos creditórios), no valor de R$ 2,3 bilhões, sendo que o banco detinha cotas destes FIDCs no valor de R$ 1,4 bilhão; e o saldo das operações de leasing, de R$ 1 bilhão.

Ainda segundo o Panamericano, a redução da carteira no trimestre se deveu, sobretudo, à cessão de direitos creditórios no valor de aproximadamente R$ 3,5 bilhões para o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), sem coobrigação. O crédito para pessoas físicas correspondia a 88,0% da carteira retida.
Fonte: Agência Estado.

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