sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Inadimplência de empresas começa ano em queda pela primeira vez desde 2006

A inadimplência das empresas brasileiras iniciou o ano em queda pela primeira vez desde 2006. Em janeiro, a redução foi de 0,8% ante o índice de dezembro de 2010, segundo o Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas divulgado hoje (25).

Esse resultado foi puxado pela queda na inadimplência das pequenas empresas. Elas foram as únicas que reduziram suas dívidas em atraso no primeiro mês de 2011. A baixa foi de 1% ante a de dezembro.

“Isto se deve ao fato de a maior parte de seus negócios [das pequenas empresas] estarem em serviços e comércio, segmentos de transações de menor valor, em que a demanda do consumidor ainda se mantém alta”, explicaram os economistas da Serasa, em comunicado.

Já a inadimplência das médias empresas cresceu 2% no mês. A das grandes aumentou ainda mais. Crescimento de 5,1% no primeiro mês deste ano ante o último de 2010.

Sobre a queda geral da inadimplência das empresas, a Serasa creditou ao crescimento da economia do país em 2010, entre outros fatores. “A queda na inadimplência das empresas deve-se ao forte crescimento da economia no ano passado, que gerou maior consumo e, consequentemente, aumento da produção.”

Na comparação de janeiro de 2010 e janeiro de 2011, a inadimplência das empresas caiu 2,1%. Neste caso, o resultado foi puxado pelas grandes empresas, que reduziram em 12,6% suas dívidas em atraso.
Fonte: Agência Brasil.

Com 21 milhões de adolescentes, Brasil foca só na infância

Dos 191 milhões de brasileiros do País, 21 milhões têm menos de 18 anos, sendo que 38% deles vivem em situação de pobreza. Dados divulgados nesta sexta-feira (25) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) indicam que o grupo corre o risco de se tornar invisível em meio a políticas públicas que focam prioritariamente a infância.

O relatório Situação Mundial da Infância 2011 - Adolescência: Uma Fase de Oportunidades indica que, em consonância com o cenário global, esses jovens vivenciam oportunidades para inserção social e produtivas insuficientes. A faixa etária é considerada a mais vulnerável em relação a riscos como o desemprego e o subemprego, a violência, a degradação ambiental e a redução dos níveis de qualidade de vida.

De acordo com o relatório, as oportunidades são ainda mais escassas quando são levadas em consideração dimensões que vão além da idade, como a renda, a condição pessoal, o local de moradia, o gênero, a raça e a etnia. Apenas na Amazônia Legal, marcada pela diversidade étnica e social, habitam cerca de 2 milhões de adolescentes com idade entre 15 e 17 anos. Mas a disponibilidade de serviços voltados para essa população, segundo o Unicef, ainda é um desafio a ser superado.

Uma das recomendações listadas no documento é que o apoio dado na fase inicial e intermediária da infância seja estendido aos adolescentes, com investimentos em educação, cuidados de saúde, proteção e participação desses jovens, principalmente os mais pobres e vulneráveis. Outra ação prevê a coleta de dados e informações capazes de identificar os grupos mais vulneráveis de adolescentes em todas as regiões e as iniquidades que os afetam, garantindo mais investimentos, oportunidades e direitos.

O Unicef pede também que os adolescentes brasileiros sejam ouvidos nos processos de tomada de decisão e que as escolas aproveitem a facilidade de aprendizado do grupo e contribuam para que eles adquiram competências, habilidades e conhecimentos necessários para desenvolver todo o seu potencial.
Fonte: O Globo.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

5 dicas para não comprometer sua carreira nas redes sociais

É preciso organização, objetividade, foco e persistência

Com a internet e as redes sociais, as pessoas estão cada vez mais conectadas, o que facilita o chamado networking, instrumento poderoso para abrir as portas do mercado de trabalho e do mundo dos negócios. No entanto, com a diversidade de ferramentas, o fantástico número de usuários e a tendência ao caos que a rede sugere, os profissionais têm dificuldades de administrar de forma eficiente e tirar proveito dos relacionamentos virtuais.

Afinal, como ganhar visibilidade e aparecer de forma diferenciada na rede social, quando todos se apresentam com clichês como motivado, inovador, dinâmico, focado em resultados? Como se conectar a pessoas certas e tornar produtivos esses relacionamentos? Como entrar em grupos sem se sentir ou ser considerado um "penetra" chato e indesejável?

A rede social tem uma lógica: o usuário aumenta o número de conexões com pessoas que realmente conhece ou com quem mantém algum tipo de relacionamento – e, a partir desses contatos, ele se conectará progressivamente a pessoas que não conhece no mundo físico. Ou seja, no networking virtual, o céu é o limite.

Mas, apesar desse caráter, digamos permissivo, da rede, o profissional precisa ter organização, objetividade, foco e persistência. Alguns conselhos:

Planeje sua entrada na rede social

Não caia na rede apenas porque todo mundo está lá. Defina objetivos, avalie as ferramentas, calibre a imagem e as mensagens que queira transmitir. Não convide desconhecidos apenas para alavancar sua rede. Procure se conectar a pessoas e grupos com os quais tenha interesses em comum.

Não confunda alhos com bugalhos

Todas as ferramentas contribuem para o networking, mas cada uma tem uma funcionalidade específica. Se você quiser apresentar seu currículo, procurar contatos em sua área, prospectar negócios ou participar de discussões profissionais de seu interesse, o LinkedIn é a melhor ferramenta, pois tem um foco mais corporativo. O Facebook é mais democrático e serve para você compartilhar novidades, idéias, falar de sua vida, do jogo do domingo, de sua paixão por cachorros. Isso não quer dizer que a ferramenta deva ser descartada para relacionamento de caráter profissional, pelo contrário.

Vá além dos clichês

Procure, quando oportuno, mostrar suas experiências profissionais concretas, como projetos que liderou, resultados que obteve, desafios que superou. Compartilhe conhecimentos, pois essa é uma forma de você se diferenciar na rede.

Tenha bom senso

Não entre em grupos de discussões de temas que não o interessam, que você não domina ou com o qual não tem familiaridade. Você será visto como bobo, ingênuo e oportunista.

Tente trazer para o mundo real os relacionamentos virtuais

Aproveite oportunidades para conhecer pessoalmente pessoas com as quais mantém contatos virtuais – em eventos, congressos, feiras, festas corporativas, campeonatos ou happy hours, mas sem forçar a barra. Se você acha que albatroz, birdie e eagle só existem no mundo da ornitologia, não convide ninguém para jogar golfe.

Por fim, trabalhe as redes de forma sistemática e metódica, pois incursões eventuais não constroem relacionamentos.
Fonte: Administradores.com

Auditor do Panamericano falhou, diz BC

Relatório afirma que procedimentos adotados pela Deloitte não eram adequados nem suficientes para detectar a fraude

As investigações do Banco Central (BC) sobre o rombo bilionário do Panamericano apontaram falhas no trabalho da Deloitte, a empresa que auditava o banco. Documentos do BC, aos quais o ‘Estado’ teve acesso, afirmam que a Deloitte não teria adotado "procedimentos adequados e suficientes de auditoria que permitissem detectar grave irregularidade contábil praticada de forma sistemática e contínua" pelo Panamericano.

Em razão dessas supostas falhas, segundo os técnicos do BC, a Deloitte "emitiu parecer sem ressalvas referente às demonstrações financeiras de 30/06/2010". Com isso, chancelou como real e confiável uma peça que depois se revelou fraudulenta - o BC descobriu que a contabilidade do Panamericano era maquiada e escondia perdas que chegaram a R$ 4,3 bilhões.

É preciso lembrar, porém, que o próprio BC não conseguiu detectar a fraude inteira. Os técnicos que descobriram o rombo inicial de R$ 2,5 bilhões no ano passado não perceberam que havia mais um buraco de R$ 1,3 bilhão - encontrado este ano pela nova administração do Panamericano, com ajuda da própria Deloitte. A empresa de auditoria nega todas as acusações do BC.

As suspeitas do BC provocaram a abertura de um processo administrativo interno para apurar a responsabilidade da Deloitte e do auditor responsável pelo Panamericano no episódio. Além disso, a instituição encaminhou seus relatórios ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Procurado, o BC não quis se manifestar.

Farsa. A principal farsa no Panamericano consistia em inflar o balanço com ativos que não existiam. O Panamericano emprestava muito a pessoas das classes C e D. Com esses empréstimos, montava grandes carteiras que depois eram vendidas a outros bancos, com desconto. Só que, mesmo vendidas, essas carteiras continuavam no balanço. O objetivo era fazer o público acreditar que o banco tinha créditos bons e em grande volume para receber.

Esse tipo de operação, tecnicamente chamada "cessão de crédito", representava a segunda maior fonte de captação de recursos do banco e era a mais rentável das operações de crédito. Pela sua relevância, diz o BC, essas operações deveriam ter sido avaliadas com mais atenção.

Nos relatórios, o BC afirma que o auditor independente deve fazer a confirmação dos "valores das contas a receber e a pagar, por meio da comunicação direta com os terceiros envolvidos, quando o valor envolvido for expressivo em relação à posição patrimonial e financeira e ao resultado das operações".

Mas, segundo o BC, "a Deloitte não executou o referido procedimento, uma vez que não enviou correspondências solicitando a confirmação detalhada de saldo aos cessionários (bancos) com os quais o Panamericano detinha responsabilidade significativa em relação ao total das coobrigações por cessão (operações)".

De acordo com os relatórios do BC, em vez de procurar diretamente os bancos que compraram as carteiras do Panamericano, a empresa de auditoria pediu ao próprio Panamericano que mandasse cartas ao Bradesco e ao Itaú Unibanco pedindo informações. As respostas foram entregues diretamente à Deloitte, mas "não consta item específico acerca das coobrigações por cessão de crédito (as vendas de carteira)".

Teste. A Deloitte ainda aplicou um teste alternativo, mas ele também "não contemplou o saldo das coobrigações por cessão de créditos", afirma o relatório do BC. "Caso colocada em prática, essa técnica (a abordagem direta de quem fez negócio com o Panamericano) revelaria que a responsabilidade do Panamericano com o Sistema Financeiro Nacional seria significativamente superior àquela registrada pela instituição", conclui o relatório do BC.
Fonte: Agência Estado.


‘Fizemos tudo que era preciso’, afirma Deloitte


Com mais de 90 páginas de explicações, a defesa da Deloitte nega a acusação feita pelo Banco Central de não ter adotado procedimentos "adequados e suficientes" quando auditava o Panamericano. "Fizemos tudo que era preciso fazer", afirma Maurício Pires Resende, sócio da Deloitte. Segundo ele, ao contrário do que diz o BC, o trabalho de auditoria foi focado nas operações de venda de carteiras de crédito para ouras instituições - principal fonte de irregularidades.

Segundo o BC, em vez de procurar diretamente os bancos que tinham comprado carteiras de empréstimo do Panamericano para conferir informações, a Deloitte pediu que à diretoria do Panamericano que fizesse o pedido. A Deloitte nega. "Enviamos cartas aos principais parceiros do Panamericano pedindo o saldo das transações que incluem cessão de crédito (venda de carteiras). Pedimos mais de uma vez e os bancos não responderam. Por isso, pedimos aos então diretores para nos ajudar", diz Pires.

O auditor nega, também, que, diante da falta de resposta dos bancos, a Deloitte tenha deixado de fazer testes alternativos, como afirmam os relatórios do BC. "Revisamos controles internos, revisamos contratos do banco com outras instituições, confrontamos valores", afirma. De acordo com a Deloitte, o rombo do Panamericano não foi detectado porque era fruto de fraude. "A fraude envolveu a administração anterior do banco e uma série de funcionários, com o objetivo de manipular e adulterar informações", diz o auditor.
Fonte: Agência Estado.

PanAmericano confirma rombo de R$ 4,3 bilhões

O Banco PanAmericano, que teve seu controle comprado pelo BTG Pactual, anunciou nesta quarta-feira (16) prejuízo líquido de R$ 133,617 milhões no trimestre encerrado em dezembro do ano passado. O banco que pertencia a Silvio Santos, dono do SBT, protagonizou uma fraude contábil revelada em novembro do ano passado.

No total, o rombo identificado no banco de médio porte foi de R$ 4,3 bilhões. A instituição mantinha em seu balanço como ativos carteiras de crédito que haviam sido vendidas a outros bancos. Também houve duplicação de registros de venda de carteiras, inflando o resultado do PanAmericano, segundo identificou o Banco Central.

O Panamericano terminou o ano passado com carteira de crédito totalizando R$ 13,3 bilhões, contra R$ 9,97 bilhões em 2009, conforme resultado divulgado anteriormente. Em 31 de janeiro, o BTG Pactual, do banqueiro André Esteves, anunciou a compra do controle do PanAmericano por R$ 450 milhões, assumindo 51% das ações com direito a voto que pertenciam ao Grupo Silvio Santos e parcela de papéis preferenciais da instituição.

Outro acionista relevante do PanAmericano é a Caixa Econômica Federal. Na semana passada, a Caixa informou que vai disponibilizar de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões ao PanAmericano para dar liquidez ao banco.
Fonte: Agência O Globo.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Desempregados pela mecanização, ex-cortadores de cana ingressam em luta pela terra

A perda de empregos causados pela mecanização da colheita da cana-de-açúcar tem levado uma parcela significativa de ex-cortadores paulistas a integrarem movimentos de luta pela terra. Desde 2007 foram fechados no estado cerca de 40 mil postos de trabalho no corte da cana, segundo o professor do departamento de Economia Rural da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), José Giacomo Baccarin.

Sem formação escolar ou dinheiro para empreender, esses trabalhadores encontram dificuldades para desenvolver novas atividades. “A população sobrante desse processo tem baixo nível de escolaridade e está completamente descapitalizada”, explicou em entrevista à Agência Brasil o coordenador do Núcleo de Estudos de Reforma Agrária (Nera) da Unesp, Bernardo Mançano.

Nesse contexto, pressionar as autoridades para se tornar um beneficiário da reforma agrária é uma opção para muito dos desempregados pela mecanização, como constatam os sindicatos que representam a classe. Segundo o primeiro secretário da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de São Paulo, Sílvio Palviqueres, já é expressivo o número de ex-cortadores participando de ocupações de terra.

“Geralmente, quando há invasão nas fazendas quase 50% são trabalhadores rurais que perderam o emprego”, afirma Palviqueres que também preside o Sindicato de Empregados Rurais de Ribeirão Preto, umas das maiores regiões produtoras de cana do estado.

José Rainha Júnior, um dos líderes sem-terra mais atuantes da região do Pontal do Paranapanema, confirma que os ex-cortadores têm fortalecido os movimentos sociais. Ele estima que entre os 6 mil militantes que participaram das 42 ocupações de janeiro deste ano, pelo menos um terço era composto de egressos do setor sucroenergético. “A tecnologia chegou, as máquinas desempregaram muita gente no corte de cana”, conta Rainha.

Para Bernardo Mançano, a luta dessas pessoas por um lote de terra onde possam viver e produzir é também uma batalha para se reinserir na sociedade. “Como o corte da cana vem intensamente mecanizado, essa população vai procurar emprego na cidade. E não encontrando trabalho na cidade elas vão viver ou de ajuda do governo, ou procurar na luta pela terra uma perspectiva de ressocialização.”

Existem ainda os trabalhadores que têm tentado conseguir um lote de terra por meio do crédito rural. O presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Regente Feijó, Marcelino Sotocorno, disse que apesar dos problemas burocráticos, essa tem sido a opção dos que estão desiludidos com os rumos da reforma agrária. “É uma forma de o pessoal ter, pelo menos, o lugarzinho para trabalhar”, explica. Ele lembra que ter um lote de terra, mesmo que pequeno, é uma garantia de sobrevivência. “Se ele souber plantar um pé de mandioca ou de milho, fome ele não passa”.
Fonte: Agência Brasil.