quinta-feira, 31 de março de 2011

Prazo para adoção da Nota Fiscal Eletrônica 2.0 é 1 de abril

Costa diz que a digitalização dos dados auxilia na identificação dos sonegadoresA partir de 1 de abril passa a ser obrigatória a emissão de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) na versão 2.0. O novo modelo é um aperfeiçoamento daquele utilizado inicialmente, com novos campos e novas regras de validação. Os contribuintes credenciados devem atualizar o software emissor até 31 de março, uma vez que a partir desta data os documentos fiscais eletrônicos emitidos na versão anterior (1.10) não serão mais aceitos e as empresas que não adaptarem seus sistemas poderão ter interrupções de faturamento.

A Secretaria da Fazenda recomenda que aqueles contribuintes que são obrigados a emitir a nova nota fiscal efetuem testes na versão 2.0 e façam a atualização com antecedência.

O download é gratuito para os contribuintes que utilizam o programa emissor disponibilizado pela Secretaria da Fazenda, que pode ser obtido no site www.nfe.fazenda.gov.br. As empresas também podem optar por softwares adaptados para suas necessidades.

José Ronaldo da Costa, diretor-técnico da Alterdata Software, empresa desenvolvedora de sistemas de gestão empresarial e criadora do NF-easy (programa utilizado para emissão da nota), fala sobre a implantação do novo modelo.

JC Contabilidade - Qual a importância da adoção da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) para as empresas e para o governo?

José Ronaldo da Costa – Para as empresas, os benefícios da utilização da Nota Fiscal Eletrônica são bastante perceptíveis, como o fato de não fazer uso de papel e de equipamentos para impressão, o que diminui sensivelmente os custos para sua emissão. Além disso, a confecção da nota fiscal por meio eletrônico é muito mais rápida e completa. Já para o governo, a implantação deste novo sistema é de extrema importância, uma vez que o fisco passa a ter controle imediato sobre as informações assim que a nota é emitida. Anteriormente esses dados eram disponibilizados à Receita Federal apenas no final do ano por meio de cópias digitalizadas. Com esse novo modelo é possível prevenir com muito mais eficiência a criação de caixa dois e a sonegação de impostos.

Contabilidade – Como está o processo de implantação da NF-e e quais foram os resultados obtidos até agora?

Costa - A emissão da NF-e faz parte de um amplo projeto do governo federal cujo objetivo é combater a sonegação no Brasil, o que está surtindo efeito. Em janeiro de 2011, o governo arrecadou mais de R$ 91 bilhões em impostos e contribuições, valor recorde que teve uma alta de 15,34% em relação ao mesmo período do ano passado.

Cerca de 70% das empresas já estão utilizando o novo modelo, mas ainda é grande o número de estabelecimentos que desconhece a obrigatoriedade da emissão da NF-e ou como ela deve ser feita. Há dificuldade também em encontrar fornecedores para o sistema. A tecnologia está sendo empregada com sucesso pela administração tributária. É fundamental que os empresários se ajustem às novas regras, pois, com a digitalização de dados, o governo ganha maior capacidade de cruzamento de informações e de identificação daqueles que sonegam impostos. O Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), a NF-e e a Certificação Digital estão alterando o modo como os negócios são realizados, trazendo mais transparência.

Contabilidade – Quais as novidades trazidas pela versão 2.0 da NF-e e quais cuidados devem ser tomados para seu uso?

Costa - Na versão 2.0, exige-se maior volume de informações e detalhamentos, tanto que já está se tornando raro enviar fiscais aos estabelecimentos. O novo modelo possui como diferencial o fato de acusar quando existe algum erro nos cálculos das notas fiscais. Desta maneira, ela informa se há alguma incoerência no valor dos impostos a serem pagos, por exemplo, o que pode colocar as empresas em uma situação perigosa diante da Receita Federal. Recomendamos que os contribuintes façam testes e atualização com antecedência, pois poderão ter problemas para realizar suas operações depois do prazo, podendo ter transações bloqueadas. A adequação representa melhoria da gestão, incluindo ganhos de produtividade, segurança e redução de riscos em áreas contábeis, administrativas e logísticas.
Fonte: Jornal do Comércio.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Senac treinará 230 mil gaúchos das áreas de serviço e turismo

Rosa diz que os 600 cursos oferecerão padrões internacionais de qualidade.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial no Estado (Senac-RS) ingressou no rol de instituições que oferecerão treinamento para profissionais que atuarão no turismo e no comércio de bens e serviços durante a Copa do Mundo de 2014. Mais de 230 mil gaúchos receberão capacitação da entidade, sendo que metade deste contingente terá acesso gratuito, em cursos de atendimento, capacitação e idiomas.

A entidade anunciou ontem sua participação no Projeto Copa 2014: Oportunidades e Desafios, desenvolvido pelo Senac Nacional. No total, serão investidor R$ 230 milhões em recursos próprios da entidade no Rio Grande do Sul. "São cursos que já desenvolvemos, mas agora serão customizados para a Copa do Mundo, dando mais atenção aos padrões internacionais de qualidade e atendimento e também ao idioma", informa o diretor regional do Senac, José Paulo da Rosa. No Estado, serão cerca de 600 opções de cursos. Destes, 100 terão conteúdo customizado o evento esportivo. As capacitações estarão disponíveis nos 61 pontos de atendimento, faculdades, escolas e balcões de atendimento da instituição. As inscrições serão abertas no dia 15 de abril.

O trabalho ocorrerá em parceria com entidades e associações gaúchas voltadas ao turismo, além das prefeituras municipais. O Senac atuará em parceria com as 580 mil empresas ligadas ao Sistema da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio), com a atualização de trabalhadores que já atuam no setor e a capacitação de novos profissionais. Em âmbito nacional, o programa prevê um volume de 1 milhão de pessoas capacitadas até a Copa. Os cursos prioritários foram definidos após um diagnóstico traçado pelo Senac Nacional e a Federação Nacional de Hotéis, Bares, restaurantes e Similares, que entrevistou 700 estabelecimentos nas cidades de Manaus (AM), Brasília (DF), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS).

Os cursos serão direcionados a promotores de eventos, comerciários, recepcionistas, camareiras, policiais, taxistas, garçons e estudantes. Rosa comentou que o Senac tem a vantagem de já contar com estrutura física e expertise para desenvolver cursos do gênero. Para Manuel Suárez, presidente do Sindicato Intermunicipal da Hotelaria no Rio Grande do Sul (Sindihotel), os legados que a ação deixará no Estado serão fundamentais ao turismo e à qualificação dos gaúchos. "Quanto mais investirmos em capacitação, mais estaremos preparado", afirmou.

O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), reagiu com tranquilidade a críticas do presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter, de que há atraso na preparação do Brasil para a Copa do Mundo de 2014. Fortunati, que ontem projetou dobrar os investimentos públicos locais em 2011 devido às obras previstas para o Mundial e que podem começar a execução neste ano, disse que se fosse o dirigente e olhasse para as 12 subsedes brasileiras também ficaria preocupado. Segundo o prefeito, a execução da ampliação do Terminal 1 de passageiros do Aeroporto Internacional Salgado Filho é a maior fonte de dúvida para o Mundial.

"O presidente da Fifa fez a cobrança de forma madura e adequada. Foi um puxão de orelha", analisou o chefe do Executivo municipal. Para o pedetista, que ontem entregou o balanço das finanças de 2010 para a presidente da Câmara de Vereadores, Sofia Cavedon (PT), a ampliação da capacidade de operação de usuários é necessária para receber maior demanda. A capacidade atual de 6,5 milhões de passageiros por ano do aeroporto já está no limite. "Acho que a ampliação da pista sai, mas minha preocupação é com a estrutura de pouso e decolagens. Obras de aeroportos estão atrasadas em todo o País", advertiu.

Já o andamento das obras viárias, que somarão quase R$ 500 milhões em investimentos (cerca de R$ 450 milhões serão recursos repassados pela Caixa Econômica Federal), ainda dependem da conclusão dos projetos executivos. O prefeito lembrou que já está ocorrendo a duplicação da avenida Edvaldo Pereira Paiva. "A meta é finalizar os projetos e as licitações até a metade do ano. Já teremos mais obras até o final do ano", garantiu Fortunati. Ontem, o gestor acertou com o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), conselheiro João Osório, a unificação de critérios para as demandas do Mundial. Também ficou acertada a criação de um grupo de trabalho para avaliação do andamento das obras. No final de 2010, o TCE cobrou mais agilidade no cronograma.

O impacto das obras previstas e que podem começar neste ano elevará de R$ 286 milhões (70% de recursos próprios) para R$ 668 milhões os investimentos programados pela administração em 2011. Segundo o secretário municipal da Fazenda, Urbano Schmitt, o valor inclui recursos próprios e de financiamentos. "A aplicação de 2010 já foi a maior da última década", comparou o secretário. As maiores cifras serão direcionadas ao Programa Socioambiental, já em execução e que elevará o tratamento do esgoto para 77% (hoje é de menos de 30%) - o setor é uma das fragilidades da Capital para a Copa, nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e no PAC da Mobilidade, somando os dois últimos mais de R$ 340 milhões.

A gestão também anunciou a contratação do dobro de fiscais para área de serviços públicos, que integram ações recentes da administração. No balanço do ano passado, Schmitt justificou que a aplicação de pouco mais de 50% do valor orçado para investimento se deve, por exemplo, ao cronograma de execução de projetos. As receitas do ano somaram R$ 3,52 bilhões, 6,5% acima de 2009, enquanto as despesas cresceram 7,41%, ficando em R$ 3,37 bilhões. O resultado orçamentário ficou em R$ 143,8 milhões. A presidente da Câmara cobrou de Fortunati prestação de contas de gastos em saúde e como está a execução das obras do Orçamento Participativo. O prefeito disse que a área da assistência é prioridade em 2011 e que sua equipe finalizou balanço das pendências do OP, cujo relatório ele enviará ao Legislativo.
Fonte: Jornal do Comércio.

Braskem confirma a construção de fábrica de butadieno

Tarso garante isenção de ICMS e autoriza uso de créditos do imposto.

Dirigentes da Braskem confirmaram ontem ao governador Tarso Genro, no Palácio Piratini, o investimento de R$ 300 milhões em uma nova unidade de butadieno a ser construída no polo petroquímico de Triunfo. O complexo terá capacidade para gerar até 100 mil toneladas anuais do produto, utilizado na fabricação de borracha sintética.

A iniciativa, praticamente, duplicará a capacidade de produção de butadieno da companhia no Rio Grande do Sul, que hoje é de 105 mil toneladas ao ano. O plano da empresa já havia sido antecipado pelo Jornal do Comércio no dia 17 de dezembro.

A implementação da nova fábrica deve começar em abril e ser concluída até o final de 2012. A obra irá gerar mil empregos diretos e, em operação, 60 postos de trabalho permanentes. "A decisão foi influenciada pela visão estratégica do governo visando ao crescimento do Estado e está alinhada com o compromisso da Braskem com o desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul", afirma o vice-presidente de Relações Institucionais da Braskem, Marcelo Lyra.

O governo do Estado garantiu a isenção de ICMS na importação de máquinas e equipamentos a ser utilizados na planta, que não sejam produzidos no Rio Grande do Sul e que cheguem ao Brasil por portos gaúchos. Além disso, não cobrará impostos sobre máquinas e equipamentos adquiridos de empresas gaúchas e autorizou a Braskem a pagar fornecedores do Estado com parte dos créditos de ICMS. "Os incentivos trarão benefícios na geração de emprego e renda, mas também para toda uma cadeia produtiva gaúcha que terá privilégios na venda de máquinas e equipamentos", ressalta Tarso.

O vice-presidente de Insumos Básicos da Braskem, Manoel Carnaúba, relata que, inicialmente, a nova produção será destinada à exportação, principalmente para a América do Norte. No entanto, ele revela que a Braskem já negocia com empresas nacionais para deslocar, futuramente, parte das vendas para o mercado interno. O diretor da MaxiQuim Assessoria de Mercado, João Luiz Zuñeda, aponta como estratégico o investimento anunciado. Ele explica que o butadieno é produzido a partir da nafta e as ampliações de capacidade de centrais petroquímicas que estão sendo conduzidas no mundo são à base de gás natural. Ou seja, não há a perspectiva de grandes aumentos de oferta de butadieno em curto prazo que possam intensificar a concorrência.
Estado sinaliza com programa de apoio ao plástico

A divulgação formal do investimento na planta de butadieno da Braskem ainda será realizada no Palácio Piratini, provavelmente no começo de abril. Na mesma data, a intenção é anunciar o início da elaboração de um programa para o desenvolvimento das cadeias do plástico e da borracha. Recentemente, representantes dos sindicatos gaúchos da indústria de transformação do plástico estiveram reunidos com o secretário estadual de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, para discutir uma proposta como essa.

O Rio Grande do Sul, ultimamente, tem sido foco de importantes investimentos petroquímicos. Atualmente, a Braskem produz eteno e polietileno verdes no Estado, que vive a expectativa de sediar também a unidade de polipropileno verde. O vice-presidente de Insumos Básicos da Braskem, Manoel Carnaúba, adianta que a empresa analisa outras oportunidades de investimentos em Triunfo. Uma delas é a produção de isopreno - que é empregado para a constituição da chamada borracha natural sintética.
Fonte: Jornal do Comércio.

terça-feira, 29 de março de 2011

Lucro do Itaú Unibanco cai 1,1% em 2010 sob novo padrão contábil

Pelo novo padrão, lucro líquido foi de R$ 11,7 bi; no padrão BR GAAP, lucro foi de R$ 13,3 bi, valor 32,3% maior que o de 2009

O Itaú Unibanco informou nesta terça-feira, 29, as principais alterações nas suas demonstrações financeiras decorrentes da adoção do padrão contábil internacional (IFRS). Pelo novo padrão, o lucro líquido totalizou R$ 11,708 bilhões em 2010, o que representa uma queda de 1,1% ante o ano anterior, também ajustado pelo IFRS. No padrão BR GAAP, o lucro divulgado em 22 de fevereiro foi de R$ 13,323 bilhões, valor 32,3% maior que o de 2009.

Outro ajuste informado diz respeito aos ativos totais, que pelo padrão IFRS somaram R$ 727,481 bilhões em 2010, com aumento de 25,7% ante o exercício anterior. O patrimônio líquido foi de R$ 67,942 bilhões, 15% acima de 2009.

EM BR GAAP, os ativos totais eram de R$ 755,1 bilhões, com expansão de 24,1% em 12 meses. O patrimônio líquido foi de R$ 64,6 bilhões, 20,1% acima de 2009, conforme dados republicados hoje pelo banco.

Redução do lucro

Ajustes nas provisões e nos créditos tributários foram os pontos que mais contribuíram para o lucro do Itaú Unibanco ser R$ 1,6 bilhão menor no padrão contábil internacional (IFRS) quando comparado ao padrão brasileiro (BR Gaap). Pelo novo padrão, o lucro líquido totalizou R$ 11,708 bilhões em 2010, segundo números divulgados hoje de manhã pelo banco. Em BR Gaap, o ganho foi de R$ 13,323 bilhões.

A constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa dentro do novo padrão teve um impacto negativo de R$ 1,43 bilhão no resultado. Pelo padrão IFRS, as provisões precisam ser feitas toda vez que o banco constata que existem evidências objetivas de que as operações de crédito estejam em situação de perda. O BR Gaap usa os limites regulatórios exigidos pelo Banco Central.

Duas operações feitas pelo banco, a fusão com o Unibanco e a compra de uma fatia da Porto Seguro, tiveram impacto no resultado em IFRS. A provisão para gastos com a associação entre Itaú e Unibanco teve impacto negativo de R$ 844 milhões. Segundo o banco, essas provisões foram revertidas para o cálculo do lucro em IFRS. Já o efeito da contabilização da compra da fatia na Porto Seguro pelo valor justo gerou uma dedução R$ 40 milhões. O reconhecimento de créditos tributários, pelo critério de estoque, gerou um impacto negativo R$ 659 milhões.

Se em 2010 o lucro em IFRS foi R$ 1,6 bilhão menor que no padrão brasileiro, em 2009 ocorreu o oposto. O resultado no padrão internacional superou em R$ 1,77 bilhão o ganho em BR Gaap. Ao contrário do ano passado, alguns fatores tiveram impacto positivo. O efeito da contabilização da compra da fatia na Porto Seguro pelo valor justo gerou ganho de R$ 936 milhões. A constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa também teve impacto positivo de R$ 490 milhões.

Já a carteira de crédito do banco é praticamente a mesma nos dois padrões. No padrão brasileiro, esse ativo fechou dezembro em R$ 297,1 bilhões, ante R$ 295,5 bilhões no padrão internacional.

O banco informa que as demonstrações contábeis consolidadas completas em IFRS referentes ao ano de 2010 serão divulgadas até 05/04 no site de relações com investidores.
Fonte: Estadão.

Walmart enfrenta maior ação judicial do mundo sobre discriminação sexual

O Walmart, maior rede de varejo do mundo, enfrenta na Suprema Corte dos Estados Unidos a maior ação judicial do planeta sobre discriminação sexual, que pode atingir 1,5 milhão de pessoas, informa o jornal britânico “Financial Times”.

Funcionárias acusam a empresa de pagar menos para as mulheres, mesmo quando elas exercem a mesma função do homem.

Esse processo judicial foi iniciado há cerca de uma década. A novidade é que nesta terça-feira, 29, a Suprema Corte, órgão mais alto do Poder Judiciário, vai ouvir a defesa do Walmart. A decisão da Justiça está prevista para julho.

Neste momento, a Suprema Corte não vai julgar o mérito da acusação. Não vai dizer se o Walmart cometeu ou não uma ilegalidade. A corte vai julgar se, caso o Walmart tenha mesmo cometido discriminação sexual, a decisão judicial vai valer ou não para todos os funcionários. Se isso ocorrer, a medida atingirá 1,5 milhão de pessoas que trabalham ou trabalharam no Walmart nos EUA.

Esse processo diz respeito apenas às lojas do Walmart nos EUA. Qualquer que seja a decisão da Justiça, não afetará as unidades da empresa em outros países.

Na avaliação do “Financial Times”, essa questão não se limita ao Walmart. Uma eventual decisão judicial favorável à acusação “tem potencial de transformar o andamento de disputas legais entre grandes empresas e trabalhadores nos EUA”.
Fonte: Agência Estado.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Governo corrige IR e eleva dois tributos

Valores retidos nos três primeiros meses serão devolvidos em 2012, afirmou Serpa.O subsecretário de Tributação da Receita Federal, Sandro Serpa, informou ontem que a correção de 4,5% na tabela do Imposto de Renda (IR) das pessoas físicas em 2011 resultará numa renúncia fiscal de R$ 1,612 bilhão. Já para os próximos anos, ela será maior: R$ 2,36 bilhões em 2012, R$ 2,58 bilhões em 2013 e R$ 2,82 bilhões em 2014. Em quatro anos o governo deixará de arrecadar R$ 9,372 bilhões por causa da correção. A medida provisória que fixa a correção de faixas de renda e dos limites de dedução fiscal até 2014 foi publicada ontem no Diário Oficial da União.

O governo, no entanto, vai compensar a renúncia fiscal por meio de duas elevações de tributos. Foram publicados também ontem um decreto que eleva de 2,38% para 6,38% a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre compras com cartão de crédito no exterior e outro que eleva em 15% a carga tributária (considerando o Imposto sobre Produtos Industrializados e o PIS/Cofins) de bebidas frias, como cerveja, água e refrigerantes. No primeiro caso, a arrecadação esperada é de R$ 802 milhões. Já no segundo, o aumento de receitas será de R$ 948 milhões.

O Imposto de Renda retido a mais nos três primeiros meses do ano será devolvido aos contribuintes em 2012, disse Serpa. Segundo ele, os valores descontados a mais antes da correção da tabela em 4,5% serão compensados na declaração de ajuste de 2011, que só será entregue no ano que vem.

De acordo com o subsecretário, o ajuste será automático e o contribuinte não precisará tomar providências para reaver o dinheiro. "O que foi retido a mais em janeiro, fevereiro e março será compensado. A conta fechará e ninguém precisará tomar providência."

O subsecretário disse ainda que o percentual de 4,5% de correção pelos próximos três anos seguirá o centro da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Apesar de as metas para 2013 e 2014 ainda não terem sido fixadas, ele negou que a correção da tabela sirva de indicativo para a meta a ser definida pelo governo.

Serpa afirmou que a definição do centro da meta de inflação para corrigir o Imposto de Renda foi fruto das negociações entre o governo e as centrais sindicais. "Veremos o comportamento da economia nos próximos quatro anos. A inflação pode ficar acima ou abaixo da meta e, daqui até lá, os cálculos poderão ser refeitos, mas as novas metas de inflação estão fora da alçada da Receita."

Com a medida provisória publicada ontem, a faixa de isenção passou para R$ 1.566,61 em 2011, R$ 1.637,11 em 2012, R$ 1.710,78 em 2013 e R$ 1.787,77 em 2014. A medida também reajustou no mesmo percentual a isenção para aposentadoria e pensão de pessoas acima de 65 anos e os limites de dedução com dependentes, educação e o desconto simplificado.

Como a correção do Imposto de Renda só valerá a partir de abril, o imposto retido de janeiro a março seguiu a tabela antiga, cujo limite de isenção era de R$ 1.499,15. Segundo a Receita Federal, a devolução do imposto pago a mais ainda este ano seria impossível porque as empresas não teriam como refazer as declarações de Imposto de Renda Retido na Fonte.

Receita já recebeu mais de um milhão de declarações
Mais de um milhão de contribuintes já entregaram à Receita Federal a declaração do Imposto de Renda. A expectativa do órgão é que, até o final do prazo (29 de abril), 24 milhões de contribuintes prestem contas ao órgão. A multa mínima para quem perder o prazo é de R$ 165,74, e máxima, de 20% do imposto devido. É obrigado a declarar quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 22.487,25 em 2010.

Além disso, também está obrigado a declarar quem teve rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, acima de R$ 40 mil. Estão nesta categoria lucros e dividendos, poupança, aplicações financeiras, 13º salário, prêmios e juros pagos ou creditados de capital próprio. Ao fazer a declaração, os contribuintes têm a possibilidade de reduzir a carga fiscal. E isso pode ser feito de forma legal, sem risco de a declaração ser retida na malha fina.
Fonte: Jornal do Comércio.

sábado, 26 de março de 2011

Fusão do Itaú Unibanco deve ser concluída totalmente

Fusão do Itaú Unibanco deve ser concluída totalmente até meados do ano
Segundo o presidente do banco, Roberto Setubal, por conta do processo de integração, 2010 foi um ano 'especialmente difícil' para o banco

A fusão do Itaú com o Unibanco deve ser concluída integralmente até meados deste ano, afirmou o presidente do banco, Roberto Setubal, em discurso ao receber o prêmio de banqueiro do ano concedido pela revista Banco Hoje nesta sexta feira. "Nosso desafio agora é melhorar a qualidade dos serviços e do atendimento ao cliente."

Segundo Setubal, por conta do processo de integração, 2010 foi um ano "especialmente difícil" para o banco. "Deu um trabalho muito grande, pois tínhamos a preocupação de minimizar os transtornos aos clientes", disse, destacando que houve alguns problemas no período.

Sobre a meta de melhorar os serviços e o atendimento, Setubal ponderou que o tamanho do banco, com mais de 100 mil funcionários e 50 milhões de clientes, torna o trabalho ainda mais complexo. "Todo mundo no banco tem metas, até eu", concluiu o presidente do Itaú Unibanco.
Fonte: Estadão.

Prorrogado para 15 de abril prazo para declaração do Simples Nacional

Problemas no sistema do Simples Nacional levaram o comitê responsável por gerir o programa a adiar o prazo final para a entrega da declaração para o próximo dia 15 de abril. O prazo anterior era na quinta-feira, dia 31 de março. O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado feito para as micro e pequenas empresas.

“Contadores explicaram o problema, o comitê analisou e decidiu prorrogar para que isso não acarrete prejuízo às empresas”, explicou Silas Santiago, secretário executivo do Comitê Gestor do Simples Nacional. Conforme o secretário, das cerca de 3,6 milhões de empresas que precisam entregar a declaração, 1,6 milhão já prestaram contas ao fisco. A expectativa é que até o dia 15 de abril esse número chegue a três milhões.

O documento deve ser enviado pela internet, por meio do site da Recita Federal do Brasil (www.receita.fazenda.gov.br ), via portal do Simples Nacional. O prazo para a entrega de declaração de receita do Empreendedor Individual não mudou, continua no dia 31 de maio. Até o último dia 23 deste mês, dos 809.844 empreendedores que deveriam entregar o documento, 534.997 prestaram contas à Receita.
Fonte: Agência Brasil.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Japão estima danos do terremoto em até US$ 310 bi

Governo japonês estima que os danos provocados pelo terremoto e o tsunami que podem ser mais de duas vezes superiores ao prejuízo com o terremoto de Kobe em 1995

O governo japonês estima que os danos provocados pelo terremoto e o tsunami que atingiram a região nordeste do país em 11 de março podem ser mais de duas vezes superiores ao prejuízo com o terremoto de Kobe em 1995, levantando a possibilidade de que a economia japonesa possa contrair no primeiro semestre do próximo ano fiscal.

O custo total do colapso ou avarias em residências, fábricas e principais infraestruturas sociais, tais como estradas e pontes, deverá ser de 16 trilhões de ienes a 25 trilhões de ienes (cerca de US$ 310 bi) durante os próximos três anos fiscais, em comparação com os cerca de 10 trilhões de ienes em danos provocados pelo terremoto de Kobe.

Os números estimados cobrem as prefeituras de Iwate, Miyagi, que foram severamente atingidas pelo tremor, bem como Fukushima, Hokkaido, Aomori, Ibaraki e Chiba. As prefeituras de Iwate, Miyagi, Fukushima correspondem por até 23 trilhões de ienes dos danos totais provocados pelo desastre.

A destruição foi muito maior do que a provocada pelo terremoto de Kobe, afirmou o ministro da Economia do Japão, Kaoru Yosano, acrescentando que "levará um longo tempo para completar a reconstrução".

Segundo o ministro, a produção estagnou após o terremoto, com as fábricas sendo forçadas a suspenderam suas operações devido aos cortes de energia. O governo previu, separadamente, um prejuízo de até 1,25 trilhão de ienes com a paralisação da produção as áreas atingidas pelo terremoto durante o primeiro semestre do ano fiscal 2011, bem como perdas de cerca de 250 bilhões de ienes em outras regiões por causa da suspensão do transporte marítimo de produtos intermediários provenientes das áreas afetadas pelo desastre para o resto do país.

Outra preocupação é sobre qual será o impacto negativo dos cortes de energia e das restrições sobre a economia e da piora da confiança do consumidor, que não foram incluídos na estimativa, afirmou Yosano.

Além disso, "o que é preocupante são os danos (adicionais) causados por rumores" relativos aos materiais radioativos provenientes da usina nuclear de Fukushima, acrescentou o ministro.

"Há a possibilidade de que a economia possa contrair-se no primeiro semestre do ano fiscal 2011", afirmou um funcionário do Escritório do Gabinete do Japão. Antes do terremoto, o governo projetava uma alta de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, em bases reais, no ano fiscal 2011.

Apesar disso, o governo japonês está otimista sobre o futuro da economia, à medida a reconstrução estiver em andamento. Segundo estimativas do governo, a demanda para a reconstrução poderá ultrapassar o custo dos danos, trazendo um efeito positivo líquido entre 2,5 trilhões de ienes e 6,5 trilhões de ienes, ou entre 0,5% e 1,25% para o PIB no ano fiscal 2011. A estimativa não inclui o impacto negativo dos cortes de energia sobre a produção e consumo.

Além disso, o governo manteve a sua avaliação da economia em março, em relação ao mês anterior, dizendo que a economia está começando a se recuperar.
As informações são da Dow Jones e Reuters.

Ampliada licença da Zona Franca de Manaus por mais 50 anos

A presidenta Dilma Rousseff anunciou que vai prorrogar por mais 50 anos a licença da Zona Franca de Manaus. Ao deixar o Teatro Amazonas, onde lançou ontem (22) o Programa de Fortalecimento da Rede de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo do Útero e de Mama, Dilma disse que também estenderá aos demais estados da Região Norte o modelo tributário da zona franca. A renovação se dará a partir de 2013, quando termina o prazo de operação.

"O governo decidiu prorrogar a Zona Franca de Manaus por 50 anos a partir da data do seu vencimento e queremos estender este modelo a toda a região", disse a presidenta.

A licença da zona franca foi prorrogada pela primeira vez de 1997 para 2007. Em 1998, o prazo foi ampliado para 2013.

A Zona Franca de Manaus foi criada em 1957 para funcionar como um porto livre. Dez anos depois, o governo reformulou o modelo, estabelecendo incentivos fiscais por 30 anos para implantação de um polo industrial, comercial e agropecuário na Amazônia.

O atual modelo envolve uma área física de 10 mil quilômetros quadrados (km²), tendo como centro a cidade de Manaus e está assentado em incentivos fiscais e extrafiscais.

Dilma ressaltou que a ampliação da zona franca funciona como uma proteção para a floresta, na medida em que oferece uma opção de desenvolvimento sem destruição da biodiversidade da Amazônia.

"É muito importante ter uma alternativa que não tenha a ver com a destruição da selva e, sim, com a preservação da biodiversidade", considerou Dilma. “Vamos criar um muro virtual de proteção à floresta e à biodiversidade”, disse a presidenta.
Fonte: Agência Brasil.

Obras poderão tirar atraso de 25 anos em Porto Alegre


Mobilidade e revitalização do Cais Mauá estão entre as prioridades da cidade





Revitalização do Cais Mauá deve modificar estilo de vida da área central

Porto Alegre tem pressa. Com quase 240 anos, a cidade mostra sinais visíveis de falência em sua infraestrutura urbana. Para dar conta das necessidades, um pacote de obras está na trilha dos próximos cinco anos. Até porque os projetos poderão pesar em investimentos privados. São projetos que prometem mexer na estrutura e modais viários e pretendem qualificar o tráfego, mudar o perfil de transporte público, reverter a degradação em áreas como o complexo da Tronco e do Cais Mauá e melhorar a capacidade de operação com o resto do mundo, com a ampliação do aeroporto Salgado Filho.

Os investimentos somam R$ 4,5 bilhões (veja quadro abaixo). Estão envolvidos nas ações a prefeitura, governos estadual e federal e o setor privado. A coordenadora setorial do pós-graduação da Uniritter, Maria Isabel Marocco Milanez, destaca que as ações serão um “empurrão para a Porto Alegre do futuro”. Arquiteta que acompanha há décadas a evolução urbana, Maria Isabel aponta que há atraso de pelo menos 25 anos na implementação de melhorias na estrutura. “Há falta de planejamento. A última grande obra que tivemos para mobilidade foi a Terceira Perimetral, que já nasceu esgotada.”

Fonte: Jornal do Comércio.

Classe C chega a 101 milhões e muda a pirâmide social

Os móveis lideram a intenção de compras dos brasileiros.

A migração de 19 milhões de brasileiros para a classe C em 2010, que representa no total 101 milhões de pessoas, provoca uma mudança de formato na pirâmide social. Dados da pesquisa "O Observador 2011", encomendada pela Cetelem BGN à Ipsos Public Affairs mostra que, com 25% da população nas classes D e E (47,9 milhões) e 21% nas classes A e B (42,19 milhões), a classe C mais ampla domina, com 53% do total - o que transformaria essa pirâmide em um losango. A pesquisa, realizada desde 2005, faz uma radiografia do comportamento do consumidor brasileiro.

Segundo o presidente da Cetelem, Marcos Etchegoyen, mesmo com a crise, a classe C continuou em destaque, comportamento que vem se construindo ao longo dos últimos quatro anos e mostra reflexos diretos no crédito, no consumo e nos planos para o futuro. "Aposto na tendência de mudança desse formato mesmo depois das medidas macroprudenciais do governo, porque o consumo vem se mantendo, apesar do crédito mais caro. Não me surpreenderia nada se as classes D e E se igualassem à C no próximo ano", explicou.

Os bons resultados de 2010 apontam também otimismo do consumidor brasileiro para 2011. Dos 1,5 mil entrevistados em todas as regiões do País, 60% esperam crescimento maior, outros 53% esperam mais consumo, 52% mais crédito e 39% acreditam que o PIB se mantenha em alta. No geral, mais de 50% dos brasileiros acreditam que o padrão de vida vai melhorar neste ano. Nessa mesma linha, 79% dos pesquisados pretendem economizar mais em 2011, e outros 48% planejam gastar mais.

Por outro lado, o consumo consciente ainda é prática de poucos. Pela pesquisa, só 26% dos entrevistados comparam taxas de juros. Presente para 35% dos consumidores das classes A e B, essa consciência cai para 27% na classe C e 17% nas classes D e E, que se preocupam mais com quanto o valor das prestações vai pesar no orçamento. A pesquisa aponta ainda que 45% dos entrevistados afirmaram nunca ter buscado informações sobre crédito, empréstimo e financiamento.

"É mais um indicador de que o foco das empresas deve se manter na educação financeira, cada vez mais importante em um país em que a classe C domina", disse Etchegoyen.

Em comparação a 2009, cresceu a proporção de brasileiros que querem comprar móveis, de 34% para 40%. Na segunda posição do rol de desejos de consumo aparecem os eletrodomésticos (crescimento de 34% para 38% no período), seguido por viagens e lazer (de 28% para 32%).

Segundo a pesquisa, houve grande aumento da renda média mensal dos brasileiros de todas as classes e regiões, uma alta que se mostrou mais acentuada nas classes D e E. A renda familiar média deste estrato ficou em R$ 809,00, valor 48,44% maior do que em 2005. A dos brasileiros das classes A e B ficou em R$ 2.983,00 e a da C em R$ 1.338,00.
Fonte: Jornal do Comércio.

terça-feira, 22 de março de 2011

Arrecadação soma R$ 64 bi em fevereiro e bate recorde para o mês

O resultado, porém, é 30% menor que a arrecadação de janeiro deste ano, de R$ 91 bi

Arrecadação de impostos e contribuições federais em fevereiro foi recorde para o mês e totalizou R$ 64,139 bilhões, o que representa um crescimento real pelo IPCA de 9,84% em relação a fevereiro de 2010. O resultado do mês passado, no entanto, é 30,13% menor que a arrecadação de janeiro deste ano, que somou R$ 91,071 bilhões.

A arrecadação em fevereiro ficou dentro das previsões de 14 instituições consultadas pelo AE Projeções, que apontaram um valor de R$ 60,300 bilhões a R$ 70,500 bilhões, intervalo que gerou uma mediana de R$ 63,600 bilhões.

No acumulado do primeiro bimestre de 2011, a arrecadação totalizou R$ 155,210 bilhões, com alta real de 13,01% em relação ao primeiro bimestre de 2010.

As receitas administradas pela Secretaria da Receita Federal somaram R$ 62,810 bilhões em fevereiro, registrando um crescimento de 10,55% ante fevereiro de 2010. No acumulado do primeiro bimestre deste ano, as receitas administradas somaram R$ 149,995 bilhões, alta de 14,03% em relação ao primeiro bimestre do ano passado.
Fonte: Estadão.com.br

segunda-feira, 21 de março de 2011

Não poupe esforços para reter clientes

Negociação

A retenção de clientes envolve muito mais do que a simples comparação de planilhas. Implica em empenhar todos os esforços necessários para atender cada vez melhor.

A cada ano, uma empresa perde pelo menos 10% de seus clientes. Os dados são da American Marketing Association (Estados Unidos). Para quem acha pouco, vale dizer que a conquista de novos clientes pode exigir cinco vezes mais investimentos do que a manutenção deles. Portanto, trata-se de um assunto de importância estratégica.

Para quem está em dúvida sobre os índices de retenção de clientes, basta criar uma planilha contendo todos os clientes, ano a ano. Imprima uma cópia da lista de clientes atendidos até dezembro de 2009.

Depois, gere outra com as empresas atendidas até dezembro do ano passado. Compare a lista de clientes de 2009 e 2010. Se 10% dos clientes que constavam na lista em 2009 não tiverem feito nenhum negócio com sua empresa durante o ano passado, isso resulta em uma margem de retenção de 90% – índice realista em termos de produtos e serviços de necessidade estratégica.

Por mais otimistas que sejam as projeções para 2011, um dos piores erros de julgamento é desprezar os resultados obtidos. Ao analisar caso a caso os clientes que deixaram de contratar os seus serviços, verá que na maioria das vezes algo – ou muito – poderia ter sido feito para aumentar os índices de retenção. Muitas vezes, quando nos damos conta dos fatos, não há mais tempo hábil para manobras inteligentes de retenção.

É preciso, então, adotar uma estratégia de relacionamento com o cliente desde o exato momento de sua conquista e identificar as bases para que se possa cultivar um relacionamento de longa data. Alguém já disse que cliente fiel é cliente satisfeito.

Partindo do pressuposto de que se pode perder o cliente a qualquer momento, passa a ser vital para a empresa cultivar vínculos mais sólidos e uma relação de confiança entre as partes. Afinal, qualquer benefício a mais é um bom pretexto para se mudar de fornecedor de produtos ou prestador de serviços.

Até mesmo uma análise superficial dos acontecimentos revela que tudo poderia ser diferente se pequenas manobras de aproximação e interesse tivessem sido colocadas em prática. Num mercado cada vez mais competitivo, empresas de médio e grande porte investem em projetos de atendimento personalizado ao cliente, aumentando a vida útil da conta. Mais do que isso: reforçam a venda cruzada, oferecendo mais produtos e serviços – ocupando mais espaços estratégicos no círculo de interesses do cliente.

Fato é que as empresas ainda têm de trabalhar com afinco para aumentar o índice de retenção. Alguma perda é comum e faz parte das variações de mercado. Mas é preciso prestar mais atenção nos negócios. Análise: se um cliente contrata 100% dos serviços que você oferece, mas apenas 20% diretamente da sua empresa e os outros 80% da concorrência, é sinal de alerta. Afinal, o que de imediato pode parecer uma boa conta, na verdade é uma conta em risco permanente.

A retenção de clientes envolve muito mais do que a simples comparação de planilhas. Implica em empenhar todos os esforços necessários para atender seus clientes cada vez melhor, estabelecendo uma verdadeira relação de parceria e compromisso com qualidade e lucro.

Envolve também maior aproximação dos clientes em risco, na tentativa insistente de alinhar o discurso e demonstrar muito mais interesse do que o que vinha sendo percebido pelo cliente nos últimos tempos.
Fonte: hsm.com.br

O efeito colateral da competência

As organizações estão em busca de pessoas competentes para seus quadros, mas nem sempre conseguem lidar com elas

Dias atrás, numa conversa informal, escutei a história, em primeira mão, de um profissional que acabara de ser demitido graças à sua competência e aos ótimos resultados alcançados até então. É justo que você pense: "este profissional deve ter cometido algum deslize e agora está querendo apenas posar de injustiçado!" Infelizmente, não é o caso.

Há dois anos, ele atuava na empresa que o desligou e seus números foram muito melhores e consistentes do que os esperados pela organização. Porém, depois de algum tempo, profissionais de uma outra companhia do grupo no qual atua "pediram sua cabeça", pois a performance obtida por ele estava atrapalhando o alcance dos resultados daquela. Como era a parte mais frágil desta relação, acabou pagando o pato.

Não é a primeira vez que isto ocorre e nem será a última. Profissionais muito competentes angariam adversários em diferentes ambientes organizacionais, pois mexem com o status quo. Fazem com que muita gente tenha de encontrar explicações para seu desempenho pífio e isto é particularmente complicado se estes não possuem condições de fazer mais e/ou melhor do que aqueles.

O deslize cometido pelo profissional em questão também é o mesmo de muitas outras pessoas: acreditar que apenas o alcance de resultados é suficiente para se manter numa posição de destaque frente aos demais e, especialmente, privilegiado pelos altos executivos ou sócios do negócios.

Acreditar que apenas o alcance de resultados é suficiente para se manter

numa posição de destaque é um dos erros mais comuns cometidos por

profissionais

Há um bom tempo, já não basta ser competente tecnicamente. Também é imprescindível que a pessoa consiga manter equilibradas as relações que o sustentam dentro da companhia. Para ser mais claro, é preciso avaliar quais brigas podem ser assumidas e aquelas a serem evitadas, pois adversários internos geram custos futuros para quem pretende continuar no mesmo lugar.

Não estou afirmando com isto que o profissional deva fugir dos conflitos, mas sim ter a consciência de que seu sucesso depende – e muito – de como ele consegue administrá-los. Afinal de contas, o adversário de um projeto atual pode ser o financiador do plano seguinte e, portanto, deixar as portas abertas acaba sendo uma atitude sensata.

Construir alianças estratégicas na companhia, grupo empresarial ou mercado é mais do que apenas fazer conchavos ou tentar agradar a todos. Trata-se da capacidade de compreender a cultura do local em que trabalha e saber se posicionar, isto é, avaliar os momentos no qual se deve avançar e aqueles que requerem recuos momentâneos.

O lado bom desta história é que o profissional demitido rapidamente conseguirá se recolocar no mercado por gozar de um alto grau de empregabilidade. Já a empresa poderá repetir outras vezes o movimento de dilapidar os talentos que lutam por ela, mas são incompreendidos.

As organizações estão em busca de pessoas competentes para seus quadros, mas nem sempre conseguem lidar com elas. Ao privilegiar a mediocridade e desestimular os conflitos que a transformariam, não percebem que expurgam – involuntariamente ou por decisão própria – justamente aqueles que poderiam garantir a elas um amanhã promissor.

Cuidado para que isto também não ocorra em sua companhia!
Fonte: Administradores.

CVM vai propor mudanças em regulação de fundos de investimentos

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vai colocar em audiência pública no próximo mês uma proposta de reforma da instrução 409, que é o principal instrumento de regulação dos fundos de investimentos.

Segundo a diretora da CVM Luciana Pires Dias, que tomou posse nesta segunda-feira (21), os três pontos principais desta primera fase de reformas serão uma mudança nos prospectos de informações dos fundos, a criação de um informe anual com dados sobre despesas e rentabilidade das aplicações e uma adaptação da carteira de investimentos dos fundos aos prazos de resgate.

"Este é um momento feliz que a gente não tem que ficar brigando que nossas regras são tupiniquins", afirmou.

Um dos objetivos é tornar mais claros os gastos dos fundos com despesas, como taxas de corretagem e de custódia, que acabam corroendo a rentabilidade dessas aplicações financeiras. "Queremos uniformizar a informação das lâminas (prospectos) dos fundos, de maneira a permitir comparações entre os diferentes produtos do mercado - disse a diretora".

As mudanças serão apresentadas em audiência pública pela CVM em abril, por um período mínimo de trinta dias, durante o qual o mercado pode fazer sugestões. A previsão da diretora da CVM, no entanto, é de que as alterações entrem em vigor apenas em 2012.

Luciana Dias afirmou que o fato de o mercado brasileiro ter passado com "relativa tranquilidade“ pela crise mundial recente mostrou que a regulação serviu e que o modelo brasileiro, com mais transparência de informações, é o desejado.

Em seu discurso de posse, Luciana Pires Dias destacou que um dos desafios da CVM nos próximos anos é "a avalanche de pontenciais investidores" que chega ao mercado de capitais.

"Uma única experiência negativa traumática pode afastar do mercado esse primeiro investidor pela vida toda", apontou.
Agência: O Globo.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Steve Jobs lança o iPad 2

O carismático fundador da Apple, Steve Jobs, deixou de lado por um dia a sua licença médica e reapareceu ontem na Califórnia para lançar a segunda versão do iPad. O tablet tem velocidade duas vezes maior do que a versão anterior, perdeu um terço da espessura e também será vendido na cor branca. Tudo sem alteração no preço e no tempo de duração da bateria.

Conseguindo a atenção da mídia, que deixou um pouco de lado a cobertura da Líbia para acompanhar o lançamento do iPad 2, que é nova denominação do tablet, a Apple busca manter a liderança em um mercado em que reinava absoluta no ano passado. A partir deste ano, ganhou concorrentes de peso como o Galaxy Tab (Samsung), o HP Slate e o Motorola Mobility Xoom, além da RIM (fabricante co BlackBerry), entre outros. Mas a tarefa será difícil para os rivais. Já foram vendidos 15 milhões de iPads e a Apple domina 85% do setor.
"Trabalhamos muito neste produto e eu queria estar presente hoje", afirmou Jobs, vestindo a sua tradicional camisa de gola alta preta com calça jeans. Apesar de mais magro em relação à sua última aparição, demonstrou disposição. No início deste ano, o fundador da Apple pediu licença do cargo de presidente por tempo indeterminado para tratar da saúde.

Segundo Jobs, o iPad 2 "é muito fino. E vem em branco e preto. E as duas cores estarão disponíveis a partir do primeiro dia". O aparelho começará a ser vendido já no dia 11 de março nos Estados Unidos. Através da internet, a compra poderá ser feita desde a manhã deste dia. Nas lojas espalhadas pelos EUA, estarão disponíveis a partir das 17h, quando os primeiros clientes da Apple poderão experimentar o novo iPad. Os preços não subirão. Serão mantidos entre US$ 499 e US$ 829. Duas semanas mais tarde, passará a ser vendido em outros países. Não há previsão da chegada do produto ao Brasil.

Logo depois do anúncio nos EUA, a Apple reduziu o preço do produto nas sua loja online no Brasil. Antes da mudança, os preços do iPad nas cidades brasileiras variava entre R$ 1.649 (16 GB) a R$ 2.599 (64 GB com 3G).

Mudanças. Além de ficar mais fino (a espessura será ainda menor do que a do iPhone 4), o novo iPad será 15% mais leve. A velocidade aumentou graças ao chip A5. Segundo a empresa, tudo será mais rápido, até mesmo baixar novos aplicativos. Uma das principais novidades, seguindo a tendência do iPhone 4, será a existência de duas câmeras de foto e vídeo: uma na frente e outra na parte de trás do iPad 2.

A primeira, frontal, será para a pessoa bater papo em aplicativos como o Skype. A outra, para fazer filmes. Inclusive, de acordo com Steve Jobs, será possível editar filmes no iPad 2 através do iMovie, já existente nos computadores Mac. O mesmo se aplica à música com o Garage Band.

O novo tablet da Apple também poderá ser conectado à TV para assistir filmes baixados no iTunes, como se fosse uma Apple TV. Também será possível imprimir conteúdo do iPad. "Está claro que 2011 será o ano do iPad 2", disse Jobs. "Isso não é um brinquedo. Dá para usá-lo para trabalhar", afirmou o fundador da Apple.

Para completar, uma nova versão da plataforma iOS será lançada no mesmo dia que o iPad 2. A Apple faz questão de usar a sua própria plataforma de celulares, competindo com o Android, da Google.

A Barclays Capital prevê que a Apple venderá cerca de 33,7 milhões de iPads neste ano, mais do que o dobro de 2010. Para o ano que vem, o crescimento deve ser para 42,1 milhões. Apesar desses números, Jobs criticou o Galaxy Tab no lançamento do iPad 2.

No passado, o fundador da Apple também bateu de frente com concorrentes do iPhone. O iPad 2, nos EUA, poderá ser utilizado em 3G pelos usuários da AT&T e a Verizon.

Depois do anúncio, especialistas comentavam não apenas o iPad 2, como também o retorno de Steve Jobs. Apesar de ter saído do dia a dia da empresa, ele continua sendo o símbolo da Apple. A administração atualmente está nas mãos de Tim Cook, que tem sido elogiado por analistas da área de tecnologia, apesar de não desfrutar do mesmo carisma.

Apenas jornalistas presentes ao lançamento na Califórnia puderam testar o iPad 2 e ainda assim por pouco tempo. Greg Kumparak, autor do blog Crunch Gear, da AOL, foi um deles. Depois de elogiar a sensação de usar o aparelho, questionou em sua resenha: "Nós realmente precisamos do iPad 2? Você sabe a resposta. Mas, se você tiver o iPad 1, eu recomendaria permanecer com ele até lançarem o iPad 3". Seu conselho será difícil de ser seguido.
Fonte: Estadão.com.br

Especialista afirma que o direito do consumidor é obrigatório

Após 20 anos de sua criação, o Código Nacional de Defesa do Consumidor é considerado a melhor legislação mundial da área. A afirmação é do presidente do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (BrasilCon/RS) e professor da Escola de Superior da Magistratura, Cláudio Bonatto. Ele participou do Fórum Latino-Americano de Defesa do Consumidor, realizado ontem, em Porto Alegre, e citou que inúmeras autoridades estrangeiras vêm ao Brasil seguidamente e citam o sistema de defesa do consumidor como exemplo.

O debate ficou acerca do valor do código, sua aplicação correta e sua raiz, que tem base em cláusula pétrea da Constituição, na qual diz que o Estado deverá promover na forma de lei a defesa do consumidor. "Isso tem uma abragência científica extraordinária porque a própria Constituição diz que os direitos e garantias são intocáveis", explica.

Bonatto credita à lei o incremento que a economia do País tem sentido. "Este código não é de proteção ao consumidor tão somente, mas de proteção dos agentes econômicos porque o inimigo do agente não é o consumidor, e sim o empresário desonesto que frauda ICMS, IPI, copia produtos e marcas e tem dinheiro para baixar preços e matar o empresário honesto."O professor explica que a percepção negativa que os cidadãos têm do sistema de defesa acaba sendo responsabilidade das próprias pessoas, uma vez que não há no brasileiro a cultura de buscar os direitos, achando que vai se incomodar.

O desembargador do Tribunal de Justiça Francisco José Moesch disse que hoje mais de 50% dos processos cíveis tratam direta ou indiretamente ao Código do

Consumidor, enquanto nos juizados especiais o percentual é de mais de 70%. "Em razão desses números, o Ensino Superior está tornando obrigatória a cadeira de direito do consumidor, até então eletiva em muitos cursos."
Fonte: Jornal do Comércio.

terça-feira, 15 de março de 2011

Terremoto pode custar ao Japão cerca de U$ 100 bi

Segundo cálculos de empresas americanas, seguradoras devem arcar com até 35 bilhões de dólares

Os custos devem ser de 20 bilhões para os danos no litoral e 40 bilhões em infraestrutura

O terremoto no Japão, o maior de sua história, causará provavelmente prejuízos superiores a US$ 100 bilhões para a economia do país e os seguros terão que cobrir até US$ 34,6 bilhões, segundo cálculos de duas empresas americanas.

A AIR Worldwide e a Eqecat, duas companhias que elaboram esquemas para calcular os riscos perante catástrofes para seguradoras, corredores de Bolsa, mercados financeiros e companhias, emitiram seus primeiros relatórios preliminares sobre o possível prejuízo econômico do terremoto de nove graus na escala de Richter que atingiu na sexta-feira o norte e o leste do Japão.

A Eqecat afirmou em seu relatório que os prejuízos econômicos derivados do terremoto continuam aumentando conforme evolui a situação.

Por enquanto, a firma calcula que "as perdas econômicas totais provavelmente superarão os US$ 100 bilhões".

As províncias do litoral leste de Ibaraki, Tochigi, Miyagi, Iwate e Fukushima foram as mais afetadas pelo terremoto e pelo tsunami posterior e o prejuízo gerado às casas superará US$ 20 bilhões, afirmou a empresa.

O dano registrado em instalações comerciais também é grande e fábricas de empresas como Honda, Toyota, Nissan e Sony não estão operando.

Segundo a empresa, o impacto do tsunami causará prejuízos superiores a US$ 20 bilhões.

As infraestruturas danificadas somam pelo menos US$ 30 bilhões, ao que é preciso somar os prejuízos de US$ 10 bilhões por perdas em instalações de portos e de navios.

A firma indicou, no entanto, que é cedo para determinar qual será o impacto para as seguradoras, mas a Air Worldwide ressaltou que esse valor deve ficar entre US$ 14,5 bilhões e US$ 34, 6 bilhões.
Fonte: Abril.com

Burocracia versus era eletrônica

Sistemas e ferramentas eletrônicas ainda esbarram em impedimentos para facilitar processos em Contabilidade

Wendy diz que o armazenamento de informações é a base para melhorar o resultado das organizações

O registro de dados e informações está na essência da Contabilidade. Em função da quantidade de dados gerados pela diversidade de áreas de abrangência e o volume de dados gerados, a área recebeu o status de burocrática. “E não deixa de ser”, explica a professora do curso de Ciências Contábeis da Ufrgs Wendy Haddad Carraro. “A burocracia é uma necessidade devido às informações geradas pelas empresas. Para os leigos isso pode parecer excesso de detalhes, mas na verdade é base para melhorar os resultados das organizações”, afirma.

Mas a contabilidade mudou, e com ela, as maneiras de armazenar os dados. Novos meios invadiram os escritórios, e os contadores precisaram se adaptar a eles. São ferramentas como a nota fiscal eletrônica, Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) Contábil e Fiscal. O próprio contribuinte necessitou se reciclar, já que a Receita Federal, a partir deste ano, só vai aceitar a declaração do Imposto de Renda exclusivamente por meio eletrônico.

A adaptação aos novos sistemas e a cobrança de informações redundantes têm sido as principais dificuldades encontradas pelos contadores para que a tecnologia possa estar a favor da melhoria de seu trabalho e traga benefícios para os contribuintes. De acordo com o contador Ronaldo Silvestre, membro da Comissão de Estudos de Tecnologia de Informação do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRC-RS), a dispensa de cobrança de informações repetidas não acompanha a informatização dos processos.

Ele cita a obrigação de guardar cópias de notas fiscais eletrônicas e outros documentos que poderiam ser liberados uma vez que o fisco tem acesso a eles. “Falta unificação e simplificação das informações. Tiramos a burocracia do papel para transformá-la em eletrônica. Esperamos que aconteça um avanço neste sentido em 2011, a Comissão está trabalhando para isso juntamente com a Secretaria da Fazenda do Estado”, argumenta.

O que existe é uma convivência entre as novas e as antigas ferramentas, segundo Rose Marie da Cunha Paiva, analista do sistema Sped desenvolvido pela Sispro, empresa de prestação de serviço de tecnologia para as áreas de Administração e Finanças. “Os novos sistemas foram implantados há pouco tempo, ainda é preciso algum tempo para que elas se tornem as únicas exigências do fisco. Antes, porém, elas precisam ganhar maturidade”, diz.

Além disso, as novas ferramentas exigiram que os contadores aprendessem a utilizar tecnologias com as quais não estavam habituados. “A burocracia da profissão se tornou digital porque dá muito trabalho aderir. Primeiro é preciso conhecer muito bem tudo o que acontece no papel e depois transpor isso para os novos sistemas, o que exige um entendimento que vai além dos simples lançamentos contábeis”, explica Wendy.

Rose Marie vê a adaptação a esses novos sistemas como o principal desafio para os contadores hoje. Segundo ela, nos últimos quatro anos, os profissionais da área foram obrigados a buscar muitos conhecimentos, devido às novas regras e à mudança do enfoque da contabilidade, com normas internacionais e atenção à transparência. “Tivemos que sair da nossa zona de conforto, hoje contador é cobrado a dar informações em tempo real, não apenas interpretar as do passado. Além disso, precisamos estar sempre atentos a atualizações na legislação”, diz.

Nesse novo cenário, sai na frente o contador que conseguir se adaptar e buscar informações com mais rapidez. “O mundo eletrônico se abriu para os contadores, parece que isso facilitou nosso trabalho, mas na verdade é mais complicado em virtude do alto investimento em ferramentas e em formação. Hoje o contador precisa entender de tecnologia”, afirma Silvestre.

A implantação dos sistemas obrigatórios, como a nota fiscal eletrônica e o Sped, segue a velocidade das exigências do governo, mas os grandes escritórios de contabilidade já enxergaram a necessidade de rápida atualização. “Aqueles que atendem a várias empresas, principalmente as de grande porte, precisam correr mais rápido, mesmo muitas vezes possuindo sistemas próprios. Isso é complicado, pois o governo cobra detalhes de todas as informações exigidas, cuja coleta demora a se tornar cultura quando o contador não está dentro da empresa”, explica Wendy.

Uso de tecnologia é oportunidade para profissão

As dificuldades de adaptação aos novos processos, entretanto, precisam ser encaradas de forma positiva, de acordo com a professora do curso de Ciências Contábeis da Ufrgs Wendy Haddad Carraro. “Como contadora enxergo nas mudanças uma grande oportunidade para a profissão. É a nossa chance de interagir e conhecer melhor os outros setores da empresa, assumindo posição de verdadeiros gestores”, enfatiza.

As ferramentas exigem, de fato, uma visão mais sistêmica por parte da Contabilidade, pois as empresas precisam modernizar processos que não eram revistos há tempos. “Agora todos os meses é necessário enviar informações à Receita Federal que antes ficavam restritas ao setor de Contabilidade, por isso ele precisa estar mais integrado com os outros departamentos das empresas”, explica Rose Marie da Cunha Paiva, da Sispro.

Da mesma forma, a interpretação das informações provenientes dos novos sistemas que estão em implantação no setor é valiosa para todas as áreas, devendo ser foco do trabalho do contador a partir de agora. “Precisamos de visão sistêmica do contador na empresa, enxergando o que acontece e dando sugestões de como corrigir problemas. É o momento de mostrarmos porque somos importantes dentro das empresas e valorizarmos nossa profissão”, reforça Wendy. Neste sentido, aqueles que investirem em capacitação para a o melhor aproveitamento das informações serão os que terão também melhores resultados. “Hoje estamos em um momento em que aqueles que fazem o mínimo, apenas pela obrigação, não ganham nada, pois realmente se gasta muito nesta transição. Os que visualizam esta como uma oportunidade para melhorar gestão, porém, têm resultados muito positivos em capacitação de pessoal, integração de informações, melhoria nos processos e transparência das ações”, garante Rose Marie.

Na universidade, esta visão já é realidade entre os alunos. “Mesmo com todas as mudanças que aconteceram na Contabilidade no último ano, os estudantes se sentem atualizados por viverem essas transformações na sala de aula e em seus estágios. Como professora, procuro sempre reforçar esse interesse por tecnologia, que a geração deles já possui. Com os profissionais que estão há mais tempo no mercado de trabalho precisamos fazer uma conscientização mais intensa, pois o avanço das tecnologias facilitou muito o trabalho contábil”, diz Wendy, que possui pós-graduação na área de Sistemas de Informação.

Questão de transparência é fundamental

A adequação às tecnologias não vem apenas dos contadores e das empresas. Os órgãos do governo também têm investido em disponibilização de ferramentas voltadas para contribuintes e profissionais. Com portais para consultas e requisições e sistemas de integração de dados, essas instituições têm valorizado a facilitação de acesso e a transparência das ações, segundo Marisson Sant’Anna de Souza, chefe da divisão de Tecnologia da Informação da Superintendência Regional da Receita Federal. “Temos, por exemplo, o centro de atendimento ao contribuinte online, no qual é possível ter acesso a uma série de serviços sem precisar ir até uma de nossas unidades”, ressalta.

Quanto à integração com outros órgãos, como Secretaria da Fazenda e Junta Comercial, a vantagem é o cruzamento de dados. “O trabalho conjunto evita que o contribuinte mal-intencionado preste informações diferentes para cada uma das instituições. Por este motivo o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) é tão apoiado pelas empresas, pois é uma forma de combater a concorrência desleal e melhorar as ações de quem é bem-intencionado”, justifica Souza.

Fórum irá abordar relação entre tecnologia e liberdade

Liberdade na Era Digital é o tema do XXIV Fórum da Liberdade, que será realizado nos dias 11 e 12 de abril em Porto Alegre. Organizado pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE), o evento irá debater as formas como as ferramentas digitais e os avanços da internet têm influenciado as relações das pessoas com os governos e a sociedade. Segundo Felipe Quintana, presidente do IEE, as novas mídias e a pulverização da informação têm possibilitado modificações de comportamentos que são capazes de levar a novas formas de empreender e de fazer negócio.

Nesse sentido, a questão da transparência e do acesso às informações é determinante para que haja liberdade na economia e também na contabilidade. “Essa facilidade de consulta permite que pessoas e empresas tenham conhecimento maior sobre como os tributos são aplicados pelo governo e qual o montante arrecadado ao longo do ano, além de terem possibilidade de parâmetro comparativo entre países e serviços prestados em relação às taxas cobradas. Desta forma, o contribuinte se sente também no direito de fazer reivindicações”, afirma.

Quintana lembra que o cruzamento de dados entre diferentes instituições é também um fator importante. “Naturalmente passaremos a ter um grau maior de liberdade na internet. Quando tivermos uma rede mais livre, contribuintes vão poder de forma mais eficiente e livre conversar a respeito de temas como tributação para que tenhamos uma sociedade mais próspera”, diz.
Fonte: Jornal do Comércio.

Rede Nacional de Contabilidade facilita interação entre contadores

Segundo Vieira, a RNC tem 32 empresas associadas, localizadas nas principais cidades brasileiras

Com mais de 5 mil clientes em todo o Brasil, a Rede Nacional de Contabilidade (RNC) reúne contadores associados nas principais cidades do País, com intuito de possibilitar a apresentação de soluções para resolução de problemas que vão desde a abertura de uma filial ou execução contábil até a mais complexa estratégia gerencial. O objetivo da rede é oferecer a clientes de todos os portes e em diferentes regiões do Brasil soluções com serviços padronizados em gestão tributária, empresarial e contábil. No Rio Grande do Sul a RNC é representada pela Afisckon Contabilidade. Luiz Fernando Vieira, diretor da empresa, fala sobre a atuação da rede.

JC Contabilidade - O que é a Rede Nacional de Contabilidade e como ela opera?

Luiz Fernando Vieira - A Rede Nacional de Contabilidade (RNC) foi criada com o intuito de ser facilitadora dos serviços prestados aos clientes de seus parceiros, ou seja, tornar mais eficiente e eficaz os processos demandados pelas empresas fora de seus estados de origem no que diz respeito a contabilidade, auditoria, fiscal, abertura de empresas e assessoria em gestão empresarial. Atualmente as empresas parceiras da RNC conseguem ter um maior controle dos processos de seus clientes, uma vez que os serviços são repassados para seus integrantes e a comunicação se dá com agilidade e retornos imediatos. A RNC conta hoje com 32 empresas associadas, localizadas nas principais cidades brasileiras, cobrindo praticamente todo o território nacional.

Contabilidade - Desde quando ela existe e quais suas principais evoluções?

Vieira - A RNC foi criada em novembro de 2000 e, desde então, a Afisckon e demais empresas parceiras consideram a rede como um diferencial em seus negócios, pois possibilita a satisfação das necessidades dos clientes pela apresentação de um trabalho com foco em qualidade. Padronizamos nossos procedimentos, estamos em um nível avançado com relação à tecnologia da informação, desenvolvemos código de conduta ética, o que julgamos extremamente importante uma vez que o trabalho que nossas empresas desenvolvem requer transparência, confiança e credibilidade, entre seus parceiros e de igual valor para com seus clientes. Em andamento estamos em fase de implementação de nosso programa de gestão da qualidade com a finalidade de diferenciar ainda mais nossos serviços prestados, buscando sempre a excelência.

Contabilidade - De que forma opera a RNC?

Vieira - A RNC funciona com uma logística de atendimento diferenciada para agilizar os processos das empresas em todo o território nacional com maior controle e segurança nas áreas pertinentes de Contabilidade e consultoria, gerando vantagem competitiva para seus clientes e para seus associados. A RNC é composta por grandes empresas do ramo contábil e de consultoria. Existe uma série de exigências para que uma empresa de contabilidade faça parte da Rede, consideramos que atualmente seus integrantes componham o maior PIB do setor. No Estado apenas a Afisckon faz parte deste grupo, já no estado de São Paulo temos sete empresas associadas, inclusive porque lá se localizam as sedes das grandes corporações. Temos também parcerias com entidades de classe contábeis, como a Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon) e algumas sedes estaduais do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informação e Pesquisa.

Contabilidade - Quais são as principais iniciativas tomadas a partir dos debates e resoluções da RNC?

Vieira - A Afisckon e os demais parceiros da RNC se reúnem três vezes ao ano. Uma dessas reuniões acontece sempre em São Paulo e as outras sedes são escolhidas através de votação. A primeira reunião do ano já está marcada para os dias 31 de março e 1 de abril. Nesses encontros debatemos assuntos pertinentes à área contábil, como mudanças na legislação, cursos, casos de sucesso dos associados e também questões pontuais, como a criação de uma sede na capital paulista, devidamente estruturada e especializada para as questões comerciais da rede, tais qual atender a empresas multinacionais. A criação desta sede, localizada na Avenida Augusta, foi uma das nossas principais conquistas nesses últimos tempos. Também temos outras parcerias para viabilizar e gerar novos negócios para os associados e clientes, como aquelas realizadas com a Companhia de Franchising para atendimentos especializados a franqueadores e franqueados e com a Bolsa Brasil Negócios (BBN) para viabilizar a compra e venda de empresas, sejam pequenos negócios ou grandes corporações.
Fonte: Jornal do Comércio.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Brasileira LBR negocia acordo para virar maior acionista da italiana Parmalat Lácteos.

Pelo acordo que vem sendo costurado, a Parmalat ficaria com 100% das ações da LBR, dando em troca de 25% a 30% das suas próprias ações; com isso, a companhia brasileira se tornaria a maior acionista do grupo italiano

Está em curso uma negociação entre a fabricante italiana de laticínios Parmalat e a Lácteos Brasil (LBR), resultante da fusão entre Bom Gosto e LeitBom. Trata-se da venda de 100% da LBR para a Parmalat por meio de uma troca de ações. Como resultado da operação, avaliada entre 2 bilhões e 2,5 bilhões, a brasileira se tornaria a maior acionista da empresa italiana, com algo entre 25% e 30% das ações do grupo.

A notícia, divulgada na semana passada pelo jornal italiano Il Messaggero, foi confirmada pelo Estado. Procurada, a LBR disse apenas que não comenta rumores de mercado.

As conversas ainda estão em andamento e dependem, entre outras coisas, do resultado da assembleia de acionistas da Parmalat, marcada para abril. Nessa assembleia, o atual presidente do grupo, Enrico Bondi, que foi o responsável pela reestruturação da empresa após os escândalos financeiros que quase a fizeram desaparecer, deve ser destituído do comando da companhia pelos sócios.

Apesar de considerarem o trabalho de Bondi bem-sucedido, já que hoje a companhia tem uma operação saneada, os sócios avaliam que a Parmalat precisa de uma nova estratégia de crescimento. Sem isso, acreditam que a empresa pode ser facilmente engolida por outra gigante do setor, como, por exemplo, a suíça Nestlé. Recentemente, surgiram especulações sobre uma possível proposta da francesa Danone e sobre o suposto interesse da americana PepsiCo.

Laticínios. Criada em dezembro do ano passado, a LBR fatura cerca de R$ 3 bilhões e é a maior fabricante de leite do País. Seu principal acionista é a Monticiano - empresa do grupo GP investments e da Laep, detentora da marca Parmalat no Brasil - que tem 40,55% do capital. O BNDES detém outros 30,28%. Wilson Zanatta, fundador da Bom Gosto, também é acionista.

As conversas entre a LBR e a Parmalat começaram em janeiro deste ano e foram iniciativa da companhia italiana, que vislumbrou uma parceria com a gigante recém-criada.

Segundo fontes próximas, tanto o grupo GP como a Laep são, a princípio, favoráveis ao negócio e discutem, agora, os detalhes da proposta. A grande dúvida é quanto ao comportamento do BNDES. O banco estatal comprou participações no negócio de laticínios com a intenção de criar um líder nacional - e não acabar como o acionista de uma companhia estrangeira. A fusão entre Bom Gosto e LeitBom, aliás, foi facilitada pela atuação do banco, que fez um aporte de R$ 700 milhões na operação.

Hoje, as empresas e cooperativas brasileiras são responsáveis por uma captação anual de 20 bilhões de litros de leite. As três maiores companhias do setor respondem por um terço de toda a produção. Embora ainda seja muito pulverizado, o setor vem passando por um intenso processo de consolidação. A própria Bom Gosto incorporou seis concorrentes em um período de três anos. A Perdigão, antes da fusão com a Sadia, comprou a indústria de laticínios Cotochés, além da Eleva, que atua no setor de lácteos e de carnes.

A LBR tem 30 fábricas no Brasil e capacidade para processar 8,3 milhões de litros de leite por dia. A companhia tem 6,4 mil funcionários. Entre suas principais marcas estão Parmalat, LeitBom, Paulista, Poços de Caldas, Glória, Boa Nata, Bom Gosto, Líder, Cedrense, DaMatta, São Gabriel, Sarita, Corlac e Ibituruna.
Fonte: Estadão.com.br

Catástrofe no Japão custará US$ 35 bilhões

Gastos para reerguer áreas atingidas terão reflexo em diversos setores da economia, preveem analistas MIKE CLARKE/AFP/JC

População já transita com naturalidade em meio aos escombros.

O custo de reconstrução do Japão poderá consumir até US$ 35 bilhões da indústria de seguros. O cálculo é feito mesmo antes de futuros efeitos do tsunami que atingiu o país na sexta-feira após o terremoto de 8.9 na escala Richter serem contabilizados, como os prejuízos decorrentes de acidentes nucleares. A afirmação é da AIR Worldwide, empresa de Boston que fornece softwares para modelos de risco. A empresa alerta, no entanto, que ainda levará meses até que o custo real da catástrofe seja calculado.

As estimativas da AIR incluem “danos provocados pelo tremor e incêndio a prédios e residências em terra e o que estava em seus interiores e propriedades agrícolas”, mas não inclui o aumento potencial dos custos dos materiais de construção e de outros materiais, que geralmente ocorrem após um desastre. A empresa estimou o prejuízo provocado pelo terremoto, seguido de tsunami, com base numa taxa de conversão de um dólar para 81,85 ienes.

No sábado, a AIR anunciou que havia examinado as províncias mais diretamente afetadas pelo tsunami e concluiu que US$ 24 bilhões em propriedades asseguradas estavam no perímetro de três quilômetros da costa nessas áreas. Dessa quantia, US$ 5 bilhões estavam a um quilômetro da costa. A expectativa é que as empresas globais AIG e Chaucer e as resseguradoras Munich Re e Swiss Re sejam responsáveis pelos maiores desembolsos.

Nenhuma grande seguradora revelou ainda estimativas de suas próprias perdas, mas o tamanho da estimativa da AIR vai abastecer as negociações da indústria - que ainda estão em curso - sobre se o terremoto vai resultar numa elevação abrupta do preço dos seguros e resseguros.

Tal aumento será sentido por proprietários de residências e empresas em áreas propensas a catástrofes em todo o mundo, dentre elas Flórida e Califórnia. Levando em consideração as catástrofes naturais desde os anos 1970, o terremoto do Japão só perde, por enquanto, para o Furacão Katrina, que abateu Nova Orleans, nos Estados Unidos, em 2005. O desembolso com o Katrina foi da ordem de US$ 40 bilhões.

A AIR pretende estimar de forma independente as perdas causadas pelo tsunami, na medida em que mais informações sejam disponibilizadas - dentre elas fotografias de satélite da Nasa sobre a extensão da inundação - e fornecer uma estimativa combinada de perdas que evite a contagem dupla nas áreas afetadas.

Há poucos relatos de grandes danos estruturais nas províncias de Tóquio e Chiba, exceto os ocasionados por incêndios. Porém, a empresa de risco advertiu que a alta concentração de propriedades asseguradas na área e o fato de algum impacto ter sido sentido pelos segurados significam que “mesmo pequenos pedidos individuais somados terão impacto significativo nos números”.

Embora as perdas para o mercado segurador tenham sido altas, o total de prejuízos econômicos é muito maior. Proprietários de residências e empresas no Japão relutam em adquirir seguros que cubram todo o potencial de perdas por causa dos custos, considerados muito altos. A AIR estima que cerca de 10% a 12% das propriedades comerciais estejam asseguradas contra terremotos fora de Tóquio.

Pelos cálculos do Bank of America Merrill Lynch, as áreas mais atingidas pelo terremoto são responsáveis por 7,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão. Os dados ainda são preliminares, mas as regiões afetadas pelo terremoto de Kobe, ao final do balanço, impactaram 12,4% do PIB japonês.
Recuperação da economia japonesa deve começar apenas no quarto trimestre

O terremoto seguido de tsunami no Japão deve reduzir drasticamente o crescimento econômico do país asiático ou provocar retração da economia durante um ou dois trimestres. Apesar disso, afirmam analistas, a economia do país deve começar a se recuperar nos últimos meses do ano por conta dos trabalhos de reconstrução.

A destruição provocada pelo tremor de terra é tão grande que os economistas em geral e o governo japonês ainda não conseguiram apresentar cálculos mais precisos referentes ao impacto econômico da catástrofe natural.

Um dos fatores de complicação é o risco de derretimento de reatores nucleares, o que levou as autoridades locais a se empenharem em evitar que suas usinas atômicas liberem radiação na atmosfera.

Com base em desastres ocorridos no passado, analistas antecipam que o impacto sobre a infraestrutura de exportação e a produção industrial derrubará o produto interno bruto (PIB) nos segundo e terceiro trimestres deste ano. Já para o quatro trimestre de 2011, eles preveem que as ações de reconstrução contribuirão para a retomada econômica.

O Banco do Japão reduziu de dois dias para um a reunião de política monetária prevista para hoje e prometeu dar liquidez ao mercado, mas não há expectativa de afrouxamento a não ser que o iene se valorize.
País terá de importar mais petróleo, gás natural e combustíveis para atender demanda

O Japão terá de importar mais petróleo, mais combustíveis e mais gás natural para gerar energia elétrica e fazer frente à escassez provocada pelo desligamento de usinas nucleares depois do terremoto seguido de tsunami. Analistas acreditam que a situação pressionará os preços globais desses produtos em um mercado já preocupado com a disponibilidade de suprimentos energéticos em meio a uma onda de revoltas populares que se espalha pelo Oriente Médio e África.

A catástrofe no Japão elevou o custo do gás natural e de outros combustíveis empregados na geração de energia elétrica em meio à disseminação de notícias de desligamento de diversas usinas nucleares no país asiático. O Japão é o maior importador mundial de gás natural liquefeito (GNL), segundo a Agência de Informação de Energia dos EUA.

Quase um quarto da energia elétrica japonesa vem de usinas nucleares. Cerca de dois terços têm origem em fontes convencionais, como gás, petróleo e carvão. Com base em desligamentos de reatores ocorridos no passado por conta de terremotos no Japão, as importações desses itens devem aumentar.

O governo autorizou o racionamento de energia para impedir a sobrecarga e prevenir interrupções maiores no fornecimento. Os blecautes devem ser mantidos até o fim de abril em algumas áreas de Tóquio e cidades como Chiba, Gunma, Ibaraki, Kanagawa e outras.
Montadoras e fábricas param produção no Japão

O terremoto que devastou a costa nordeste do Japão na sexta-feira afetou um amplo espectro de indústrias do país. Montadoras de automóveis, fabricante de eletrônicos, bebidas e siderúrgicas interromperam a produção após o tremor de 8,9 graus na escala Richter, que foi seguido por um tsunami com ondas de até dez metros. Toyota Motor Corp., Honda Motor Co. e Nissan Motor Co. informaram ter suspendido a produção em todas as fábricas do país. As empresas devem reavaliar a situação a partir de hoje.

O setor industrial tem sido afetado pelos constantes cortes de energia após o tremor, o que torna difícil manter as operações diárias. A situação pode se agravar se houver um colapso da usina nuclear Dai-ichi, da Tokyo Electric Power Co. (Tepco), danificada pelo terremoto. A Tepco pediu que seus clientes reduzam o uso de energia e disse que poderá impor cortes “seletivos”.

A Toyota informou ter suspendido as operações de suas 12 fábricas japonesas para permitir que seus empregados e fornecedores preocupem-se com a segurança de suas famílias. A empresa deve decidir apenas hoje quando retomará suas atividades. A Honda suspendeu a produção em quatro de cinco fábricas. A companhia informou que um funcionário de 43 anos, que trabalhava em seu centro de pesquisa e desenvolvimento em Tochigi, morreu durante o terremoto. Outros 30 ficaram feridos em várias outras unidades.

A Nissan suspendeu a produção em todas as seis unidades no Japão e disse estar avaliando os danos às suas instalações e equipamentos, além de estar negociando o recebimento de peças com seus fornecedores.

A fabricante de eletrônicos Sony Corp. interrompeu as operações em seis fábricas de componentes, como baterias, chips e smart cards nas províncias de Fukushima e Miyazaki. Em uma de suas fábricas em Miyagi, que produz fitas magnéticas e discos Blue-ray, todo o primeiro andar foi inundado e os funcionários ficaram abrigados no segundo andar.

A Panasonic Corp. interrompeu todas as operações em várias plantas que produzem máquinas digitais, produtos de áudio e componentes eletrônicos. Toshiba Corp. e Asahi Kasei Corp. também fecharam várias fábricas. A operadora Oriental Land Co. decidiu fechar por dez dias os parques temáticos da Disneylândia, em Tóquio, e a Disney Sea, nos arredores da capital, para avaliar os danos em ambos os locais.
Fonte: Jornal do Comércio

sexta-feira, 11 de março de 2011

Tecnosinos pede ao governo novas áreas para a expansão

Tarso solicitou estudo de viabilidade técnica e jurídica da demanda.

Típico modelo de empreendimento que agrega desde a sua concepção esforços do poder público, empresas e academia para promover a inovação, o Parque Tecnológico São Leopoldo (Tecnosinos) precisa de mais espaço para crescer. E foi atrás disso que representantes da iniciativa se reuniram nesta quinta-feira, no Palácio Piratini, com o governador Tarso Genro.

O Tecnosinos está de olho em uma área de 55 hectares, localizada em São Leopoldo, próxima aos atuais prédios do parque. O terreno pertence à Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Tarso sinalizou positivamente a essa demanda. Ele solicitou apenas que o secretário da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, Cleber Prodanov, encaminhe os estudos para analisar a viabilidade técnica e jurídica desse pedido. A área abriga hoje uma plantação de eucaliptos.

De acordo com a diretora de inovação e tecnologia do Tecnosinos, Susana Kakuta, o objetivo é o desenvolvimento com sustentabilidade. "Não vamos trabalhar com destruição e estamos dispostos a implantar medidas de compensação", assegura. O Tecnosinos fez a sua mais recente expansão no início do ano, quando recebeu nove novas empresas. Nos últimos anos, o empreendimento se consolidou a partir da presença de players internacionais como SAP, HCL e, mais recentemente, a HT Micron. Além disso, companhias como Altus e Grupo Meta têm fortalecido a sua atuação no local.

Susana diz que esse novo espaço, caso seja conquistado junto ao governo, abrigará novas e importantes operações. "O Tecnosinos está crescendo em um ritmo acelerado e precisamos desse novo espaço para abrigar projetos importantes que estão sendo negociados", diz Susana.

O governo estadual também pretende estudar um sistema de participação no projeto de forma a estimular a expansão econômica e social do parque tecnológico. O secretário Prodanov revela que a ideia é potencializar a participação do poder público nessas iniciativas. "Queremos apoiar a expansão dos parques atuais e incentivar a criação de novos empreendimentos."

Em breve deverão ser lançados editais disponibilizando novos recursos para esse segmento. "Serão recursos do orçamento e também externos. Estamos tentando engordar esse montante", comenta.
Fonte: Jornal do Comércio.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Alimentos ficam mais caros e pressionam a inflação, indica FGV

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) ficou em 0,59% na primeira prévia de março, referente à pesquisa encerrada no último dia 7, segundo o levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). Essa taxa superou a apurada no fechamento de fevereiro (0,49%).

Dos sete grupos pesquisados, quatro apresentaram elevações. As maiores correções ocorreram no grupo alimentação, cuja taxa média passou de uma alta de 0,12% para 0,54%, com destaque para as frutas ( de -0,42% para 1,46%).

Em saúde e cuidados pessoais, o IPC-S atingiu 0,54% ante 0,41%, sob a influência dos serviços odontológicos (de 0,39% para 0,72%). O grupo habitação teve ligeiro aumento (de 0,58% para 0,59%), puxado pela tarifa de telefone móvel ou celular (de 1,32% para 1,98%).

No grupo vestuário, foi constatado movimento de recuperação de preços, embora a taxa tenha permanecido negativa, com a variação passando de -0,17% para -0,16%. Os calçados, que custavam em média 0,10% menos, subiram 0,11%.

Nos demais grupos ocorreram altas, mas em índices abaixo dos registrados no levantamento anterior. Em educação, leitura e recreação, a taxa passou de 0,44% para 0,26%, com a influência da redução dos índices referentes a cursos preparatórios para provas de vestibular ou concurso público (de 4,62% para 1,31%); em despesas diversas, de 1,49% para 1,08%, com destaque para os cigarros (de 2,68% para 2,04%), e em transportes, de 1,16% para 1,08%. Neste caso, a redução do impacto inflacionário foi provocada pela tarifa de ônibus urbano (de 1,11% para 0,45%).

Os cinco itens que mais pressionaram o IPC-S foram: tomate (de 17,55% para 16,12%); tarifa do metrô (de 4,91% para 7,08%); aluguel residencial (de 0,81% para 0,77%); cenoura (de 14,75% para 16,68%) e empregada doméstica mensalista (de 2,35% para 2,65%).

Já os cinco itens que ajudaram amenizar os avanços de preços foram a alcatra (de -3,03% para -4,22%); o contrafilé (de -4,50% para -5,75%); filé-mignon (de -12,86% para -12,03%); o limão (de -16,96% para -11,49%) e o açúcar refinado (de -2,71% para -2,43%).

Fonte: AgÊncia Brasil.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Previdência vai exigir comprovação de vida a todos os beneficiários do INSS

Com a medida, 28 milhões de segurados terão que renovar senhas

O Ministério da Previdência mudou a regra de comprovação de vida para beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e vai exigir o recadastramento para os segurados que recebem os benefícios em conta-corrente e conta-poupança. Até agora, a regra só valia para os que recebiam o pagamento por cartão magnético.

Com a extensão da obrigatoriedade, 28 milhões de segurados terão que renovar senhas e comprovar que estão vivos para continuar a receber os benefícios. A mudança de regra foi definida em uma resolução assinada pelo presidente do INSS, Mauro Rauschild.

As instituições financeiras serão responsáveis pelo recadastramento e repassarão as informações para o banco de dados da Previdência. A renovação das senhas pode ser feita por um representante legal ou pelo procurador do beneficiário legalmente cadastrado no INSS, mas a comprovação de vida deve ser feita pessoalmente.

Nos casos em que o beneficiário não puder ir até o banco - por idade avançada ou problemas de locomoção, por exemplo - o INSS enviará um servidor à sua casa, de acordo com o Ministério da Previdência.
Fonte: AGÊNCIA BRASIL.

Embraer vende 4 jatos modelo 190 para Trip

A Embraer anunciou nesta terça-feira que vendeu quatro jatos modelo 190 para a companhia aérea brasileira Trip. A operação, a preços de tabela das aeronaves, é avaliada em 172 milhões de dólares.

Segundo a fabricante de aeronaves, dos quatro aviões, um já estava na carteira de pedidos firmes do quarto trimestre do ano passado.

Os jatos comprados pela Trip serão configurados em classe única para 110 passageiros. Atualmente a companhia tem uma frota de nove jatos modelo 175 da Embraer, com capacidade para 86 passageiros cada. Além desses aviões, a companhia ainda possui 33 turboélices da francesa ATR.

Com o pedido anunciado nesta terça-feira, as encomendas da Trip por jatos da Embraer somam 24 aviões até 2012. Em 2011, a companhia aérea deve receber nove jatos modelo 190, afirma a fabricante brasileira.

O pedido acontece em meio à contínua expansão do mercado de aviação brasileiro. Na véspera, a TAM, líder do setor no país, anunciou compra de 34 jatos por cerca de 3,2 bilhões de dólares, projetando um crescimento médio anual do mercado doméstico de 9 por cento nos próximos 20 anos. Em novembro passado, a Gol divulgou compra de até 30 Boeings 737-800 por 2,7 bilhões de dólares.
Fonte: Agência Estado.

Faltam profissionais nos setores aéreo e marítimo

A falta de mão de obra qualificada no Brasil chegou ao mar. Com o crescimento da economia nacional previsto para 4,5% em 2011 mais eventos como Copa do Mundo, em 2014, e Olimpíada, no Rio de Janeiro em 2016, a marinha mercante nacional já enfrenta carência de profissionais. Estudo do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma) prevê que até 2013 o setor deve contabilizar, só entre os oficiais, cerca de mil postos de trabalho não preenchidos, mesmo com salário inicial entre R$ 8 mil e R$ 9 mil.

A Marinha Mercante é o setor das empresas cujas atividades são o transporte de mercadorias em operações de exportação ou importação ou até mesmo a pesca. Os oficiais são os encarregados do gerenciamento e do comando das atividades e das máquinas da embarcação. Roberto Galli, vice-presidente do Syndarma, afirma que a falta de profissionais tem como principal razão a demanda por causa dos eventos marcados para o País nos próximos cinco anos, caso da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos e também da exploração do petróleo na chamada camada pré-sal. Galli afirma que a carência de oficiais é sentida no valor do salário médio oferecido ao segundo oficial, posto mais baixo do grupo.

Hoje, para iniciar a carreira, a oferta média das companhias fica entre R$ 8 mil e R$ 9 mil, diz o tenente Leonardo Madela, um dos integrantes do Centro de Instrução Almirante Graça Aranha, localizado no Rio de Janeiro. Na Marinha Mercante brasileira, além de 2º oficial náutico e de máquinas, o grupo de oficiais é formado por 1° oficial náutico e de máquinas, pelo imediato e pelo comandante, responsável pela tomada de decisões na embarcação.

Segundo o oficial Madela, os candidatos devem ter entre 17 e 23 anos e segundo grau completo. O vestibular ocorre anualmente, sempre no mês de agosto. Em 2010 foram cerca de 10 mil candidatos para 245 vagas, uma relação de 25 postulantes para cada vaga.

Ele explica que nos últimos dois anos, oficiais do Ciaga têm percorrido cursinhos pré-vestibular do Rio de Janeiro para apresentar a Marinha Mercante como alternativa de carreira. “Em São Paulo, os interessados podem fazer as provas na capital ou em Santos”, observa. O curso dura quatro anos, três de formação teórica, em temas que vão de engenharia a administração, e um ano de formação prática, com atividades em alto-mar em navios da Marinha. Todos os participantes recebem bolsa-auxílio mensal de R$ 700.

O segmento de pilotos de avião e helicóptero também enfrenta problemas de falta de profissionais capacitados. “O número de passageiros cresceu, o que demanda mais aeronaves e pilotos”, afirma André Castellini, diretor da consultoria Bain & Company.

Para Ronaldo Jenkins, diretor do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), a maior carência está entre os pilotos de táxi aéreo e de aeronaves particulares. “As grandes companhias absorveram mão de obra de empresas que fecharam, como Vasp e Transbrasil, e também repatriaram pilotos brasileiros que estavam no exterior”, afirma o executivo da entidade sindical.

Um dos principais motivos para a carência de pilotos no País é o alto custo da formação, admitem os especialistas. De acordo com estimativas do mercado, para se tornar piloto de táxi aéreo ou jatinhos – com algo entre 30 e 40 horas de experiência de voo – o candidato desembolsa até R$ 28 mil. Para ser um piloto comercial, de grandes companhias aéreas, cuja experiência de voo requerida é de 150 horas, em média, o desembolso chega a R$ 85 mil. O salário inicial médio é de R$ 5 mil.
Fonte: Agência Estado.

Selic atinge nível mais alto em dois anos

Copom elevou o juro em 0,50 ponto porcentual nesta quarta-feira, para 11,75% ao ano

Com a presença de dois novos integrantes e duração de quase quatro horas, o Comitê de Política Monetária (Copom) presidido por Alexandre Tombini decidiu elevar pela segunda vez seguida a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto porcentual. Com este movimento, a Selic subiu para 11,75% ao ano, nível mais alto em dois anos (no período de final de janeiro a início de março de 2009, a taxa básica estava em 12,75% anuais). A alta dos juros ficou dentro do previsto pela maioria dos analistas do mercado financeiro, embora parte deles considerasse que a taxa deveria subir mais, por conta do nível elevado da inflação e das projeções dos analistas.

O comunicado do BC foi mais curto do que o da reunião passada: "Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 11,75% ao ano, sem viés". Na reunião anterior, o comunicado mencionava que a elevação dos juros, junto com as medidas macroprudenciais, contribuiriam para convergir a inflação para a trajetória de metas.

Com o aumento na taxa básica, o BC dá sequência ao seu esforço de combate à escalada inflacionária. Mas a dosagem utilizada tem coerência com o discurso recente da própria autoridade monetária de que o controle de preços está tendo ajuda das medidas de aperto no crédito e na oferta de dinheiro da economia (chamada de ações macroprudenciais) e também do reforço na política fiscal - vale lembrar que nessa semana o governo detalhou o corte de R$ 50 bilhões em despesas do orçamento.

O uso dessa dosagem do remédio juros também está relacionado, ainda que implicitamente, à preocupação de não desacelerar demais o ritmo de atividade econômica do País. Há uma grande preocupação no governo de que o crescimento do País não seja muito inferior a 4%, taxa considerada abaixo do potencial de crescimento (para o mercado, em média, o potencial seria de 4,5%, número relativamente alinhado com o pensamento do BC, enquanto para o ministério da Fazenda, a capacidade de crescimento sem inflação estaria em 5%).

Em nota para seus clientes distribuída hoje de manhã, o departamento econômico do Bradesco considerava que a elevação de 0,5 ponto porcentual na Selic se insere em um ação coordenada de política econômica (que inclui um fiscal mais forte e as medidas macroprudenciais) para levar a inflação para o centro da meta (4,5%) em 2012. Além disso, o banco lembrava que já há uma desaceleração em curso da atividade econômica (reforçada pelo dado de hoje mostrando alta de apenas 0,2% na produção industrial de janeiro) e que parte da deterioração da inflação e das expectativas é reflexo do choques nos preços de commodities, que serão acomodados na banda de tolerância da meta, que vai até 6,5%.

O economista-chefe do Banco Cooperativo Sicredi, Alexandre Barbosa, também esperava alta de 0,5 ponto porcentual na Selic, o que mostra um BC de fato atuando contra a alta da inflação. Mas, na visão dele, o quadro de aceleração dos preços e das expectativas inflacionárias demandaria um aperto maior, da ordem de 0,75 ponto porcentual.

Barbosa ponderou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está muito alto e as expectativas continuam subindo, colocando em risco inclusive a possibilidade de o teto da meta (6,5%) ser superado neste ano. Além disso, ele avaliou que ainda não há elementos suficientes para se dizer qual a magnitude da desaceleração econômica e tampouco se ela continuará ao longo do ano. Dessa forma, o fato concreto, na visão dele, é que as vendas do varejo e o mercado de trabalho mostram uma demanda muito aquecida que precisa ser contida. E nesse sentido, acredita, uma ação mais forte talvez fosse mais eficiente e até poderia reduzir o tamanho do ajuste total em curso.

Para o economista do Sicredi, a decisão tomada pelo BC mostra que a autoridade realmente aposta na combinação do ajuste da Selic com o aperto fiscal e nas condições de crédito para conter a inflação. Também reforça a percepção de que o órgão não está tão preocupado com a escalada das expectativas para o IPCA, que o BC considera muito contaminada pelos dados correntes de inflação.
Fonte: Agência Estado.

Bolsa Família

Governo publica decreto que reajusta os benefícios do Programa Bolsa Família

O Diário Oficial da União publica hoje (2) o decreto presidencial que reajusta os benefícios do Programa Bolsa Família a partir de abril. O reajuste de 19,4% foi anunciado ontem (1º) em Irecê, na Bahia, pela presidenta Dilma Rousseff.

O aumento deve provocar uma elevação de R$ 2,1 bilhões nas despesas do governo, este ano. Com o reajuste, os valores destinados às famílias de baixa renda passam para R$ 32 a R$ 242 por mês. O valor representa um aumento real de 8,7% acima da inflação do período de setembro de 2009 a março de 2011, superando a correção dada pelo governo ao salário mínimo.

Para os valores pagos na faixa etária até 15 anos de idade, o aumento poderá chegar a 45%. Os novos valores vão ajudar 50 milhões de pessoas, segundo o governo. Assim, uma família com dois filhos que hoje ganha R$ 112 passará a receber R$ 134. Atualmente, o programa atende a 12,9 milhões de famílias, que recebem de R$ 22 a R$ 200.
Fonte: Agência Brasil.