sábado, 27 de agosto de 2011

Extinto Bamerindus faz acordo com BC para pagar parte de sua dívida

Dívida fica abaixo dos R$ 2 bilhões e deve ser parcelada em 180 meses

O extinto banco Bamerindus firmou acordo para pagar ao Banco Central parte de sua dívida com a instituição, o que ajudará a reduzir a dívida líquida do setor público. A dívida será parcelada em 180 meses, sendo que a primeira parcela de R$ 14,2 milhões, foi paga no dia 12 de agosto, quando o acordo foi fechado.

Segundo o diretor de Administração do BC, Altamir Lopes, o valor da dívida negociada é de R$ 2,5 bilhões, mas que, trazida a valor presente, fica abaixo de R$ 2 bilhões. É o valor presente que será deduzido da dívida líquida do setor público.

O BC esclareceu que o acordo não encerra o processo de liquidação extrajudicial, mas o acerto prevê a quitação em 180 meses da dívida da instituição com a autoridade monetária, que era de R$ 2,7 bilhões.

Segundo o BC, o valor de R$ 2,5 bilhões do acordo refere-se ao total devido abatidos os encargos que incidiram sobre a dívida. O acordo vai reduzir a dívida líquida do setor público em um montante inferior a R$ 2 bilhões, que é o valor contábil das 180 parcelas trazidas a valor presente.
Fonte: Agência Estado.

Micro e pequenas empresas comemoram mudanças

As alterações na Lei 123/2006, que criou um sistema de arrecadação mais simplificado e com carga tributária menor, vão proporcionar a inclusão, a permanência e o retorno de muitas empresas ao programa

Hélio Costa teve que puxar o freio e controlar o crescimento das suas duas empresas, a confeitaria Essência do Sabor e a Só Frio Indústria e Comércio de Refrigeração, em Porto Alegre. Em ambas, Costa estava enquadrado no Simples Nacional desde 2006, com um percentual de impostos na faixa de 11%. Os negócios foram dando certo e o faturamento aumentou. O que seria motivo de alegria e vitória se tornou uma insegurança para o empresário que comanda 90 funcionários entre os estabelecimentos.

A receita anual, em cada uma delas, chega a R$ 2,4 milhões e, ao ultrapassar este valor, ele é automaticamente desenquadrado do Super Simples, entrando para o Lucro Real, o que daria um salto de mais de 50% no recolhimento de impostos. “Se aumentarmos o faturamento, entraremos numa situação de tributação que não poderemos suportar e podemos perder em competitividade”, declara Costa, que precisou se readequar, pois o temor dos custos altos com o fisco poderia desestabilizar seus empreendimentos. “Quando os custos se elevam, as chances de vir a fracassar são muito grandes”, reforça o empresário cauteloso em seus negócios.

Mas Costa não precisa mais temer essa situação. As empresas de pequeno porte foram uma das beneficiadas com as alterações no Simples Nacional, também chamado de Super Simples, que ganhou um novo fôlego. Com as mudanças, o teto limite para enquandramento dessas companhias passou de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões.

O PLC 591/10, que pode ser votado ainda neste ano no Congresso, altera a Lei 123/2006, elevando em cerca de 50% o limite de enquadramento para esta modalidade tributária. A medida da presidente Dilma Rousseff vai beneficiar mais de 500 mil instituições no País, sendo 70 mil delas só no Rio Grande do Sul, segundo a avaliação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

O Projeto de Lei Complementar aumenta de R$ 36 mil para R$ 60 mil o teto da receita bruta anual do empreendedor individual e para a microempresa, de R$ 240 mil para R$ 360 mil. Além das alterações do teto, outra medida que agradou aos empreendedores foi a possibilidade de parcelamento dos débitos em até 60 meses. Também há permissão de exportação para outros países sem sair do programa. Assim, por exemplo, quem estiver no teto máximo de R$ 3,6 milhões poderá exportar mais R$ 3,6 milhões mantendo-se no sistema.
Desde a implantação do Simples Nacional, cerca de 5,2 milhões de empresas já se enquadraram nesta modalidade, o que, de acordo com o Sebrae, representa 88% das micro e pequenas empresas do País.

A nova proposta agora segue para ser votada na Câmara Federal. Especialistas também comemoram a boa notícia, antecipando a decisão dos parlamentares, pois a medida possibilita que empresas que estavam no limite do teto permaneçam enquadradas e as que já estavam de fora possam voltar a pagar menos tributo e de forma simplificada. Para o vice-presidente de Fiscalização do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRC-RS), Paulo Walter Schnorr, o Simples é uma verdadeira reforma tributária. “É uma maneira mais justa e sem muita burocracia que premia aqueles que buscam melhorias”, ressalta. Para o presidente da entidade, Zulmir Breda, o projeto é uma mostra de que o governo aceitou o apelo das entidades que lutavam por isso. Embora reconheça que alguns pleitos não foram contemplados nessa proposta.

Setores querem incluir mais atividades no sistema
O 1º vice-presidente da Fecomércio, Luiz Carlos Bohn, diz que a medida é muito bem-vinda, embora o setor esperasse algo mais, como a inclusão de outras atividades, como de serviços, de manipulação de produtos farmacêuticos, indústrias de aguardentes, vinhos, cervejas e licores, todos artesanais. “Vamos continuar lutando”, garante Bohn, que também critica a falta de determinação com relação à cobrança do ICMS na fronteira para os lojistas que compram mercadorias de outros estados.

A discussão sobre este tema vai continuar na pauta das entidades, pois o diferencial de alíquotas, segundo ele, tira a vantagem dos pequenos comerciantes que não conseguem competir com as grandes redes. “Um estabelecimento comercial que comprar mercadoria fora do Estado recolhe 5% só pela compra, sem o crédito tributário”, explica. Segundo ele, a cobrança é uma forma de compensação para o Estado.

Para o presidente do Sebrae/RS, Vitor Koch, as medidas foram muito oportunas e comemora a possibilidade de mais empresas pagarem menos impostos e reverterem isso em criação de empregos e em financiamentos diretos para a ampliação de seus negócios.

A indústria também aposta nestas mudanças que podem aquecer a economia. Para o coordenador do Conselho da Pequena e Média Indústria (Copemi), da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Alexandre Bittencourt De Carli, o aumento do limite era necessário para evitar distorções no mercado. Segundo ele, a Fiergs está sugerindo ao Comitê Gestor do Simples Nacional um indexador, através da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Além disso, conforme De Carli, a instituição trabalha na criação de políticas públicas para as médias empresas que, na visão dele, caem num “abismo muito grande” por não possuírem apoio do governo, pois pagam tributos como se fossem grandes, porém, sem os benefícios que elas possuem.

Uma das propostas da federação é a criação de uma faixa de transição tributária, para que, quando uma instituição atingir o limite do Simples, não tenha um salto tão grande no percentual de impostos. Além disso, a Fiergs inicia um estudo e pretende sugerir ao governador do Estado a criação de uma espécie de Simples para o ICMS. “Gostaríamos que os tributos estaduais acompanhassem este programa previsto pela União”, salienta.
Os contadores também estão animados com a possibilidade de seus clientes se posicionarem melhor no mercado com o incentivo do Simples. Na avaliação do contador João Batista Custódio Duarte, que tem uma carteira grande de clientes nacionais e internacionais, o PLC 591/10 é muito positivo. Segundo Duarte, alguns deles estavam adiando o processo de expansão como a abertura de filiais, pois ficariam fora do programa. “Sem a possibilidade de aumento dos limites, estes planos estavam na gaveta, visto que a saída do Simples poderia resultar em perda de competitividade e até o risco de permanência no negócio”, avalia o profissional.

Comerciante diz que fatura mais, mas o ganho é menor
A Ebah Comércio de Artigos de Mesa e Banho, franquia da MMartan, no Shopping Iguatemi, tem um volume de vendas de R$ 300 mil ao mês. Com esta média, o proprietário Hélio Marcelino Fração já está excluído do Simples Nacional. Até 2009, a loja faturava o limite de R$ 2,4 milhões, mas hoje já está no sistema do Lucro Real. O crescimento nas vendas, apesar de importante para os negócios e para seus funcionários, o empresário confessa que o resultado final não foi o esperado. “Crescemos bastante, mas paramos de ganhar dinheiro”, comenta.

No ano de 2010 seu faturamento alcançou R$ 2,54 milhões. Apesar do crescimento, segundo ele, o resultado foi 1/10 do ano anterior em razão da alta carga tributária, que cresceu 50%. Em 2009 a Ebah recolhia 16,54% em impostos e, em 2010, passou a recolher 23,47%. “O lucro que tínhamos acabou virando imposto”, conta o empresário, e diz que gostaria de voltar ao Simples, nem que para isso deixasse de faturar mais, pois o lucro-benefício seria maior. “Seria até interessante dar férias coletivas aos funcionários durante 15 dias, mas lógico que isso seria péssimo para o meu cliente”, divaga.

Indústria está otimista com benefícios obtidos
Ricardo Biesdorf é proprietário da Recicla Sul Indústria e Comércio de Plásticos desde 2003. A indústria opera no ramo da reciclagem de fios e cabos. Até o ano de 2010, o empreendimento estava na modalidade tributária do Simples Nacional, mas foi desenquadrado por uma situação de inadimplência.

A Recicla Sul possui em sua carteira de clientes algumas estatais, e Biesdorf conta que um desses clientes não honrou com os pagamentos, o que acabou gerando um efeito cascata, fazendo com que a empresa passasse por diversos problemas financeiros. Em razão disso, Biesdorf precisou reformular a gestão de seus negócios e acabou se recuperando.

O empresário, que já teve que recusar clientes no passado para se manter na modalidade tributária do Simples, pagando apenas 11% de carga tributária, considera o benefício do parcelamento essencial para a recuperação de muitas instituições que passam por dificuldades.
Fonte: Jornal do Comércio.

domingo, 21 de agosto de 2011

Lei das Sociedades Anônimas passa por modificações

Neves lembra que boas práticas de governança trazem transparênciaEm 27 de junho deste ano foi publicada a Lei 12.431, oriunda da conversão da Medida Provisória 517/10, que, dentre diversos assuntos, alterou a Lei das Sociedades por Ações (Sociedades Anônimas). O advogado Sillas Battastini Neves, do escritório Zulmar Neves Advocacia, explica que estas modificações alteraram procedimentos relacionados à emissão, resgate e amortização de debêntures e a revogação do artigo 60 da Lei 6.404.

JC Contabilidade - Em que consistiram as alterações da lei?

Sillas Battastini Neves -Na modificação dos procedimentos relacionados à emissão de debêntures, na autorização da utilização de livros societários eletrônicos, na permissão de participação remota nas assembleias de companhias abertas e na dispensa da obrigatoriedade de que membros do conselho de administração sejam acionistas.
Contabilidade - O que significa esta alteração na matéria de debêntures?

Neves - É que a partir de agora as emissões de debêntures não ficam mais limitadas a determinado valor, e as companhias podem adquirir debêntures de sua própria emissão, nos valores especificados pela lei.

Contabilidade - De que forma esta modificação facilita o dia a dia das empresas?

Neves - Ela permite com que as empresas tenham mais flexibilidade ao realizar suas operações de emissão de dívida, esticando prazos e aumentando a captação da poupança popular, com prazos de vencimento mais razoáveis, principalmente para a obtenção de capital de giro e rendimentos extremamente atrativos para investidores.

Contabilidade - No que reflete a autorização para utilização de livros eletrônicos? Isso facilita as rotinas das empresas?

Neves - A lei permitiu que as companhias abertas tivessem quase 100% de seus livros escriturados de forma eletrônica, o que facilitará não só a rotina da escrituração, mas também a análise em eventuais fiscalizações dos órgãos regulamentadores.

Contabilidade - Como se dá a participação remota em assembleias?

Neves - O primeiro passo é a companhia aberta ter adotado esta faculdade nos seus estatutos sociais. Via de regra, o procedimento mais realizado por empresas terceirizadas é muito simples. Realiza-se cadastro, envia-se documentação e emissão de certificado digital. Após a verificação das informações, o acionista já fica apto a votar quando ocorrer a assembleia. O interessante desta modalidade é que o acionista tem a faculdade de votar a partir da publicação do edital de convocação, até um dia antes da realização da assembleia física. O sistema fornece todos os documentos necessários para análise do mérito das deliberações, permitindo inclusive proposição de pautas e discussão acerca dos temas. Depois da realização da reunião, a qual inclusive o participante remoto poderá acompanhar online, ele recebe um certificado de voto.

Contabilidade - O que muda com a permissão de conselheiros não acionistas?

Neves - Como o Conselho de Administração é o órgão responsável pelas diretrizes organizacionais das companhias, elas buscam profissionais de mercado, alinhados com o setor e com as práticas de gestão. Até então, sempre que se procurava referidos profissionais, os acionistas tinham que ceder ao menos uma única ação, de modo que este profissional pudesse participar do Conselho de Administração, uma vez que era exigência legal que os membros do Conselho fossem acionistas. Com o advento da legislação esse requisito de ser acionista deixa de existir, flexibilizando a contratação de profissionais, sem torná-los acionistas.

Contabilidade - Essa mudança está alinhada com as boas práticas de governança corporativa?

Neves - As boas práticas de governança implicam uma gestão com transparência e a prática de contratação de conselheiros sob a égide da lei anterior afrontava este princípio. Esta inovação termina com uma prática falsa de um bom número de empresas que tornava uma pessoa acionista somente por uma imposição legal, o que não se justificava.

Contabilidade - Porque da importância de um conselheiro de administração independente.

Neves - Quanto mais independente um conselheiro puder ser, melhor, mais valor gera para a companhia frente ao mercado e aos investidores. Seu objetivo maior deve ser a perpetuidade da companhia e a multiplicação do capital investido, isto é, afastado de qualquer outro interesse que não este. Portanto, um conselheiro que seja um profissional de mercado, efetivamente independente (não apenas no nome), não acionista, atente as melhores práticas de governança, que preceituam, basicamente, a transparência, a equidade, a prestação de contas e a responsabilidade corporativa.
Fonte: Jornal do Comércio

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Paquetá deixa de fabricar calçados em Sapiranga e Ramarim absorve 80% dos demitidos

Grupo mantém na cidade 800 vagas de pesquisa e desenvolvimento, compras e administração

A transferência da produção de calçados para exportação de Sapiranga para a República Dominicana da Paquetá já provocou a transferência de cerca de 80% dos 500 trabalhadores dispensados para a Ramarim.

No Estado, o grupo mantém a produção industrial em Teutônia, com mil vagas, focada em tênis para o mercado doméstico. Conforme Jorge Strassburger, diretor administrativo corporativo da empresa, a transferência estava sendo planejada há meses para não provocar desemprego na cidade e só foi feita porque a exportação de produtos industrializados se tornou insustentável com a política cambial do Brasil.

O grupo vai manter em Sapiranga cerca de 800 empregos para as áreas de pesquisa e desenvolvimento, compras e administração, já que mantém a sede na cidade. Além disso, as redes de lojas vinculada ao grupo — Paquetá, Gaston, Dumont e Capo d'Arte — empregam ao redor de 2 mil pessoas no Estado. A produção de calçados para o mercado nacional já havia sido transferida para as unidades do Nordeste — uma na Bahia e três no Ceará —, onde trabalham 4 mil pessoas.

Em nota, divulgada no final da tarde, a Paquetá reforçou que a decisão de transferir a unidade produtiva para a República Dominicana teve o intuito de manter a competitividade industrial e continuar crescendo, bem como manter a base de clientes importadores, parceiros há mais de 35 anos.

— A opção pela República Dominicana foi devido ao acordo de livre comércio existente entre o país e os Estados Unidos, principal importador de calçados da empresa — informou a empresa.
Fonte: ZERO HORA.COM

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Veja em 3D Aeromóvel de Porto Alegre

O projeto, idealizado por Oskar Coester, diretor-presidente da Aeromóvel do Brasil SA, tem o valor estimado em R$ 30 milhões. Assista, abaixo, o vídeo em 3D do novo Aeromóvel: * Yasmin Chiden é estudante de jornalismo da PUCRS.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Lucro da BRF sobe 190% no 2º trimestre, para R$ 498 milhões

Margem Ebitda da companhia teve nível recorde, com avanço de 1,4 ponto porcentual, para 12,5%

A BRF Brasil Foods registrou lucro líquido de R$ 498 milhões no segundo trimestre do ano, alta de 190% ante os R$ 171 milhões registrados no mesmo período de 2010. A receita líquida cresceu 14%, para R$ 6,294 bilhões, ante R$ 5,532 bilhões de abril a junho de 2010.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) atingiu R$ 786 milhões no segundo trimestre, alta de 28% ante os R$ 614 milhões apurados no mesmo período do ano passado. A margem Ebitda registrou avanço de 1,4 ponto porcentual, para 12,5%, nível recorde.

No acumulado do ano até junho, o lucro líquido da companhia somou R$ 881 milhões, incremento de 279%, quando comparado aos R$ 233 milhões em igual intervalo de 2010. A receita líquida aumentou 16%, passando de R$ 10,579 bilhões para R$ 12,315 bilhões.

O Ebitda do período totalizou R$ 1,602 bilhão no primeiro semestre, alta de 51%. A margem Ebitda subiu para 13% ante 10% do primeiro semestre de 2010. A margem foi recorde devido, principalmente, aos aumentos expressivos de preços, tanto no mercado interno quanto no externo. "Conseguimos superar a desvalorização do dólar e a alta do custo de produção, principalmente dos grãos", afirmou o vice-presidente financeiro e de Relações com os Investidores, Leopoldo Saboya, em coletiva de imprensa.

No segundo trimestre, os preços médios praticados no mercado externo subiram 14% em reais e 25% em dólar. No mercado doméstico, os valores subiram, em média, 12,4%. No mesmo período, o dólar desvalorizou 11%. Segundo a companhia, as cotações da soja (saca) ficaram 25,9% superiores ante o segundo trimestre de 2010. Já o milho, na mesma base de comparação, subiu 71,7%.

"A soja e o milho representam 25% do custo total de produtos vendidos da BRF. Nesse trimestre, sentimos o efeito do incremento do custo de produção, mas como vendemos mais, o porcentual da receita líquida recuou", explicou Saboya. O Custo de Produtos Vendidos (CPV) da empresa no segundo trimestre foi de R$ 4,7 bilhões, representando 75,2% da receita líquida. Em igual intervalo do ano passado, a cifra foi de R$ 4,2 bilhões e o porcentual, 75,6%.

Oriente Médio

A BRF anunciou que vai construir uma fábrica de processados no Oriente Médio, nos Emirados Árabes Unidos, a quarta unidade no exterior da companhia que já possui fábricas na Holanda, Inglaterra e uma pequena unidade de queijos na Argentina. Os investimentos serão na ordem de US$ 120 milhões, totalmente de recursos próprios, que serão aplicados em duas etapas: US$ 95 milhões na primeira fase, que termina em 2012, e os restantes, US$ 25 milhões na segunda, em até 2017, quando a operação chega á sua total capacidade.

"Conseguiremos consolidar nossa posição de liderança no Oriente Médio e fortaleceremos nossas marcas com produção local de processados. A ideia é exportar do Brasil matérias-primas semi-acabadas ou acabadas que serão processadas na fábrica", disse o presidente da companhia, Jose Antonio do Prado Fay, em coletiva de imprensa. "O mercado ainda é incipiente ante o Brasil, mas é uma região que tem um potencial grande crescimento de demanda da proteína", completou.o executivo.

A fábrica terá capacidade de produção de cerca de 80 mil toneladas/ano, quando atingir a plena capacidade em 2017. O início das operações está previsto para o final de 2012. Serão fabricados na unidade produtos empanados, hambúrgueres, pizzas, industrializados e marinados.

Hoje, o Oriente Médio representa 31,8% das exportações da BRF e a marcas que serão vendidas são as que já chegam aos consumidores locais via exportações, como Sadia e Perdix. "O projeto está pronto e estamos discutindo com o governo local onde será instalada a fábrica, eu pode ser em Dubai ou Abu Dhabi", disse Fay, que informou que não será realizado processamento de produtos para terceiros. Quando estiver a plena capacidade, a fábrica representará 60% a 70% do volume vendido na região.
Fonte: Agência Estado.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Brasil está preparado, diz equipe econômica

Para Mantega e Tombini, há mecanismos para assegurar a estabilidade financeira

No dia em que os mercados entraram em pânico, a equipe econômica do governo Dilma Rousseff saiu a campo e fez questão de enfatizar que o Brasil tem instrumentos para lidar com um agravamento da crise internacional.

Se o cenário piorar demais, o governo poderá liberar os depósitos compulsórios, reduzir os juros e usar os dólares das reservas internacionais. A presidente classificou a crise de "pneumonia crônica", segundo relato do deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva.

Antes de os negócios começarem no Brasil, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que o País estava preparado para enfrentar uma "agudização" da crise.

Em entrevista ao programa Bom dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), ele lembrou que o País tem mecanismos como taxa de juros e depósitos compulsórios, que podem ser reduzidos para garantir oferta de dinheiro (liquidez) e assegurar a estabilidade financeira. Foi exatamente o que ocorreu em 2008 e 2009, na crise deflagrada pela quebra do banco Lehman Brothers.

Tombini também mencionou as reservas internacionais, que podem garantir suprimento de dólares para as empresas nacionais, caso haja fuga de capitais. "São ferramentas que temos para fazer frente ao ambiente internacional que pode mudar no curto prazo."

Crescimento. Ele avaliou que a situação internacional, independentemente dos próximos desdobramentos, já implica expectativas menores de crescimento global em 2011 e 2012.

Segundo ele, tal situação deve evitar uma pressão adicional de preços de commodities, itens que no fim do ano passado e início deste ano pressionaram a inflação.

Tombini também lembrou que o regime de câmbio é flutuante e, por isso, é bom que se tome cuidado para as pessoas não assumirem compromissos excessivos na moeda americana. "O câmbio flutua para os dois lados. É sempre bom lembrar que o dólar pode não ficar assim", afirmou.

Dano mínimo. Antes de embarcar para o Peru, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, também fez questão de dizer que o País está preparado para enfrentar o problema com o mínimo de danos para a economia brasileira. "Houve um agravamento da situação internacional que tem atingido as bolsas no mundo todo e aqui também no Brasil, e isso reflete o enfraquecimento dos EUA e a situação europeia que não está resolvida. Espero que não continue", afirmou.

Ele ponderou que é difícil avaliar para onde o mercado vai com o agravamento da crise externa, porque não se sabe, agora, onde está a segurança - numa referência indireta ao fato de os Estados Unidos serem um dos epicentros da atual crise.

"Não sabemos qual é a reação do mercado, porque, no passado, nós sabíamos: era fuga para a segurança. Hoje eu pergunto: onde está a segurança? Temos dúvidas que o comportamento será o mesmo", questionou o ministro.

Mantega disse que o Brasil "certamente" oferece segurança, mas, novamente, repetiu que não acredita em disparada do dólar, apenas em "movimentação relativa".

Mantega informou que no encontro da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), a ser realizado no Peru, os ministros da Fazenda da região discutirão estratégias conjuntas para o enfrentamento dessa crise. Ele disse que os ministros estudarão mecanismos de defesa, principalmente se houver fuga de capitais. Entre as medidas, Mantega citou a possibilidade de criar um banco de compensação financeira para prover liquidez em momentos de crise.
Fonte: Agência Estado.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Por que as empresas querem saber da sua vida pessoal?

Perguntas desse tipo sinalizam questões que vão ser aprofundadas ao longo do processo de seleção

Além de um exaustivo questionamento sobre as experiências profissionais e acadêmicas, os conhecimentos, as habilidades e os cursos que o candidato fez durante sua vida, na hora da seleção, as empresas também querem saber sobre a situação amorosa e se os concorrentes moram sozinhos, com os pais ou com amigos. Mas, para que tudo isso?

Alguns consultores de recrutamento e seleção concordam que as perguntas são importantes e têm seus objetivos, mas avisam, elas apenas sinalizam questões que podem vir a ser confirmadas ou não. Por exemplo, estar perto dos 30 anos e morar com os pais é algo que determina que a pessoa é acomodada? Não necessariamente.

O gerente de relacionamento da Foco Talentos, Gustavo Nascimento, explica que os recrutadores partem dessa resposta para compor o perfil do candidato. Logo, sabendo que o profissional está numa faixa etária relativamente avançada, e ainda mora com os pais, o recrutador vai tentar detalhar mais essa questão.

O aprofundamento é importante porque a resposta em si não é suficiente para determinar muita coisa. “Muitas vezes o candidato tem 30 anos, mora com os pais, mas é o responsável por quase todas as contas em casa. Assim como tem candidato que mora sozinho, mas os pais pagam todas as contas e ele não tem responsabilidade com nada”, avalia Nascimento.

Serão determinantes, portanto, as demais perguntas que vão ser feitas ao candidato. Ou seja, só com mais elementos em mãos, como, no caso do candidato morar sozinho, qual sua fonte de renda, quem paga o aluguel, porque ele optou por sair de casa, qual a relação que ele tem com a família, é que será possível traçar seu perfil.

O perfil da empresa exige

Há casos também em que as empresas simplesmente fazem esse tipo de pergunta porque querem profissionais que se encaixem no perfil da companhia. No caso da seleção de estagiários, por exemplo, tem empresas que preferem pessoas que morem com os pais, pois acreditam que, por conta disso, elas têm uma base familiar mais forte, fato muito valorizado pela empresa em questão.

De acordo com o diretor da Bazz, consultoria de recursos humanos e coaching, Celso Bazzola, “tem empresas que prezam o convívio familiar e vão preferir aqueles estagiários que ainda vivem com seus pais”. Vale ressaltar que isso não deve ser entendido como uma questão de preconceito, mas sim de enquadramento de perfil.

Um caso clássico, no qual a pergunta de ser solteiro ou casado pode acabar interferindo na contratação, é na seleção de vendedores e profissionais para as vagas de eventos. Essas vagas requerem grande flexibilidade da pessoa por conta da alta frequência de viagens. “Quando a pessoa é casada, tem filhos, dificilmente terá tanta disponibilidade”, pontua Bazzola.

Se parece lógico que se uma pessoa está nesta situação ela não irá se candidatar a esse tipo de vaga, nem sempre as coisas são bem assim. De acordo com a consultora de recrutamento e seleção da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Mailara Germano, na ânsia por conquistar o emprego os candidatos acabam afirmando que possuem muito mais flexibilidade do que na realidade têm.

A pergunta que aborda o seu estado civil e os dependentes serve justamente para confirmar a situação. “Para saber da sua flexibilidade, é sempre preciso saber como é sua estrutura familiar, ou seja, quantas pessoas dependem dele, tanto financeiramente quanto psicologicamente”, observa Mailara.

Mas, de qualquer forma, isso também vai depender muito da realidade do candidato. “Tem pessoas casadas há anos que o companheiro também está em um cargo no qual tem que viajar muito. Nesse caso, por exemplo, não haverá interferência".
Fonte: Administradores.com

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Google procura o próximo Google

Grupo investe US$ 200 milhões em empresas iniciantes e usa seus algoritmos para tentar achar o novo grande sucesso da tecnologia

O Google acha que pode ser jovem e maluco novamente. E está apostando US$ 200 milhões nessa possibilidade. No mercado mais aquecido para companhias iniciantes de tecnologia em uma década, a gigante do Vale do Silício está jogando de capitalista de risco numa corrida para descobrir o próximo Facebook ou Zynga.

Outras companhias de tecnologia consolidadas estão fazendo o mesmo, já que os dólares de capital de risco no mercado se aproximam dos níveis vistos pela última vez na era da bolha das pontocom de 2000.

Para alguns, isso é um sinal revelador de um setor superaquecido, sintomático de uma corrida tardia e não recomendada para investir nos tempos bons. Mas o Google diz que tem uma arma para guiá-lo na escolha dos investimentos - um molho secreto que implica usar algoritmos baseados em dados para descobrir o futuro sucesso. Pouco importa que a quantidade de dados seja, com frequência, muito pequena, pelo fato de as companhias serem muito recentes e a maioria dos capitalistas de risco dizer que investir é mais uma arte que uma ciência. No Google, até a arte é quantificável.

"Investir é estar numa sala escura e tentar achar a saída", disse Bill Maris, sócio gerente do Google Ventures, o braço de investimentos do grupo. "Se você tiver um fósforo, deve acendê-lo."

Os fundos corporativos de investimento de risco aportaram US$ 583 milhões em empresas iniciantes nos primeiros três meses do ano, segundo a National Venture Capital Association, ante US$ 443 milhões no mesmo período do ano passado e US$ 245 milhões em 2009, antes do investimento em tecnologia começar sua rápida reviravolta. Hoje, 10% dos dólares do capital de risco vêm de corporações, próximo do pico de 15% da era da bolha anterior, em 2000.

Facebook, Zynga e Amazon.com estão investindo em empresas iniciantes de mídia social. A AOL Ventures reiniciou no ano passado, após três tentativas anteriores, e a Intel Capital espera investir mais neste ano que os US$ 327 milhões de 2010. O Google Ventures diz que investiu tanto dinheiro no primeiro semestre deste ano como em todo o ano passado, e Larry Page, o cofundador da companhia que se tornou seu presidente executivo neste ano, prometeu manter os cofres abertos.

Análise. "Quando o pessoal das corporações se envolve, isso geralmente significa que o mercado está no auge", disse Andrew S. Rachleff, que leciona sobre capital de risco em Stanford e foi fundador da Benchmark Capital, uma empresa de investimentos de risco. Ele questionou também o uso de algoritmos pelo Google nesta área. "Não há nenhuma análise a ser feita quando se está avaliando uma companhia que está criando um novo mercado, porque não há um mercado para analisar", disse.

Apesar de até Bill Maris comparar o investimento de risco a "comprar bilhetes de loteria", o Google diz que tem fé em seus algoritmos. Ao mesmo tempo, ele está dando os passos incomuns de prover às empresas iniciantes selecionadas o acesso a seus 28,7 mil empregados para o aconselhamento em engenharia, recrutamento e negócios, e oferecendo espaço de escritório no Googleplex e aulas sobre a construção de uma empresa.

Page, que não aceitou o pedido de uma entrevista, já comprometeu os US$ 200 milhões do Google Ventures deste ano e diz que uma quantia virtualmente ilimitada está disponível, segundo Maris, enquanto o Google reata com suas raízes iniciais. "Tive conversas com Larry nas quais ele disse: ‘Faça o máximo que puder, o mais rapidamente que puder e da maneira maior e mais inovadora possível’."

O Google diz que sua abordagem está dando resultados. Um de seus investimentos, a Ngmoco, foi adquirida por uma companhia de jogos japonesa, DeNA, por até US$ 400 milhões, e outro, HomeAway, para aluguel de casas de praia, teve uma recepção calorosa dos investidores quando abriu seu capital no mês passado. Uma terceira, Silver Spring Networks, uma companhia de rede inteligente, entrou com pedido para abrir seu capital na semana passada.

O Google Ventures investe em várias áreas - internet, biotecnologia e tecnologia limpa. Ele coloca grandes somas de dinheiro em companhias maduras, mas está investindo também pequenas quantias em 100 empresas novas neste ano.

Para fazer suas escolhas, a companhia construiu algoritmos de computador usando dados de investimentos de risco passados e da literatura acadêmica. Por exemplo, para companhias individuais, o Google introduz dados sobre quanto tempo os fundadores trabalharam nas empresas antes de levantar dinheiro e se os fundadores tiveram êxito na fundação de empresas no passado. O grupo coleta informações similares sobre investimentos potenciais antes de dar luz vermelha, amarela ou verde.
Fonte: Agência Estado.

Analistas elevam estimativa de inflação e reduzem expectativa para a Selic em 2012

Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) mantiveram pela terceira semana seguida a projeção para a inflação oficial este ano. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é 6,31%. Para 2012, no entanto, os analistas elevaram a projeção pela segunda vez consecutiva, ao passar de 5,28% para 5,30%.

Para a taxa básica de juros, a Selic, os analistas mantiveram a expectativa de que encerrará este ano em 12,75% ao ano. Ao final de 2012, a projeção é 12,50% ao ano e não mais 12,75%. Atualmente, a taxa Selic está em 12,50% ao ano, após cinco elevações entre janeiro e julho de 2011.

A taxa básica de juros é um dos instrumentos usados pelo BC para controlar a inflação. O BC tem que perseguir a meta de inflação, medida pelo IPCA, de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Essa meta é válida para este e para os próximos dois anos.

A pesquisa semanal do BC também traz projeções para outros índices de inflação. A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), subiu de 5,57% para 5,64%, este ano, e de 4,80% para 4,82%, em 2012.

A estimativa para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) passou de 5,65% para 5,64%, este ano, e foi mantida em 5,04%, em 2012. No caso do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a projeção caiu de 5,75% para 5,63%, em 2011, e segue em 5,01%, no próximo ano.

A estimativa dos analistas para os preços administrados subiu de 5,20% para 5,30%, em 2011, e de 4,50% para 4,58%, no próximo ano. Os preços administrados são aqueles cobrados por serviços monitorados, como combustíveis, energia elétrica, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamento, transporte urbano coletivo, entre outros.
Fonte: Agência Brasil.