sexta-feira, 23 de julho de 2010

GM expande fábrica de Gravataí e aumenta produção de veículos

Fábrica completa 10 anos na próxima terça
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("Atualizada em 15/07/2010 às 10h28min");
Fábrica completa 10 anos na próxima terça

Gilberto Leal gilberto.leal@zerohora.com.br

Projeto que sacudiu o Rio Grande do Sul, devolveu a autoestima do gaúcho e transformou em realidade um antigo sonho, o complexo de Gravataí da General Motors do Brasil completa na próxima terça-feira 10 anos de produção. Inaugurado em 20 de julho de 2000 como a mais avançada unidade de referência da então maior fabricante de veículos do mundo, comemorará em meados de agosto a fabricação de 1,5 milhão de veículos.Nestes 10 anos, a planta teve a produção ampliada de 120 mil unidades por ano para 230 mil. Com as novas obras, iniciadas no mês passado, chegará a 350 mil em 2012. O complexo também mudou as características da região, impulsionou o desenvolvimento, a geração e o crescimento de novos negócios e criou milhares de empregos diretos e indiretos.

O gaúcho Celta é o Chevrolet mais vendido no país. Com a ampliação, Gravataí – que representa 40% da produção brasileira da GM –, chegará aos 60% no segundo semestre de 2012, com os dois modelos da família Onix, um hatch e um sedã compactos. A planta do Km 66 da BR-290 impressiona. São 360 hectares, dos quais, 50 destinados à preservação ambiental, e quase 1 milhão de metros quadrados na operação industrial. Os 216 mil m² da fábrica passarão para 290 mil m², mais 35%. Os atuais 240 robôs passarão para 490 na funilaria, pintura e montagem. A produção de 50 carros/hora passará para mais de 60, com flexibilidade de acompanhar a demanda do mercado.A seleção dos novos fornecedores de peças e componentes já começou. A operação comandada por São Paulo inclui a consulta e a discussão técnica para garantir a qualidade, a cotação e a negociação de preços. Além dos atuais 18 sistemistas da produção do Celta e do Prisma, para o Onix deverão chegar novas empresas.A ampliação acrescentará mais mil empregos diretos aos atuais 6 mil, dos quais, 2,2 mil são na GM, 1,5 mil, dos sistemistas e o restante, das empresas prestadoras de serviços permanentes. Uma modificação do desenho interno da fábrica em execução permitirá a continuidade da montagem normal de veículos paralela às obras de ampliação.Longa metragemA história do complexo de Gravataí tem passagens cinematográficas, que vão de reuniões no Exterior a encontros e desencontros secretos regados a picanha e chimarrão, conversas cifradas, uso de codinomes, invasões dos agricultores sem-terra e ameaça de suspensão das obras . Tudo começou na conversa em um jatinho entre Brasília e São Paulo. Evoluiu para o projeto que seria apresentado numa reunião em 14 de setembro de 1994, em um hotel de Zurique, mas suspenso quando o então ministro da Fazenda, Ciro Gomes, reduziu de 35% para 20% o Imposto de Importação para veículos. Ficou mais barato importar do que produzir, e a fábrica foi para a Argentina.A implantação da unidade de Rosário feita pela filial brasileira, presidida por Mark Hogan, foi um sucesso. Em 1995, a GM do Brasil teve o melhor desempenho da corporação. O projeto voltou, muito mais ousado. O trabalho nos Estados avançou e, quando o sinal verde chegou, no começo de outubro de 1996, os estudos estavam prontos. Faltava apenas a data para o anúncio do presidente Fernando Henrique Cardoso. No dia 22 de novembro, o governador Antônio Brito comemorou a vinda da montadora, confirmada oficialmente em 2 de dezembro de 1996.

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